A edição de Abril de 2018 da Ignição Gerador tomou conta da capela do Miradouro de Santo Amaro, em Alcântara e do Village Underground Lisboa. Mas nem só destes dois espaços se fez a Ignição. O caminho entre o miradouro e o Village Undergroud foi feito de vários momentos e de encontros entre música e poesia.
Curioso para descobrir o que se passou? ;-)
A Fábrica do Poema
A Fábrica do Poema” é uma performance que junta música e poemas ditos em que os espaços interiores e exteriores de um trajecto pitoresco de uma Lisboa esquecida (ou talvez apenas escondida) comunicam entre si e com o público que passa. O público é objecto de uma serenata invertida em momentos inesperados de poesia e música. Uma serenata que é a evocação possível da ausência interrompida, uma vez que todos os poemas e canções, quando nascem, são dirigidos a um público ausente e desconhecido, que só mais tarde aparece, sempre para depois desaparecer novamente. O artista fica então como que um retrato de si próprio de regresso a uma sala vazia, ou uma rua vazia, à espera que o público volte a passar pelo trajecto da poesia, esse ser de criação contínua e interminável.
Curadoria de não simão com Cláudia R. Sampaio, José Anjos, Carlos Barretto e Simão Palmeirim.
Estudo para Upside Down Cuppa Coffee
O tempo da acção é uma sinapse. Um momento, uma pausa. Uma pausa na qual não cabe uma canção, mas uma nota. Não cabe um vídeo, mas um frame. Não cabem emoções, mas imagens. Presentes estão cinco jovens. Cinco jovens que estão envolvidos numa rede de conhecimentos sem essa consciência. Cinco? Ou quatro? Num momento de questionamento acerca das próprias identidades e experiências, estes reflectem, maioritariamente em voz alta, sobre o seu passado próximo comum. Não se vêem, não se ouvem, mas vêem e ouvem uma multidão de reflexos de si mesmos com os quais partilham as suas experiências. Quanta história cabe num momento? Quanto tempo passa na pausa de um(a) víd(a)eo? Como se faz sentir a música de uma pausa? A confusão entre a realidade e a ficção instala-se neles próprios e, presos no momento, procuram o sentido dos acontecimentos do seu passado próximo.
Esta performance é um estudo de Upside Down Cup of Coffee, que vai estrear brevemente na Comuna.
Criação Afonso Molinar
Com Filipa Correia, João Gaspar, Júlia Valente e Rodolfo Major
Audiovisual Stella Kramer Horta