Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgadas são as cidades portuguesas pré-selecionadas candidatas a Capital Europeia da Cultura 2027. A decisão foi hoje anunciada, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa através de uma conferência de imprensa.
Após uma ronda de audiências, durante uma semana, pelas 12 cidades portuguesas candidatas a Capital Europeia da Cultura 2027 apenas quatro passaram à fase final da competição. Têm agora até ao final de outono para melhorarem as suas candidaturas.
Aveiro
No que toca à cidade de Aveiro a preparação da candidatura para Capital Europeia da Cultura 2027 teve início em 2019, com a elaboração do Plano Estratégico para a Cultura 2030.
Seguiu-se um processo de auscultação e participação alargada, que envolveu não só o setor cultural e criativo de Aveiro, mas também outros setores de atividade, da educação à saúde, passando pelo ambiente, turismo ou inovação, bem como as comunidades da Cidade e Região. O objetivo passa por tornar a região de Aveiro mais sustentável, competitiva e atrativa à escala Europeia.
Ao longo desta candidatura a cidade aveirense compromete-se, entre outros, a salvaguardar e a promover a diversidade das culturas na Europa, a contribuir para um desenvolvimento a longo prazo das cidades através da cultura, a reforçar o alcance, a diversidade e a dimensão europeia da oferta cultural nas cidades, e a alargar o acesso e a participação na cultura.
Podes conhecer o projeto mais de perto aqui.
A delegação de Aveiro 2027 foi composta por dez elementos, representando as várias áreas do programa da candidatura. Foram estes Sónia Almeida (da Comissão Executiva de Aveiro 2027 e chefe da Divisão de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Aveiro), Filipe Teles (da Comissão Executiva de Aveiro 2027 e pró-reitor da Universidade de Aveiro), Martim Sousa Tavares (coordenador do Programa Cultural de Aveiro 2027), Michela Magas (curadora dos projetos internacionais de Aveiro 2027), João Pedro Rosa (coordenador do Programa de Participação de Aveiro 2027), Natasa Golosin (responsável pelo Programa de Voluntariado de Aveiro 2027), Hugo Branco (artista e curador de projetos de Aveiro 2027), Matilde Cardoso (participante num dos projetos culturais de Aveiro 2027) e Carlos Martins (membro da Comissão Executiva de Aveiro 2027), aos quais se juntaram Miguel Craveiro (apoio técnico), André Cester Costa (Chefe da Divisão de Desenvolvimento Económico e Empreendedorismo da Câmara Municipal de Aveiro) e José Pina (Coordenador da Comissão Executiva de Aveiro 2027). A equipa foi liderada por José Ribau Esteves, Presidente do Conselho Estratégico de Aveiro 2027 e Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, entidade promotora da candidatura.
Braga
A preparação da candidatura para Capital Europeia da Cultura 2027 teve início na cidade bracarense em 2018. Seguiu-se o processo de auscultação da população bracarense, a organização de atividades pensadas para envolver a comunidade, as conversas com os artistas, agentes culturais, associações, comerciantes, cidadãos anónimos e bracarenses de diversas áreas de intervenção.
Em 2030, Braga pretende ser culturalmente vibrante, diversa, próspera e atrativa através da implementação de programas de desenvolvimento de competências e capacitação do tecido cultural, do gerar de oportunidades e estímulos à internacionalização da produção e à criação artísticas de base local, da criação de espaços e serviços que funcionem em rede, bem como através do promover da conexão entre artistas, agentes e profissionais de cultura, entre outros.
Podes conhecer a candidatura aqui.
A equipa da Braga27 foi composta por Cláudia Leite, na Coordenação Geral, Joana Meneses Fernandes, na Coordenação executiva, Ana Bragança, na consultoria do programa de mediação e comunidade, Cristina Farinha, enquanto Consultora Externa, Cláudia Cibrão, na Assessoria e Produção, Natacha Correia, na assistência de relações externas, Carolina Lapa, na coordenação de comunicação e Mariana Volz, na Assistência de Comunicação.
Évora
Baseada na herança cultural, intangibilidade e biodiversidade que definem este território, a candidatura Évora 2027 reclama para Évora, e para o Alentejo, um lugar próprio e central na formação de uma nova vaga para a Humanidade com a Cultura no centro.
Tendo como mote a palavra alentejana “vagar”, Évora 2027 pretende tornar a cidade e a região num centro de cultura e de pensamento sobre a ação da Humanidade a partir da cultura holística do Alentejo. O conceito é materializado através do programa cultural e artístico que reflete um processo de auscultação que foi desenvolvido na cidade e na região durante cerca de um ano e meio.
O programa da candidatura foi concebido tendo por base três eixos: a herança cultural, a intangibilidade e a biodiversidade.
Évora 2027 centra-se nos desafios que a sociedade partilha enquanto coletivo, partindo do território para abordar questões como as alterações climáticas, as migrações forçadas, a cooperação global ou até mesmo a transformação digital. A candidatura apresenta-se como uma oportunidade para reforçar o diálogo ativo do setor cultural e criativo local, criando pontes com outras áreas da sociedade, com o resto do país e com a Europa.
A candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura é promovida pela Comissão Executiva Évora 2027, liderada pela Câmara Municipal de Évora. Esta Comissão Executiva é ainda constituída pela Direção Regional de Cultura do Alentejo, Universidade de Évora, Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo, Turismo do Alentejo – ERT, Fundação Eugénio de Almeida e Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo – ARPTA.
Ponta Delgada
A candidatura enquanto cidade europeia da cultura 2027 pretende colocar Ponta Delgada como uma cidade europeia aberta ao mundo e os Açores como região na linha da frente das principais discussões do mundo contemporâneo e na implementação de políticas públicas culturais que contribuam para a coesão social e económica.
Natureza Humana é o conceito deste dossiê, considerando Natureza enquanto lugar e a palavra Humana como forma de designar Cultura.
Para a construção deste documento, a equipa coordenadora do Azores 2027 realizou um amplo processo de auscultação que passou por Ponta Delgada, pelos seis municípios da ilha de São Miguel e pelas nove ilhas dos Açores, envolvendo 400 artistas, agentes culturais, líderes comunitários, agentes de mudança, instituições, festivais e a sociedade civil.
O programa artístico e cultural divide-se em quatro eixos estratégicos: Arquipélago de Multiplicidade, Arquipélago de Participação, Arquipélago de Natureza e o Arquipélago da Europa e do Mundo.
O Arquipélago da Multiplicidade — que lida com singularidades, mobilidade e cooperação — visa a colaboração entre entidades e agentes culturais de Ponta Delgada, da ilha de São Miguel, do arquipélago e da Europa. Comunidade, laços de solidariedade, o poder do intercâmbio e partilha de bens serão uma realidade adquirida.
O Arquipélago da Participação — que lida com a acessibilidade, a capacitação e a democracia cultural — leva-nos a um futuro em que o setor cultural e criativo ganha voz e toma consciência dos desafios locais, contribuindo para um maior desenvolvimento e respeito pela diversidade, igualdade de género, inclusão e cocriação.
O Arquipélago da Natureza — que lida com o nosso ecossistema, o turismo lento e a investigação — guia-nos a um futuro de esperança e sustentabilidade ambiental, onde a preservação da biodiversidade ganha ímpeto através de práticas artísticas e culturais que acompanham a inovação do setor turístico.
O Arquipélago da Europa e do Mundo — que lida com as migrações, a diáspora, a História e o Património — transporta-nos para um futuro com ferramentas mais criativas capazes de decifrar a nossa história, o património imaterial, edificado e natural, novas experiências de visita e estadia e um sentido de cooperação com as nossas comunidades migrantes, bem como com o nosso continente.
Cada arquipélago propõe, assim, uma série de projetos artísticos e culturais de diferentes expressões, com o desafio de envolver, atrair e incorporar formas criativas de participação.
O objetivo passa por fazer da cultura um catalisador de transformação e desenvolvimento através dos setores turísticos, urbanos e sociais.
A próxima Capital Europeia da Cultura deverá ser anunciada entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real eram as 12 cidades a concurso para daqui a cinco anos serem o lugar por excelência da cultura, à semelhança do que já aconteceu com Guimarães, Porto e Lisboa.
Criada pela Comissão Europeia em 1985, esta ação tem como objetivo dinamizar as cidades como centros de vida cultural, social e económica.
