A segunda edição do evento internacional vai reunir autoridades locais, políticos e sociedade civil. Entre as atividades programadas destacam-se as mesas redondas e os workshops que têm como objetivo discutir um modelo de acolhimento baseado no “acesso universal aos direitos, a participação social e política e a promoção de um discurso positivo sobre as pessoas migrantes e a  interculturalidade”, lê-se no comunicado. Para além da defesa de políticas migratórias acolhedoras dos direitos humanos fundamentais, os organizadores pretendem ainda “fortalecer a Aliança” e “produzir uma agenda comum entre todos”, de forma a melhorar as políticas de acolhimento no mundo.

Através do encontro, a Aliança Migração procura também encontrar políticas alternativas de defesa dos direitos de migrantes. Paulo Illes é filósofo e ativista e um dos organizadores da Aliança Migração, contando já com uma longa trajetória internacional no trabalho sobre as migrações na Europa e na América Latina. “Queremos uma agenda de trabalho que permita sair da teoria para prática”, explica, “[queremos] fazer com que realmente haja um intercâmbio de aprendizagem entre todos os envolvidos e que possamos realmente promover políticas de defesa dos direitos dos migrantes”. 

No comunicado, os organizadores explicam que Portugal foi escolhido como sede do encontro devido à sua posição em relação à questão migratória. “Foi o primeiro país a adotar um plano nacional de implementação do Pacto Global para as Migrações, além de possuir um plano para a integração das pessoas migrantes”, lê-se. Já a escolha de Lisboa prende-se com o facto de esta ser uma cidade que “reafirma a sua interculturalidade e dá forma a este compromisso através da implementação de um Plano Municipal para a Integração dos Migrantes”.

Paulo Illes é, desde 2019, representante externo da O.C.U e refere que, no contexto da União Europeia, Portugal é um dos países que tem uma das políticas migratórias mais avançadas e estruturadas. “Tem o Alto Comissariado para as Migrações, tem todo um programa que é implementado através do Plano Nacional para Integração de Imigrantes, executado pelas autoridades locais, pelas câmaras municipais e pela sociedade civil”, assevera, “é um modelo bastante inspirador e também nos permite uma conexão com a região ibero-americana”.

O evento vai contar com a presença de Damien Carême, eurodeputado e co-presidente da ANVITA, Jeanne Barseghian, co-presidente da ANVITA, Carol Dartora, a primeira mulher negra deputada federal do Paraná, no Brasil, e Maria Dantas, única brasileira da história eleita deputada para o Congresso da Espanha e defensora dos direitos dos imigrantes.

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