Os Prémios Sophia Estudante — iniciativa da Academia Portuguesa de Cinema com apoio do ICA —vão anunciar no dia 13 de Dezembro, no Porto, os três vencedores de cada uma das cinco categorias que os compõe. Os 34 nomeados, estão divididos entre Animação, Documentário, Experimental, Ficção e Melhor Cartaz.
Nomeado para duas categorias com “No Fim do Mar”, João Monteiro, estudante da Escola Superior Artística do Porto, acredita que concursos deste género podem ajudar a legitimar o trabalho de jovens cineastas e que ao celebrar o cinema, se está a celebrar a cultura. Em entrevista ao Gerador diz que “quantos mais eventos destes existirem, maiores serão os recursos para a invasão cultural que o nosso país precisa” e, no que toca aos Prémios Sophia em particular, sente que "apesar de recentes, carregam um forte prestígio que oferece a qualquer jovem criador determinação, coragem e validação”.
João Monteiro quer chegar a todos com o cinema, trabalhando "por amor” e para uma “contribuição global”. “No Fim do Mar” é, nas suas palavras, “um filme-sonho”. É nessa lógica que vive, desde o processo criativo até à concepção.
Depois de iniciar a sua formação académica na Escola Artística de Soares dos Reis, João entrou na Escola Superior Artística do Porto — instituição a que está associado no concurso. Sobre o ensino em Portugal, no que toca à formação em Cinema, confessa que ainda não o sente bem preparado. Pensa que se "foge em demasia ao que deveria ser feito globalmente nas práticas artísticas, oferecendo uma base muito mais técnica do que estética aos alunos”, apesar de isso não se refletir diretamente na qualidade do cinema que, a seu ver, é do melhor que se faz na Europa actualmente. Esclarece onde, para si, reside o problema: “queremos criadores livres, mas falta-nos liberdade nas instituições académicas”.
O tema desta edição dos Prémios Sophia Estudante é “O Som no Cinema” e serve de ponto de partida para duas masterclasses dadas na manhã do dia 13 de Dezembro; uma com Nelson Ferreira, a outra com Tom Fleischmann.
Podes encontrar mais sobre o trabalho do João, aqui.