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Três novas exposições arrancam hoje no final da temporada deste ano do MAAT

Abrem esta quarta-feira ao público as três últimas exposições da programação de 2018 do Museu…

Texto de Gerador

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Abrem esta quarta-feira ao público as três últimas exposições da programação de 2018 do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT). Na reta final cultural deste ano, o museu da Fundação EDP apresenta “Linguistic Ground Zero”, uma exposição de João Louro com curadoria de David G. Torres, a inauguração do programa Video Room MAAT com “Scenario in the Shade”, uma mostra trazida pela dupla nova-iorquina Jonah Freeman e Justin Lowe, e ainda a exposição coletiva “Haus Wittgenstein”, com curadoria de Nuno Crespo.

O novo projeto de João Louro, “Linguistic Ground Zero”, toma lugar no Project Room do MAAT e consiste numa reprodução da bomba atómica que arrasou a cidade de Hiroshima, no ano de 1945. Além desta obra central, o projeto de investigação da exposição levou a que esta inclua ainda alguns desenhos e documentos no seu espaço.

Nesta mostra, João Louro reflete sobre este momento da História no qual a arte a sociedade parecem concordar com a necessidade de destruição. O artista transporta, assim, para esta sua reprodução, inscrições e textos que apelam à arte, à política, à cultura e às estratégias das vanguardas.
David G. Torres, curador da exposição, aponta para um foco desta exposição na interseção entre a “destruição física” e a “destruição simbólica”, com uma admiração partilhada entre a destruição e o desejo de renovação. Para o curador, o autor materializa esta mesma ideia, através do “grau zero do solo arrasado de Hiroxima versus o grau zero da linguagem num poema fonético de gritos e ruídos”, descritos no próprio nome deste projeto a solo de João Louro.

“Cenário na Sombra”, de John Freeman e Justin Lowe é a primeira exposição inserida no programa Video Room MAAT. A obra estreou-se na apresentação ao público em 2017, na Bienal de Istambul. Depois de ter passado por Copenhaga, na Dinamarca, a exposição chega agora à capital portuguesa. Com um formato inovador e um conteúdo bastante particular, “Cenário na Sombra” apresenta o mundo imaginário de “San San Metroplex”, um corredor urbano localizado na região costeira da Califórnia, nos Estados Unidos. Freeman e Lowe constroem um mundo paralelo que se articula entre cenários arquitetónicos, objetos e ainda uma trilogia de filmes realizados pela dupla de artistas ,“San San Trilogy” (2016), constituída pelas obras “The Floating Chain”, “Scenario in the Shade” e “Mercury City.”, que podem, nesta mostra, ser observados numa sala à parte.

Esta instalação ambiental imersiva traz à tona as noções de urbanismo hipertrópico, comunidade, ritual e psicofarmacologia e traduz-se numa totalidade de seis subculturas juvenis desta metrópole californiana ficcionada, que ganham vida uma em cada sala. A ideia para este universo representado na exposição teve origem na ideia expressa no livro “The Year 2000”, escrito em 1967 pelo futurista Herman Kahn. Nesta obra, o autor especula que a zona costeira entre San Diego e São Francisco se iria transformar numa metrópole gigante, a que chamou de “San San”, previsão essa que, na verdade, não veio a verificar-se.

A curadoria de “Cenário na Sombra” está a cargo de Pedro Gadanho e Rita Marques. O curador afirma que a exposição de Freeman e Lowe se revela “o projeto ideal para inaugurar uma nova série de exposições que exploram a ideia de vídeo expandido, obras que suplantam a mera projeção tradicional e se articulam com outros objetos artísticos em formato de instalação”.

A terceira exposição, “Haus Wittgenstein”, junta arte, arquitetura e filosofia, e tem como força motriz a comemoração dos 90 anos da Haus Wittgenstein, localizada na cidade austríaca de Viena. Com curadoria de Nuno Crespo, esta mostra propõe um regressar à Haus Wittgenstein por meio de obras criadas especialmente para a exposição, como as de Vasco Barata, Horácio Frutuoso, Luís Lázaro Matos, José Luís Quitério, Ângela Ferreira, Gil Heitor Cortesão, Ana de Almeida e Ricardo Carvalho, mas também um voltar a este lugar através de obras anteriores à exposição do museu, cujos autores foram tomados pelo efeito e fascínio face ao universo Wittgenstein.

A construção da Haus Wittgenstein foi encomendada, na Viena da primeira metade do século XX, por Margaret Stonborough-Wittgenstein ao arquiteto Paul Engelmann. Contudo, Margaret pediu ajuda neste empreendimento ao seu irmão Ludwig Wittgenstein, que veio a revelar-se a figura central do contexto e da história deste emblemático edifício. O projeto teve início em 1926 e terminou dois anos depois.

A casa Wittgenstein deu origem a um motivo de inspiração para bastantes artistas, arquitetos e escritores, e nunca se distanciou da polémica em que esteve envolta durante toda a sua construção, provocada pelos conflitos, histórias e relações que rodearam este lugar, e que se manteve até aos dias de hoje. A arquitetura que se observa na Kundmanngasse, onde a casa está localizada, é um elemento desencadeador de um intenso debate, nomeadamente devido aos temas, à obsessão pela pormenorização, simetria e rigor, assim como pelo abandono da lógica a favor de um confronto com o mundo, que marcaram o regresso de Ludwig Wittgenstein à filosofia na época da construção da casa, e também por todos os outros fatores que fazem com que, ainda hoje, a Haus Wittgenstein seja um caso de estudo.

Ao Gerador, Nuno Crespo afirma que a posição dos visitantes face ao que se pode observar nesta exposição sobre o universo da casa austríaca irá depender bastante das suas próprias identidades e modos de vida. Quanto aos objetivos de “Haus Wittgenstein”, o curador declara que se pretende, sobretudo, “estimular a criatividade sobre a figura de Wittgenstein”.

Entre os artistas participantes na exposição estão também nomes como Vitto Acconci, Robert Barry, Mel Bochner, Pedro Cabrita Reis, Nuno Cera, Luísa Cunha, João Paulo Feliciano, Joseph Kosuth, João Louro, Julião Sarmento e Lawrence Weiner.

O MAAT encontra-se aberto ao público todos os dias das 11h às 19h, com exceção das terças-feiras, dia de encerramento do museu.

Texto e fotografias de Carolina Gaspar

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