Não há mal em querer aguentar o que sofremos, cá dentro. O mal é achar que não sofremos fora de nós, ao mesmo tempo. Que não extravasa.
Não é contornável. Chega-nos ao cabelo e às unhas das mãos e dos pés. O corpo começa a ficar podre por não deixarmos circular o sangue, por enrigecermos os músculos e acrescentarmos tensão até à ponta da língua. Adoecemos.
Fechemos os olhos, cerremos as mãos e os dentes e continuaremos à mesma a não prestar atenção ao que sai de nós. Descontrolado.
Somos criaturas de impulsos. A velocidade a que as nossas emoções fogem de nós será sempre maior do que aquela que gostaríamos.
No entanto, e ainda que não represente uma solução definitiva, fiz uma descoberta positiva: ao reconhecermos o escape, a libertação será, no mínimo, muito mais fluída. De seguida abre-se um espaço novo, terreno virgem, onde podemos implantar uma nova ideia; a de que somos capazes de regular as nossas emoções, ao invés de sermos controlados por elas.
Há que tentar. Há que tentar e falhar e tentar novamente. E talvez desta forma consigamos não ficar velhos e doentes aos 40.