A cidade invicta vai acolher, de 19 a 22 de maio, o Porto Cello Festival, que não só terá “muita oferta musical vinda de todos os cantos do mundo”, como promete ficar marcado pela discussão de uma série de causas, como a sustentabilidade e a inclusão social.
“O Porto Cello Festival visa trazer para a cidade do Porto momentos de cultura, dinamismo comunitário e conhecimento, em que o principal foco é o violoncelo e a sua versatilidade”, explica a organização. O violoncelo será, assim, o foco, mas este evento não se esgotará aí. Antes, e “pensando na cidade como um todo”, o objetivo é aliar a música à história, à gastronomia, ao turismo e a um conjunto de causas – nomeadamente, a sustentabilidade –, que também subirão ao palco.
É que, este festival, além de contar com intérpretes “vindos de vários pontos do mundo” e com concertos temáticos, vai promover várias palestras, workshops e masterclasses. A organização detalha: “O festival pretende utilizar os palcos [também] para partilhar diferentes causas, desde a sustentabilidade ambiental à inclusão social”. Por exemplo, para o dia 21 está marcado um concerto do Ensemble de Violoncelos do Porto Cello Festival, que irá contar com a narração de Eduardo Rêgo e que terá como tema o mar e as consequências das alterações climáticas. O evento irá decorrer na sala de eventos do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.
Já no dia 22 irá realizar-se um concerto no átrio da Galeria da Biodiversidade, que terá como tema a perda de biodiversidade e “unirá a música eletrónica ao violoncelo e ao canto das baleias”. Ainda a pensar na sustentabilidade, o Porto Cello Festival irá promover, por exemplo, uma apanha de lixo na praia de Matosinhos, um “piquenique sustentável” e a recolha de roupas usadas e já não necessária, através de uma série de pontos. As peças serão, posteriormente, entregues a instituições.
No que diz respeito à música, destaque para a estreia de um conjunto de obras que foram encomendadas para a ensemble de violoncelos, que são inspiradas na temática do mar: arranjo do 1º andamento do "La Mer" de C. Debussy por Luís Carvalho e duas obras contemporâneas de Carlos Azevedo e Catarina Sá Ribeiro.
Entre os objetivos deste festival, está a criação de “um espaço dedicado à performance, à criatividade, ao contacto com novos públicos, à partilha da música, à vivência comunitária e inclusiva”, bem como a descentralização cultura, a procura por novos palcos, a desmistificação da música clássica, o destaque de projetos de voluntariado que promovem a inclusão social através da música, a criação de um elo entre a música e outras indústrias e conferir aos participantes “um conhecimento da cidade, do seu ambiente único e do património histórico e cultural”.
A direção artística do Porto Cello Festival está a cargo de Teresa Soares e Tiago Azevedo e Silva. Já a gestão do projeto é da responsabilidade de Vanessa Pires.