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O princípio de tudo, de onde partimos para o eu, para os outros e para o mundo.
Esta obra pertence a um conjunto de trabalhos intitulados “Black Works” que procuram utilizar a vertente ensaística, que a fotografia a preto e branco permite, reforçada mais ainda pelos fundos negros, como forma de explorar e pensar individualmente temas essenciais às práticas fotográficas no contexto das artes visuais. Pretendem ser signos e não símbolos, abrindo espaço para que o espectador decida o que estes significam, sem respostas erradas, partindo do objetivo para chegar ao subjetivo. Numa superfície espelhada, o espectador vê o seu próprio reflexo. Não é apenas o mercado que está em causa.
Tiago Leonardo (2000) vive e trabalha em Lisboa. É licenciado em Ciências da Arte e do Património na FBAUL, e frequenta atualmente o último ano do mestrado em Estética e Estudos Artísticos com especialização em cinema e fotografia (FCSH).
O seu trabalho tem vindo a refletir a fotografia e o fotográfico no contexto específico das artes visuais, revelando o privilégio da formação teórica à prática. Surge como uma ideia, sendo a prática a mera execução da mesma.
Ainda que com uma prática artística bastante recente, iniciada no ano de 2021, o artista conta já com diversas exposições coletivas, prémios e residências.
O experienciar de um lugar pelo ser humano é indissociável da sua vivência anterior e das relações profundas que procura estabelecer com o mesmo. Os romanos usavam o termo latim “Genius Loci” para definir espírito de um lugar habitado, a característica mística e efémera que nos faz sentir que lhe pertencemos.
“What is left” é um projeto fotográfico que procura explorar essa ideia de pertença a um lugar e a possibilidade de encontrar o sentimento de “casa” mesmo nos sítios onde menos se esperaria. A paisagem é o pretexto para um questionamento, onde o acaso se torna habitado e o banal se confunde com o magnífico.
É licenciado em Design de Comunicação (2015-2018) pela FBAUL, encontrando-se atualmente a realizar o curso de Projeto de fotografia e construção de um livro (2021-presente) no Atelier de Lisboa e um mestrado em Comunicação e Artes na NOVA FCSH (2022-presente).
Em 2022 realizou a Residência artística Serra do Açor (2022) orientada pelo artista Jem Southam. Em Novembro de 2021 recebeu uma menção honrosa na VII edição do Prémio de Fotografia de Sintra, participando na exposição das obras premiadas em Fevereiro de 2022 realizada no Museu das Artes de Sintra.
O design tem um papel fulcral na mudança de mentalidades, devendo ser um agente disruptivo na nossa sociedade conservadora. Assim surge a coleção Kinky Ceramics, que consiste em peças de tipologia tradicional, às quais são feitas modificações com artefactos de BDSM, usando o lado estético das mesmas, numa tentativa de desconstruir a barreira da aversão da sociedade, perante a cultura do fetiche.
Aproveitando a plasticidade das peças cerâmicas, são aplicados objetos Kinky, que apresentam assim diversas deformações, como se fossem partes do corpo.
Recém-licenciado em design industrial e atualmente a frequentar o mestrado em design de produto, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, na qual me encontro a desenvolver a minha tese. A minha investigação baseia-se no papel do design na nossa sociedade e em como este pode ser um agente transformador, numa procura por uma mentalidade mais progressista.
Considero-me uma pessoa ativista e com um grande espírito crítico em relação às problemáticas da sociedade e, por esse motivo, o meu trabalho projetual tende a ser de cariz de manifesto.
O projecto “Era (e é) uma vez o Vitória” é o 1º livro infantojuvenil sobre a história centenária do Vitória Sport Clube. Esta obra, independente, edição de autor(a), na qual a Catarina Peixoto é responsável pela ilustração, paginação e produção, pretende apresentar, de forma cativante e didáctica, o Vitória, a um público (bem) mais jovem.
A ilustradora e o autor Paulo César Gonçalves juntaram-se para proporcionar algo novo à população de uma cidade localizada a norte de Portugal, Guimarães. Acima de tudo, a obra trata do vínculo afectivo que une gerações.
A Catarina Peixoto nasceu em Guimarães em 1994, mestreou-se em ilustração na Escola Superior Artística de Guimarães (ESAG), licenciou-se em design gráfico e publicidade na Escola Superior de Estudos Industriais e Gestão (ESEIG) e frequentou o curso de design de comunicação na Escola Artística Soares dos Reis. Ao longo dos tempos tem vindo a colaborar em vários projetos. Em 2021 venceu o prémio de Jovens Criadores na categoria de ilustração e banda desenhada com o projeto Postais Ilustrados de Guimarães. Atualmente trabalha como freelancer, onde desempenha funções de ilustração e design gráfico.
“As Lavadeiras” trabalha a identidade local da aldeia do Olho Marinho, numa representação das mulheres que iam até à fonte para lavar as suas roupas. Este espaço é uma das principais atrações da terra, e este mural espelha a realidade diária lá passada em meados dos anos 50.
A cal surge como matéria prima, característica típica da vila de Óbidos, onde o tempo é médium. A efemeridade da obra resulta de fenómenos exteriores por nós artisticamente assumidos, que conferem ao mural agora e no pós-desenvolvimento o cariz dinâmico e evolutivo que o define.
Dafla é uma dupla formada em 2020 com o intuito de desenvolver pinturas murais. Composta por Flávia Martins de 23 anos, licenciada em Design Gráfico e Multimédia pela ESAD.cr, atualmente em mestrado na área da Educação em Artes Visuais na Universidade do Porto; e Daniela Fortunato de 23 anos, licenciada em Design Gráfico e Multimédia pela ESAD.cr, onde atualmente se encontra a terminar o mestrado na mesma área. Para além da arte urbana tem um gosto especial pela ilustração que conta levar longe futuramente.
Nas Caldas da Rainha existe ainda ativamente uma tradição que é única no país: a praça da fruta, um mercado diário ao ar livre, onde produtores locais vendem os seus produtos. Este conjunto de ilustrações pretende preservar e valorizar numa composição visual, este que é um exemplo de cultura local, da minha zona, que ainda conseguimos que se mantenha ativa.
O conjunto é composto por três ilustrações onde é possível observar a praça, desde o vendedor até à sua vista aérea, numa tentativa de transmitir o ambiente da mesma. Estas ilustrações foram desenvolvidas ao longo do ano de 2022.
Daniela Fortunato, 23 anos, natural de Caldas da Rainha. Licenciada em Design Gráfico e Multimédia pela Esad.CR, onde atualmente se encontra a terminar o mestrado também na área. Como principal hobbie, e a perspectivar ambiciosamente ser algo mais que apenas isso, tem a ilustração. Através dela pretende representar situações, ideias, pessoas, entre outros, através de um olhar colorido e amigável. Para além da ilustração, é membro da dupla DAFLA, que desde 2020 desenvolve pinturas murais.
A presente obra propõe um olhar atento e silencioso, de quem olha pela fechadura ou por trás do pano, como um voyeur e entra no privado, na intimidade do outro. Por ter sido pensada em co-autoria tem nela várias cargas simbólicas que se prendem com lugares íntimos, mas distintos ainda que com pontos comuns aos seus autores.
«Espero-te aqui, flutuante, envolta em nada. Quero-te todo. Corpo presente. Alma também. Os teus braços, o meu colo, o nosso calor fecundo. Aqui, mas fora disto tudo. Anda, espero-te aqui.»
Eva Couteiro nasceu em Dezembro de 1994, no Porto, Portugal. Licenciada em Artes Plásticas – Ramo de Escultura na Faculdade de Belas Artes do Porto, Portugal. Participa em exposições colectivas desde 2013. Vive em Ovar e actualmente conjuga a maternidade e a produção artística.
João Salgueiro Baptista (1994), português. Licenciado em Artes Plásticas no ramo de Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Tem um Master em Fotografia Artística pelo Instituto de Produção Cultural e Imagem. Vive e trabalha no Porto. É membro do Atelier Caldeiras.
A proposta ” SuperPower “, inspira-se na pressão, no ter sucesso, na síndrome de impostor. Através de uma linguagem que atua em diferentes planos, cria espaço para uma narrativa dupla e dividida na personagem, de emoções mistas, de uma eterna insatisfação, que se desdobra e supera para poder pertencer e acompanhar – como se tivesse super poderes. Há porém, em contraste e em concordância, o questionar diário na busca de uma transcendência, de um reconhecimento, que parece ser sempre impossível de alcançar.
Diariamente neste desencontro, neste contratempo, ambicionando o céu – contra o tempo, contra nós.
c’marie é Constança Bettencourt, uma artista plástica portuguesa que procura a sua expressão alternando entre desenho, escultura, pintura, aguarela e acrílico, pintura de murais e, mais recentemente, através da vertente digital. A sua identidade visual assume e mantém os traços iniciais da construção gráfica, as linhas exploratórias, em concordância e simultaneamente em contraste com a plasticidade da cor, aquando da captação de rostos, expressões e gestos.
Licenciou-se em Escultura pela FBAUL, integrou o programa Erasmus em Escultura, na Accademia di Belle Arti, Florença e é mestre em Artes Plásticas, ESAD.CR.
Histórias Viandantes é um projeto que mistura literatura, ilustração e arte urbana para tentar dar voz às ruas e pôr a cidade a contar-se a ela própria. A partir da recolha de histórias locais, fantasiaram-se os contos, que deram origem às ilustrações e acabaram nas paredes de algumas ruas, em Viana do Castelo. Em qualquer narrativa há um caminho: vamos do início para o fim, se não na história, no nosso entendimento no mínimo. Os contos aqui apresentadas são alguns desses caminhos.
Rui Coelho é natural de Viana do Castelo, formado em Biologia. Estudou também Ilustração, mas é na escrita que se sente realizado. Trabalhou como guia de natureza, numa ONG ambiental, entre várias outras coisas. Tem dois livros publicados (“A Migração das Alforrecas”, Livros Horizonte e “O Meu Amigo Ferrabrás”, Truz Truz Editora) e a felicidade de ter recebido alguns prémios literários (Nortear 2016, Branquinho da Fonseca: Literatura Infantil 2019, Jovens Criadores: Literatura 2021).
“A MEU VER #1” são quatro imagens pintadas do meu “ponto de vista”, isto é, do meu território-casa. O meu ponto de vista, não é apenas a posição de um corpo num espaço, mas sim do meu corpo – eu – e sim do meu espaço – uma rua com um nome de árvore, que serpenteia uma das montanhas do Gerês.
Estas pinturas recorreram ao ato da visão como mediador entre mim e os objetos criados, investigando e tentando entender a pintura como pura linguagem plástica e o espaço como objeto que se tenta reter. Pintar paisagem é um claro mecanismo de retenção de tempo.
Estudou pintura nas Beaux-Arts de Paris e na FBAUP – Porto onde recebe os Prémios de Incentivo e de Mérito. Participa desde 2017 em vários momentos expositivos, residências artísticas, nacionais e internacionais, destacando-se em Chã das Caldeiras (CV), Conceição das Crioulas (BR), Encontrarte (PT), Bienal de Vila Nova de Cerveira (PT).
Em 2021 cofunda o atelier O Bueiro, no Porto; com a exposição “Desculpa Mãe” é um dos vencedores do premio AJ da Millenium BCP e é convidado a integrar a coleção Rótulos de Artista da Herdade do Esporão. Colabora desde 2018 com os estúdios de design Eduardo Aires e Gémeo Luís.
Ecoa já sem teleponto na consciência coletiva que o amor é cego, é morte, ou que a lágrima é o seu sorriso; que é ferida que dói e não se sente. O instinto de sobrevivência e rejeição à dor parece adormecer quando a causa é o amor. Dopamina e oxitocina anestesiam a pele, mas a mente não sara. Através do encontro afetivo e efetivo entre corpo e matéria, “Ferida que dói e Ferida que não se sente” reflete sobre a natureza viciante do amor e figura a capacidade do ser humano de deixar marca. Numa dança em que o corpo chega, marca, e se vai, restam apenas os rastros das suas carícias, inscritos no espaço e na memória.
Inês Nêves (1995) é uma artista multidisciplinar. É licenciada em Design de Comunicação (FBAUP, Porto), mestrada em Arte e Design Têxtil (EKA, Talín), e tem formação informal em acrobática, dança, artes gráficas e mercados de arte. Inês realizou exposições, performances e residências artísticas em Portugal, Estónia e Suécia, e participou em conversas, publicações e conferências internacionais. Desde 2019, Inês tem vindo a integrar múltiplos projetos coletivos locais e internacionais como: mais uno +1, Artistas Anónimos, Vent Space Project, Residência Aberta Mart’s Garage e Rede de Jovens Investigadores KAIRÓS.
Altarino é uma coleção de três peças de cerâmica. Cada escultura exibe as suas próprias formas, cores e motivos, ao mesmo tempo que fazem parte do mesmo ambiente. Na sua relação com o sagrado e em busca de outra linguagem gráfica, a artista desenvolve um alfabeto composto por símbolos e padrões geométricos. Sensível à relação entre rito, crença e objecto arquitetónico, ficou fascinada com os altares presentes em cada esquina das ruas de Nápoles, que descobriu durante uma viagem. Entre figura e arquitetura, as cerâmicas de Altarino dão forma a novos arquétipos.
Mab.ko é uma artista plástica radicada no Porto, Portugal. Formada como arquiteta em França, a sua prática está integrada na investigação em escala de design e composição. Segue um protocolo de trabalho bidimensional no qual o desenho é o meio fundamental, bem como a questão dos padrões e formas arquetípicas. Envolve-se numa abordagem sistemática e ritualista onde cada pesquisa de desenho resulta numa colecção de ilustrações. O seu corpo de trabalho toma forma principalmente numa séries de objectos e pinturas que são tanto o aparelho como a própria obra de arte, provenientes de projecções directas das ilustrações.
Uma perspectiva sobre as vulnerabilidades do contexto atual e da sociedade contemporânea.
A tourada é defendida por ser arte e cultura. Uma “arte” que valoriza o sofrimento, a dor e tortura constante?
Esta obra foi criada como protesto contra a tourada, utilizando vários símbolos como a capa da muleta, o forcado e as “bandarilhas” espetadas na coluna, que muitas vezes são a última experiência que o touro tem, condenado à arena.
Nasci em Inglaterra, metade português, metade indonésio. Atualmente exploro o mundo criativo depois de ter terminado a licenciatura em Design Gráfico e Multimédia em Caldas da Rainha, Portugal. Para além de Designer, sou também dançarino de danças urbanas.
Traço, mancha, corpo e palavra.
Traços de Ser, de ser Pessoa.
“No fundo, não descobrimos na pessoa com doença mental nada de novo ou desconhecido. Encontramos nela a base da nossa própria natureza.”
– Carl Gustav Jung
Aos 5 anos, em Portimão, já desenhava o que observava. Aos 19 anos, em Lisboa, estuda Cenografia e Figurinos no Chapitô. Aos 23 anos, na Amadora, licencia-se em Design de Cena na Escola Superior de Teatro e Cinema.
De diário gráfico e caneta na mão perde a noção do tempo. Esboça o seu percurso nas artes performativas, visuais e plásticas, e é aqui que o sentido de comunidade passa a ser uma das suas singularidades. Actualmente é cenógrafa e/ou figurinista na Bolha, no GTT, na KILIG e no Teatro O Bando. Aos 27 anos, continua a descobrir o mundo ainda de diário e caneta na mão.
O imaginário medieval muitas vezes empregava-se de carácter lúdico e jocoso como ferramenta narrativa e crítica da sociedade e dos poderes instituídos. Nesta obra definem-se dois momentos: na parte superior, uma personificação da Ira montada sobre um Leopardo; na parte inferior, uma composição teatral barroca num formato de capitel medieval, dos efeitos da Ira e Cinismo sobre um “mundo ao contrário”, avesso.
Partindo para a cerâmica e pegando na sua história e relação com o brinquedo, como veículo para representação destes mundos. Pequenos teatros do mundo real e imaginado.
João Salgueiro Baptista (1994), português. Licenciado em Artes Plásticas no ramo de Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Tem um Master em Fotografia Artística pelo Instituto de Produção Cultural e Imagem. Vive e trabalha no Porto. É membro do Atelier Caldeiras.
Rodrigo Queirós nasceu e trabalha no Porto, procura da forma mais livre possível imagens através da pintura, escultura, desenho e gravura. Licenciado em Artes Plásticas – Escultura, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2016) e Ecole Nationale de Beaux Arts de Paris – licenciatura em Artes Plásticas (2017).
Hell´s Kitchen é um livro de ilustração, sem palavras, constituído por 10 páginas que depictam a esperançosa fuga de um pequeno diabo do seu inferno culinário. O livro foca-se na busca de ritmo e movimento e na rápida construção da narrativa, através de sequências que tentam provocar no leitor um sentimento de urgência e suspense, que tem fim numa atmosfera comico-irónica. Todo o trabalho foi feito em suporte digital.
Ricardo Rito é um ilustrador e concept artist alentejano baseado em Lisboa, onde vive e estuda presentemente. Licenciado em Desenho na Faculdade de Belas Artes da UL, é lá que se encontra a realizar o Mestrado na mesma área. O seu trabalho, em suporte quase exclusivamente digital, foca-se na criação de universos e personagens usados para compor narrativas, variando em estilo e contexto, sendo notória a influencia da cultura cinematográfica e dos videojogos.
Através de um estilo figurativo mas não realista, esta peça apresenta-se ao espetador como algo ambíguo.
Nesta peça, o tatu apresenta-se numa posição vulnerável e de perigo mas está a sorrir e de olhos fechados, concretizando-se assim num paradoxo. O animal ignora a sua situação de risco ao assumir uma postura descontraída, demonstrando-se recetivo ao espectador.
O facto da carapaça deste tatu apresentar um padrão constituído por bolinhas e formas abstratas e da peça ser toda branca, invoca a ideia de este não pertencer ao mundo animal, mas sim ao mundo artístico. O seu habitat é uma galeria e não a vegetação.
Madalena Hipólito, 1997. É Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes Lisboa. Em 2021 participou na exposição coletiva “Finalistas Pintura 2019.20” na Sociedade Nacional de Belas Artes, realizou uma exposição individual “Paródia” na Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva e foi-lhe atribuída uma menção honrosa na “1ª Bienal de Jovens Criadores de Mafra”. Em 2020 recebeu o prémio de pintura “Alunos da Fbaul na Ermida”, na Travessa da Ermida e em 2019 participou na exposição coletiva “A Ilustração na Obra de Irene Lisboa”, no centro cultural do Morgado.
A obra é composta por uma pedra encontrada em entulhos, com uma das suas faces pintada com tinta acrílica. “Ruderal” é o título da obra, e também o nome dado às comunidades ecológicas que se desenvolvem em ambientes perturbados pela ação humana, retrata o suspiro de beleza e o símbolo de resistência da natureza perante o descanso humano.
A pesquisa da artista através da arte urbana é redirecionar os olhares das pessoas para a vegetação sucumbida pela cidade, assim como as plantas ruderais, trazer cor e vida para os muros cinzas.
Giulia Yoshimura (Brasil,1997), residente em Portugal, com descendência japonesa, formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), e atualmente mestranda em Artes Plásticas na Universidade de Belas Artes do Porto, atua como artista plástica e muralista.
O seu envolvimento com a arte deu-se desde a infância, mas a sua trajetória profissional iniciou-se em 2015, encontrando na flora a sua inspiração e, dessa forma, mergulhando a sua produção na arte botânica. A sua obra procura, a partir de um olhar atento às peculiaridades da morfologia e fisiologia vegetal, relembrar a importância das plantas e flores, e a sua relação com os seres humanos.
A ideia é atual e torna-se premissa pela urgência: a atividade turística nas ilhas do arquipélago tem vindo a aumentar exponencialmente, o que, numa relação causa-efeito, se traduz (não exclusivamente) na urbanização das suas ambiências naturais. Esta invasão vem agitar, ainda que de forma gradual, a quietude e aparente estagnação que muitas vezes advém das próprias condições arquipelágica e periférica.
É neste contexto, tão novo e intenso, que surge uma necessidade (e obrigação) de rever as suas consequências, tanto positivas como negativas – especialmente em relação a uma objetificação das paisagens açorianas por parte de um mercado turístico em crescimento.
Nasci na ilha de São Miguel e aos dezoito anos segui rumo a Lisboa para estudar Pintura na Faculdade de Belas Artes. Fui selecionada para representar Portugal no Art Camp em Andorra (2016) e Malta (2017), ambos organizados pela UNESCO, proporcionando-me outras exposições coletivas nos continentes europeu e americano.
Em 2019, expus na Sociedade Nacional de Belas-Artes e venci os Prémios CAT apresentados na Casa das Artes de Tavira (Algarve). Atualmente, tenho patente a 3º exposição em nome próprio, “No futuro também se usavam pincéis”, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas.
“Os peixes grandes comem os pequenos” é uma crítica ao valor que damos atualmente à nossa pegada digital dentro de plataformas sociais. Aspiramos a ser como os “peixes grandes” que “comem os pequenos”, fazem-nos consumir e desejar ser como eles.
A nossa visão da sociedade e do que é “trendy” é alterada face ao que os utilizadores destas plataformas consideram como o correto. Consumimos a um nível exorbitante e destruidor a passos largos do nosso planeta (fast fashion). Perdemos a nossa essência e aquilo que nos torna únicos, para nos inserirmos nos padrões sociais.
Nascida em Ponta Delgada, licenciei-me em Design de comunicação pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2016-2019) e tirei uma Pós-Graduação em UX/UI Design pela mesma instituição (2020-2021).
As minhas obras tendem a ser uma reflexão dos meus sentimentos, dúvidas e curiosidades. Em paralelo com as minhas emoções, gosto sempre de fazer uma crítica social e consciencializar o observador face às suas atitudes e ao seu desempenho na sociedade. Inspirada por imagens fragmentadas que guardo na minha memória, crio representações de modo abstrato, como se de uma memória turva se tratasse.
Angústias, desafios e possibilidades entre o real e o imaginário, sobre o dia de amanhã.
Numa continuada reflexão acerca da relação entre o estilo de vida do homem moderno e o seu habitat, Nature The Artist, faz-nos embarcar numa viagem de constante questionamento acerca dos nossos atos e da sua continuidade no tempo, obrigando-nos também a questionar a nossa efemeridade em comparação com a prevalência do nosso poder material.
O ato de questionar a presunção artística de um autor que julgamos, enquanto espetador, poder personificar, obriga-nos também a questionar as próprias fronteiras do que julgamos serem definições inabaláveis; da mesma forma que julgamos inabalável o nosso especismo ou a nossa soberania sobre o meio envolvente.
Tomás João aka Nature the Artist começou a sua prática artística em 2016, através da pintura, fotografia, vídeo e instalação na rua. A natureza sempre foi a sua fonte de inspiração e os seus primeiros passos já tinham entranhados elementos do mundo natural.
Mas foi só mais tarde que decidiu dar à natureza o protagonismo completo, afastando-se assim do cunho de autor, e deixando que esse papel fosse assumido pelos processos naturais que acontecem sem intervenção do homem. Hoje o seu trabalho espelha fenómenos naturais que podem ser encontrados em grutas, florestas, no mar etc.
Numa continuada reflexão acerca da relação entre o estilo de vida do homem moderno e o seu habitat, Nature The Artist, faz-nos embarcar numa viagem de constante questionamento acerca dos nossos atos evocando a perspetiva da natureza sobre a nossa.
Nesta peça da série “Tree drawings”, uma árvore assume-se como a artista e ilustra as batalhas que a natureza trava contra uma humanidade desatenta e egocêntrica. Não serve apenas para invocar a interessante estética presente no mundo natural, mas tem como principal intenção sensibilizar o espectador na esperança que isso possa fazer a diferença na resolução destes problemas que tem como principal vítima o planeta Terra e toda a sua fauna e flora.
Tomás João aka Nature the Artist começou a sua prática artística em 2016, através da pintura, fotografia, vídeo e instalação na rua. A natureza sempre foi a sua fonte de inspiração e os seus primeiros passos já tinham entranhados elementos do mundo natural.
Mas foi só mais tarde que decidiu dar à natureza o protagonismo completo, afastando-se assim do cunho de autor, e deixando que esse papel fosse assumido pelos processos naturais que acontecem sem intervenção do homem. Hoje o seu trabalho espelha fenómenos naturais que podem ser encontrados em grutas, florestas, no mar etc.
Dispositivos para uma nova agenda (A caça) é um trabalho sobre a busca por um futuro.
A escultura foi concebida a partir da fisionomia de um fumo volumoso, mas que ao invés de se exibir de forma vertical em direção ao céu, dobra-se em quatro partes a partir do seu próprio eixo e assim fica estagnado no chão, proporcionando uma forma incógnita juntamente com a materialidade da fibra de vidro e da resina.
Tem como trilha sonora a primeira faixa do álbum Everywhere At The End Of Time, do The Caretaker, chamada “It’s just a burning memory”.
Fernando Moletta (1994, Brasil) é um artista visual ítalo-brasileiro graduado na Universidade Federal do Paraná (Brasil) e mestrado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (Portugal). O seu trabalho artístico provém da investigação dos fardos do modernismo na atualidade através do confronto de noções temporais que especulam sobre a falha, a biopolítica, a plasticidade alegórica e os ruídos tecnológicos. Esses conceitos pairam como espectros que articulam um corpo de trabalho híbrido entre vídeo, escultura e desenho.
É difícil não lembrar os bons tempos. Momentos que guardamos nos nossos corações. São recordações que se podem tornar dolorosas, ou por saudade, ou por perda. No entanto, há um tempo de luto e um tempo de luta. Recomeçar a vida na esperança de um novo dia.
Reminiscência procura ilustrar a dualidade e divergência de memórias. Uma recordação guardada inconscientemente, capaz de ser reconstituída pelas experiências vivenciadas ao longo do tempo.
Marisa Constantino licenciou-se em Design de Jogos Digitais no IPB, em 2017. Trabalhou na área de publicidade e pré-impressão e, neste momento, trabalha em Design e Web Design.
As suas habilidades artísticas advêm da sua paixão inerente pela ilustração de narrativas e personagens, de lhes dar vida e movimento. Interessa-se também pela modelação e impressão 3D e, mais recentemente, tem se debruçado em novas temáticas como a Inteligência artificial na produção de Arte Digital.
Diz que o seu estilo ainda está por definir, e que está em constante evolução, mas procura transmitir ideais e sentimentos na sua arte.
A passagem do tempo é o foco principal do projeto. Pode-se afirmar que é até a aparência dela que cria as obras envolvidas. Baseia-se assim num questionamento sobre onde o tempo começa e quando termina, a procura do momento em que se inserem novos ambientes e se influenciam novas funções, onde se reúnem as condições para a evocação de algo que se tornará irremediável.
O tempo procura ser esculpido, pintado e representado de modo físico ao materializar a deterioração de um organismo, de um ser ou o processo da mesma, encontrada em elementos naturais, especificamente o bolor.
Diana Gonçalves dos Santos nasceu em 2002, em Lisboa. Atualmente estuda Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Abrange as áreas de trabalho de pintura, instalação e escultura.
Participou nas exposições coletivas “12×12”, no mercado de Santa Clara (2021), “Pequenos formatos” na Galeria Monumental (2021), e em “Paisagens Comuns” na Quinta da Cruz em Viseu (2020). De momento vive e trabalha em Lisboa.
Plasticine apresenta-se num possível cenário de um museu de história natural, em que os seres (que se cruzam na interface natural/artificial), são fotografados por novas espécies não identificadas que se apresentam centenas de anos depois, testemunhando a influência extrema que o ser humano deixou no planeta após a sua extinção.
A exploração, modificação genética e desprezo pelas necessidades da Mãe Natureza, resultaram na extinção em massa de espécies e, consequentemente, a seleção das mais resistentes que têm agora uma aparência artificial e irreconhecível.
Dany Marques Ferreira tem 22 anos e desde cedo se mostrava uma criança criativa. Aos 8 anos surgiu a oportunidade de aprender pintura onde teve o primeiro contacto com esse mundo. No ensino secundário frequentou um curso profissional de artes do espetáculo, permitindo-lhe integrar emoções humanas na expressão artística. Atualmente frequenta a Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, onde desenvolve habilidades artísticas e técnicas e aprofunda conhecimentos em diversas áreas, que permitem manipular diferentes materiais e programas. Enquanto criador, interessa-lhe experimentar vários meios artísticos.
“Earth (hurt)” é um projeto artístico focado no Aquecimento Global, onde são exploradas e representadas as principais causas e efeitos da poluição e degradação do planeta provocadas pela mão do Homem.
Através de 8 fotografias macro, que se dividem nos 4 principais sistemas do planeta: Terra, Água, Gelo e Atmosfera, a autora cria um manifesto visual para a necessidade urgente de compreender a atual situação do nosso planeta e de agir ativamente de forma a diminuir a sua destruição. Esta obra é, então, uma resposta à questão: O que é o Aquecimento Global e qual o seu impacto no futuro do planeta e da humanidade?
Rute Silva é fotógrafa, videógrafa, designer de moda e apaixonada pela arte e por Lisboa, cidade onde vive. Desde nova integrou um grupo coral, escutismo, grupo de jovens e de voluntariado, onde realizou uma missão em Moçambique, em 2017, para ensinar corte e costura. Em 2020 licenciou-se em Fotografia e Cultura Visual no IADE, e atualmente é freelancer, trabalhando em fotografia e vídeo, com uma forte paixão pela fotografia documental e fotojornalismo. Rute acredita no poder que a arte tem para despertar uma mudança positiva nos outros, por isso, o seu propósito é poder partilhar histórias únicas a cada clique.
O videoarte “Eu, que ignoro tantas coisas, sei que ignoro uma a mais” baseia-se num conto da escritora brasileira Vilma Aguiar. O filme articula-se entre as intersecções do real e do virtual para especular sobre os fantasmas do passado e do futuro perdido através de um presente anónimo.
Fernando Moletta (1994, Brasil) é um artista visual ítalo-brasileiro graduado na Universidade Federal do Paraná (Brasil) e mestrado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (Portugal). O seu trabalho artístico provém da investigação dos fardos do modernismo na atualidade através do confronto de noções temporais que especulam sobre a falha, a biopolítica, a plasticidade alegórica e os ruídos tecnológicos. Esses conceitos pairam como espectros que articulam um corpo de trabalho híbrido entre vídeo, escultura e desenho.
“The Ghost Of” é um projeto que procura dar voz ao movimento da libertação animal através da arte da ilustração e poesia. Procura sensibilizar a humanidade para o abuso de animais, financiado e escondido por entidades no poder, bem como expor as práticas e as mentiras da indústria da exploração animal.
Cada uma das ilustrações elaboradas em contexto digital representa o fantasma de um animal que foi durante a sua vida explorado e/ou mal tratado. É ainda acompanhada por um poema escrito do ponto de vista desse mesmo ser.
Sou uma ilustradora, autora e designer gráfica em constante procura de novos desafios e com vontade de deixar no mundo um impacto positivo através do meu trabalho. Mantenho-me fiel aos meus valores, quer a nível pessoal, quer profissional, procurando oportunidades que me permitam advocar causas em que acredito através de projetos profissionais.
Ocaso compreende-se no momento do pôr-do-sol, no qual a paisagem é lentamente invadida e preenchida pelo negrume da noite.
A obra acompanha esta ténue transição que se desenrola em cinco momentos, demonstrando, de forma pausada, como a luz influencia a nossa perceção do espaço. Também representa um conjunto de fragmentos de uma memória individual e, ao mesmo tempo, coletiva, que dá a oportunidade e convida o espectador não só a complementá-la, mas ainda a habitá-la. Assim, a obra torna-se num íntimo ponto de encontro neste novo espaço-tempo.
Ana Inácio (1999) é natural da Amadora, Portugal. É licenciada em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da ULisboa (2017-2020) e mestre em Ensino de Artes Visuais (2020-2022) pelo Instituto de Educação da ULisboa.
Na sua prática artística procura explorar e articular temas relacionados com a efemeridade, memória e o binómio presença vs. ausência, incidindo sobre eles especialmente através da fotografia nos seus vários domínios – desde digital a analógico e experimental. Desde 2021 que integra exposições, das quais se destaca a Jov’Arte 2021 e a XII Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde.
Horizonte é um projeto em desenvolvimento que aborda os binómios abstrato vs. figurativo, a imaterialidade e o poder do imaginário.
A obra é um arquivo de paisagens do litoral de Sintra. Nas imagens encontram-se paisagens dissipadas, dissolvidas em escalas de cor e de luz. Elas são vestígios da realidade, fragmentos que remetem para uma dimensão imaterial e inatingível que apenas o espectador pode completar com o seu próprio imaginário. Através do espaço liminal em que a obra se situa, e pela ausência de figuração, torna-se possível unir experiências individuais e criar uma memória coletiva destes não-lugares.
Ana Inácio (1999) é natural da Amadora, Portugal. É licenciada em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da ULisboa (2017-2020) e mestre em Ensino de Artes Visuais (2020-2022) pelo Instituto de Educação da ULisboa.
Na sua prática artística procura explorar e articular temas relacionados com a efemeridade, memória e o binómio presença vs. ausência, incidindo sobre eles especialmente através da fotografia nos seus vários domínios – desde digital a analógico e experimental. Desde 2021 que integra exposições, das quais se destaca a Jov’Arte 2021 e a XII Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde.
Hipóteses para novos inícios, para a construção de lugares depois do futuro.
Concebi esta instalação têxtil orgânica com o objetivo de repensar e refazer a minha ligação com o mundo. O meu processo metodológico teve como base várias práticas de atenção e valorização da Natureza no espaço urbano. Simultaneamente, recolhi matéria orgânica, pequenos objetos do dia a dia e pensamentos, albergando-os numa base de fibras vegetais.
Caminhei, teci, tingi, estampei o tempo que entre-teci com os lugares que visitei e plantei sementes de memórias que colherei no futuro. Apesar de tridimensional, este diário lê-se como a escrita ocidental: da esquerda para a direita, de cima para baixo.
Nasci e cresci em Cacilhas, na casa que os meus pais têm nas nuvens. Acabei o secundário no curso de Têxteis na escola Artística António Arroio e atualmente estudo Fine Arts.
Tenho 18 anos e nunca parei de brincar com as miniaturas que a minha avó guarda na vitrine da sala, nem de andar com um diário gráfico atrás.
Sou fascinada por objetos perdidos e por coisas que os meus amigos consideram lixo. As minhas práticas de reutilização e reciclagem fazem-me experimentar e re-descobrir coisas simples todos os dias.
A comunicação é uma componente integrante do ser social que é o Homem, manifestando-se em múltiplos meios de expressão. A sua complexidade é algo com que nos deparamos diariamente, em especial quando esta falha.
Já todos experienciámos incompreensão que resultou em infelizes situações. O mal entendido nasce da qualidade subjectiva da comunicação, deixando-a vulnerável a uma análise das partes envolvidas.
Esta obra pretende, num tom cómico, que remete para o jogo do Telefone estragado, que o espectador, de um modo interactivo, explore a pluralidade narrativa que pode resultar destas diferentes interpretações.
Rita Romeiras (Lisboa, 1996), conhecida como Rita Comedida, é artista, formada em pintura pela faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. É através do desenho e pintura que expressa aquelas que são vivências próprias, autobiográficas e muitas vezes auto-críticas — mas que ao mesmo tempo espelham o desespero e humor de uma geração.
Tocando em temas como a precariedade, o processo criativo ou simplesmente a ansiedade de existir como jovem num mundo à beira do colapso, a personagem que é tanto a Rita como qualquer um de nós ri-se da sua própria miséria numa linguagem de nativo digital.
Numa sociedade caracterizada pelo desejo de prolongar ao infinito a juventude, a representação da conclusão do ciclo de vida passa a ser vista como um fracasso e, por isso, deve ser evitada. Contudo, se não temos a capacidade para definir os limites da nossa própria vida, como é que nos podemos relacionar com ela e connosco?
Dos sentimentos que surgiram após a morte do meu pai, que me obrigaram a refletir acerca das limitações da existência humana, resultou o presente projeto que procura retratar a forma como lidamos com a perda de alguém e com a consciência da nossa própria finitude.
Artista visual natural do Porto, licenciada em Tecnologias da Comunicação Audiovisual e com o Master em Fotografia Artística.
Já expôs o seu trabalho nos Encontros da Imagem, CPF, Palácio das Artes, Galeria Municipal Vieira da Silva, entre outros. Mais recentemente foi selecionada para a leitura de portfólios com Jim Goldberg e Alessandra Sanguinetti, para o livro “FRESH EYES 2022” pela GUP Magazine e participou na publicação do livro “Rostos da Maré”.
Tempo, memória e ausência são a matriz e o suporte do meu trabalho, que se caracteriza por uma forte vertente autobiográfica.
Vês, Enterras, Dominas, Humano. Algo na vitrine me diz que o que lá está dentro é importante. Ela organiza-se como eu: Cabeça, Coração, Pernas. Somos ambas a mesma Humanidade. Estudas, Desenterras, Expões (te).
Os motivos antropomórficos conjugam-se aos pares. O ser olha para o outro, criam em conjunto. Crânio e as Placas fazem referência a rituais funerários pré-históricos, e representam a autoconsciência humana. Exploramos a matéria. Nas peças de revolução sente-se a construção, evolução e aperfeiçoamento de objetos ao longo da história. Arte é o Humano em contacto com ele mesmo, com o outro e com o Mundo.
Nascida em Almada, atravessou o rio todos os dias durante 3 anos e em 2022 acabou o curso de Produção Artística-Cerâmica na Escola Artística António Arroio, em Lisboa, renovando a memória de infância de brincar com o barro do quintal dos avós. Com interesse no Homo-sapiens desenvolve uma pesquisa antropológica. Atualmente estuda Fine Arts na Academia Willem de Kooning , em Roterdão para onde voou com a irmã no plano da descoberta e redefinição das belas artes.
Realizada em colaboração com A Avó Veio Trabalhar, esta peça analisa e reflete sobre o papel da matéria na procura da tateabilidade da memória, recorrendo a linguagens conceptuais e a um material tão doméstico e português, que expande a experiência táctil à emocional. Resgata um espaço sensorial em resposta à inquietação do reviver do passado. Para além de exibir uma coleção de memórias muito íntimas, também procura proporcionar uma partilha: histórias que prevalecem entre gerações, entre mulheres, entre sabedorias passadas e presentes, sobre o que significa o caminho para casa, para cada um de nós.
Carolina vive e trabalha entre Lisboa e Porto. Nasceu em 1997. O seu trabalho desenvolve-se maioritariamente dentro dos campos da nostalgia, memória, e tato – e como estes se parecem traduzir em diferentes plasticidades. O poder do toque e do têxtil é uma parte inerente do que cria e constrói. Casas, lugares, ambientes. A trama física e metafórica foi o veículo que encontrou para organizar o caos: seja essa a trama do tecido, a dos cadernos, ou a das toalhas – ao entrelaçar material e realidade, ela cria lugares, mede o tempo e organiza a narrativa.
Totem é um conjunto de cinco esculturas feitas de papel, areia e acrílico. Cada escultura tem as suas próprias cores e padrões, conferindo-lhes um carácter único e distinto. As silhuetas geométricas fazem lembrar tanto estruturas arquitetónicas como figuras sagradas. De facto, ao desenvolver o vocabulário da sua própria mitologia, a artista constitui uma linguagem através de uma coleção de símbolos, ícones, santuários…Tal como os fetiches, estas esculturas de tamanho humano foram concebidas como objetos de proteção, emblemas sagrados, que convidam à contemplação.
Mab.ko é uma artista plástica radicada no Porto, Portugal. Formada como arquiteta em França, a sua prática está integrada na investigação em escala de design e composição. Segue um protocolo de trabalho bidimensional no qual o desenho é o meio fundamental, bem como a questão dos padrões e formas arquetípicas. Envolve-se numa abordagem sistemática e ritualista onde cada pesquisa de desenho resulta numa colecção de ilustrações. O seu corpo de trabalho toma forma principalmente numa séries de objectos e pinturas que são tanto o aparelho como a própria obra de arte, provenientes de projecções directas das ilustrações.
“Estudos sobre propriedade” é um trabalho que surge de uma reflexão sobre o que é a posse. Quando falamos de posses, as questões que primeiro suscitam interesse são as de posses intelectuais, memórias e de identidade. Mas não serão também os objectos, fronteiras, gradeamentos algo que está intrinsecamente ligado a estas memórias? Num mundo onde cada vez existe mais conflito no que toca a posses, sejam estas pessoais, estatais, universais, encontramos aqui um compasso de pausa. Esta noção de pausa parece sempre provir de um elemento comum, a natureza , que olha com serenidade o progresso e regresso humano.
Guilherme Proença reside em Lisboa. Licenciado em Arte e Multimédia na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2017–2020).
Como projecto artístico tem vindo a desenvolver estudos fotográficos que contrapõem cores fortes e enquadramentos rígidos, explorando as relações entre a natureza e a pegada humana.
“Não paisagem, não pintura” provem da junção, aquando do uso de uma matéria orgânica como o barro, material base desta obra, e de outros meios de criar texturas naturais provenientes da marca natural que esses objetos exercem sobre o barro.
Neste painel é notório a mistura entre os padrões que a mão humana imprime e outros materiais orgânicos, como troncos, conchas, pedras, entre outros.
Uma dança entre matéria palpável e o vazio de algo que já tocou nessa massa, como uma pegada, um rasto um marco que é a nossa própria vida.
Inês Paixão, licenciada em escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa (FBAUL), esteve durante 1 ano na Polónia no programa Erasmus.
Participou em várias exposições coletivas e individuais e obras de escultura pública. Foca-se em várias disciplinas artísticas, escultura, como principal, fotografia, pintura e arte pública.
A artista plástica cria através das suas obras uma simbiose entre o corpo humano e os corpos orgânicos encontrados na natureza, como uma chamada de atenção para a coabitação entre o humano e o meio envolvente, refletindo assim, a sua paixão, contemplação e admiração.
O paginário é uma obra visual (de longe) e uma obra textual (de perto). Coberta por páginas de livros (selecionadas, digitalizadas e fotocopiadas), a parede torna-se num mosaico artístico e literário sobre o tema da noite, no qual o público é convidado a intervir (sublinhando, escrevendo, desenhando). As mil e duas noites reverberam a voz de Sherazade. Hábil contadora de histórias que, com a arte da palavra, retarda a sua morte na presença do sultão. Se a noite é sinónimo de perigo, Sherazade prova que também é espaço de resistência através da arte. Afinal, que textos escolheríamos para atravessar mais uma noite?
Mafalda Lalanda (Portugal), Elizama Almeida (Brasil) e Elena Soressi (Itália) são criadoras de projetos interartes, na fronteira entre a arte e a literatura. São investigadoras de doutoramento em Materialidades da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e colaboram no laboratório experimental de humanidades MATLIT LAB. Em 2022, integraram a bienal de arte contemporânea de Coimbra (AnoZero) com duas intervenções artísticas. Ainda recentemente, Mafalda e Elizama criaram uma leitura pública a partir dos registos dos autos de fé das mulheres condenadas pela Inquisição.
Como a arte acompanha o digital, também ela deve acompanhar a atualidade. Habituados a procurar no passado padrões para resultados futuros, muito limitados fomos quando tão brutalmente distorceu-se a realidade “perfeita” por causa de um vírus e uma guerra na Europa. Esta obra visa comunicar, com recurso à inteligência Artificial, o OUTCOME da Guerra entre a Rússia e a Ucrânia – deixando a imagem transmitir a singularidade do resultado.
O autor, licenciado em Gestão de Atividades Turísticas, é aficionado pela arte, cultura e tecnologia. Participa ativa e criativamente em diversos projetos pessoais, profissionais e académicos.
Escultura em madeira pintada como simulacro de estar queimada, é uma manifestação direta da mitologia alemã (queima e lignificação) através da representação da purificação da matéria como caminho para a dimensão espiritual. Fazendo uma passagem entre a escultura e o desenho, esta forma antropomórfica procura simular nela esta representação da cinza, como renascimento. A obra é feita através da reutilização de perfis de madeira para construção, cuja poética do material reflete uma consciência ambiental e que confere a solidez da estrutura (exterior), que contrasta com o seu vazio interior.
Luísa Barros Amaral [1992]. Escultora, Professora e Arte Educadora. Vive e trabalha em Lisboa. Do seu percurso destacam-se o Memorial a José Afonso [Lisboa, 2017] e a participação nas exposições coletivas (seleção) Bienal de Arte Jovem [Vila Verde, 2022]; Art’In Lima – Mostra Internacional de Arte Contemporânea [Ponte de Lima, 2022]; XVII Prémio de Pintura e Escultura – D. Fernando II [Sintra, 2022]; Corrente de Ar – Vol. I – Príncipe Real [Lisboa, 2021]; I Will Take The Risk, Azan Contemporary | Tomaz Hipólito Studio [Lisboa, 2020], Eidolon, com Rui Freitas Ferreira, no Museu Geológico de Lisboa [Lisboa, 2018].
Há histórias escondidas na cor que passa pelo nosso dia a dia às quais dificilmente teremos acesso. Quando comecei a fotografar em torno da cor, quis cristalizar os momentos do quotidiano que são movidos pelo pigmento e elevá-los a um nível artístico. Não é apenas sobre estética, também é sobre intenção.
Espectro surge da vontade de levar um projeto aparentemente fechado no formato de livro a um outro nível. Abrir-lhe todas as portas e janelas. É também a manifestação da vontade de levar a fotografia para outro registo e brincar com as escalas.
Matilde Cunha é uma jovem fotógrafa nascida em 1996 no Porto. Frequentou a Escola Artística Soares dos Reis onde se especializou em fotografia. Dividida entre o Porto e Lisboa, estudou fotografia no IADE e completou o curso avançado em fotografia no Ar.co. Neste momento encontra-se no Porto, onde vive e trabalha como freelancer. O seu trabalho em geral reflete uma preocupação minuciosa com a relação entre a forma e a cor.