Esta foi a nossa pergunta de arranque, quando começámos a refletir sobre este tema. Se a cultura é a melhor expressão da humanidade, então, naturalmente, deve participar neste esforço de mudança e consciencialização. Queremos, por isso, juntar-nos a artistas, entidades e espaços culturais de todo o país num esforço conjunto para que tenhamos a sustentabilidade e a resiliência no topo das prioridades.
Acreditamos que a cultura deve ter um papel crítico na sensibilização ambiental. Tanto na forma de se reinventar no seu dia-a-dia, como no que pode inspirar a sociedade. O Sobressalto é o projeto que pretende ajudar a fazer essa transição gradual, fornecendo ferramentas e promovendo reflexões e debates junto do ecossistema cultural.
Começámos, por isso, no Gerador, por olhar para dentro e dar já pequenos passos neste sentido. Estamos ainda a aprender e temos muito para fazer mas, nesta página, podes descobrir o que já começámos por implementar, os passos que vamos dar a seguir e, por fim, os conteúdos que vamos publicando sobre sustentabilidade.
Um projeto de
Com o apoio de
Começámos por implementar já um conjunto de ideias que endereçam a comunidade cultural, os nossos leitores e seguidores. São pequenos passos que podes descobrir aqui em baixo.
Queremos apoiar a comunidade cultural nesta transição verde com um conjunto de reflexões, recomendações e ferramentas. No botão em baixo, podes descarregar um documento com propostas de boas práticas ambientais para artistas e autores. Estamos a trabalhar para partilhar, progressivamente, mais informação e mais consequente para a comunidade cultural.
Estamos, continuamente, a reunir um conjunto de ferramentas que possam ser úteis para a transição sustentável dos agentes culturais. Divulgamos aqui um novo documento, desta vez dedicado a boas práticas ambientais direcionadas, mais especificamente, para entidades e espaços culturais.
Divulgamos os resultados de uma sondagem sobre práticas artísticas sustentáveis, realizada pelo projecto villa villa. Este é um programa de residências artísticas ambientalmente conscientes que está sediado em Portugal e que se dedica a apoiar artistas contemporâneos e curadores no processo de tornarem as suas práticas de estúdio mais ecológicas. Nesta sondagem, o villa villa apurou quais as motivações e os obstáculos que os artistas encontram ao tentarem reduzir o seu impacto ambiental e reuniu ainda um extenso conjunto de dicas que pretendem ser úteis a outros artistas. O documento encontra-se em Inglês.
A partir de 2021, o ambiente e a sustentabilidade passam a ser uma dimensão crítica da estratégia editorial do Gerador. Neste sentido, a sustentabilidade irá estar cada vez mais presente nos nossos conteúdos, tanto aqui no site, como na Revista Gerador. Procuramos, assim, trazer frequentemente este assunto para primeiro plano, mesmo quando não ligado à cultura, de forma a informar a nossa audiência dos novos desafios ambientais a que estamos sujeitos.
Na Academia Gerador dedicamos uma boa parte do tempo à recolha de dados, análise e publicação regular de informação sobre a situação cultural no país. Desde 2019 que publicamos o estudo anual Barómetro da Cultura, onde analisamos a percepção dos portugueses sobre a cultura em Portugal. A partir de agora a relação com a sustentabilidade estará, também, presente na nossa investigação, quer através do Barómetro ou de novos estudos dedicados.
A Academia Gerador é um espaço de ensino e conhecimento vocacionado para a dimensão prática, com cursos de 15 horas e 25 horas e workshops de curta duração, destinados à comunidade cultural e artística. Lançámos já formações onde a sustentabilidade é protagonista e queremos revelar cada vez mais cursos e workshops dedicados a este assunto.
Estamos a rever os processos à volta da criação e produção da Revista Gerador. Desde fevereiro de 2021 que a revista passou a ser impressa em papel reciclado. Mas não ficámos por aqui. Lançámos, também, em junho de 2021 uma edição digital da revista e deixámos de vender nos pontos de venda habituais, que nos exigiam viagens constantes para garantir a distribuição. A revista pode ser comprada na nossa loja online.
A sustentabilidade é uma preocupação interna há algum tempo, com o Sobressalto demos os primeiros passos para uma estratégia clara. Foi tempo de olhar para dentro, aprender e repensar, gradualmente, a forma como trabalhamos. Dos materiais de comunicação que produzimos, aos nossos eventos, condições do escritório até à relação com os artistas. Temos ainda um caminho longo para percorrer mas estamos comprometidos com ele.
O compromisso com a sustentabilidade é definitivo. Queremos, por isso, ser melhores dentro do Gerador, apresentar novas ideias, produzir novos conteúdos, aprofundar conhecimentos e estabelecer parcerias nacionais e internacionais, cada vez mais consequentes para o setor cultural.
Ambicionamos disponibilizar um serviço de apoio técnico para todos os agentes culturais. Este gabinete contará com uma equipa multidisciplinar que fará visitas a espaços e entidades culturais de forma a avaliar e poder sugerir alterações, personalizadas, para que o impacto ambiental seja cada vez menor.
Descobre aqui as notícias, reportagens, entrevistas e muitos outros conteúdos que aliam a cultura ao ambiente
Tal como nas anteriores revoluções industriais, a Revolução Verde – a atual revolução industrial -…
Durante cerca de 170 anos, a mina de carvão de São Pedro da Cova alimentou a produção de energia a vapor e de energia elétrica. Desta vila de Gondomar chegou a sair 70 % de toda a produção de carvão do país. Uma boa parte nem sequer precisava de deixar o município – era a matéria-prima da Central Termoelétrica da Tapada do Outeiro. São Pedro da Cova e o Couto Mineiro do Pejão, em Castelo de Paiva, foram as maiores explorações da Bacia Carbonífera do Douro.
São cada vez mais evidentes os efeitos das alterações climáticas, mas também as consequências da ação humana na natureza. Cenários como o aumento das temperaturas, secas severas e prolongadas ou a degradação dos solos têm-nos alertado para a necessidade de uma mudança de paradigma na agricultura convencional. Neste cenário, um “novo” tipo de agricultura, que está ainda a dar os primeiros passos no Mediterrâneo, reintroduz as árvores como elemento-chave para a sustentabilidade do processo e ecossistema.
A renaturalização baseia-se na filosofia de criar tempo, espaço e recursos para que um ecossistema se regenere autonomamente. Há uma motivação moral por trás desta intervenção. Esta estratégia da Rewilding Portugal, aplicada na região do Grande Vale do Côa, não é alienada das preocupações das comunidades. Recriar a coexistência entre ser humano e vida selvagem é o ponto de partida para fomentar uma oportunidade futura de partilhas e trocas, em ecossistemas mais resilientes.
A cada ano, mais de 21 milhões de pessoas são forçadas a abandonar o seu lar e deslocar-se por causa dos perigos das alterações climáticas. Secas, cheias, tempestades devastadoras e o aumento do nível do mar são ameaças cada vez mais recorrentes. Para onde vão os migrantes climáticos?
Descomplicar as regras da reciclagem de resíduos orgânicos e formar ninjas da compostagem é a missão da Mudatuga, start-up fundada em 2020, em Coimbra. Fomos recebidos na casa da cofundadora e diretora-executiva Carolina Bianchi, que nos explicou o movimento pelo fim dos aterros sanitários e a urgência de mudar os hábitos individualistas da nossa sociedade para efetivamente combater as alterações climáticas.
O que acontece quando já não existem suficientes abelhas para polinizar as paisagens? Porque é que este ser tão pequeno tem uma relevância tão grande?
Este fim de semana, 10 e 11 de dezembro, a Serra da Argemela e as aldeias de Barco e Silvares, junto ao Rio Zêzere, acolhem a primeira edição do Festival da Montanha. Perante a ameaça de uma mina de lítio a céu aberto, habitantes e visitantes juntam-se no Dia Internacional da Montanha, para celebrar a natureza e proteger o equilíbrio que aqui mora.
A seca foi um problema bem visível este ano, e a relação entre Portugal e Espanha adensou-se. Grande parte da população desconhece os rios, e a política não atribui importância suficiente aos problemas da qualidade da água. Todavia, para a proteção dos rios e a resiliência aos efeitos das alterações climáticas, só a sinergia entre os dois países funcionará. “Que a água seja aquilo que nos une e não que nos separa!”
A comunidade científica anda a avisar há décadas, mas foi o ano de 2019 que ficou marcado pelo despertar do mundo para a gravidade da crise climática. Greta Thunberg, o movimento estudantil que inspirou e os ativistas da Extinction Rebellion foram essenciais para esta chamada para a ação global. A crise climática é a maior crise do nosso tempo (ou até mesmo a maior que a humanidade já enfrentou), mas o mundo tem vindo a enfrentar crises sem precedentes desde 2020, e é fácil deixar o clima passar para segundo plano quando as dificuldades estão por toda a parte.
Os alarmes já se fazem ouvir. Há escassez de água um pouco por todo o país. Especialistas prevêem que, sobretudo a sul, as alterações climáticas provoquem períodos de seca cada vez mais frequentes, mas também mais prolongados. No sudoeste alentejano, a situação tem levado várias entidades a adensar as críticas contra as explorações agrícolas intensivas que, na última década, têm aumentado de área em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Aquando da realização desta reportagem, a Barragem de Santa Clara, que abastece o Perímetro de Regadio do Mira, no concelho Odemira, encontrava-se em “volume morto”. O que esperam os agentes do território para os próximos anos?
Escolher um destino de viagem com base na qualidade da água e do ar poderá ser uma realidade em breve devido à GTS Space Technologies, uma empresa criada em Portugal por Fernando Bebiano, Gustavo Dalmarco e Jonatan Domènech. Conversámos com a equipa de especialistas que, através de imagens de satélite, espera auxiliar autarquias a monitorizar os seus índices de poluição.