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Cruzamento Disciplinar
Izzy Benigno
Terra (Re) Imaginada
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Cruzamento Disciplinar
Mariana Bonito
(NINHO) – Não sei para onde vou/ Indo logo descobrirei/ Nunca sou quem fui/ Há lugares/ Onde nunca serei
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Fotografia
Marco Nunes
Sago
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Fotografia
Patrícia Diana Machado Azevedo
Todos os Bichos Têm Coração
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Joalharia
Lia Nogueira
Flora
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Pintura
Tomás Toste
Era para ser um Jardim
ARTISTA
Izzy Benigno é artista multidisciplinar e diretora criativa amazônida, atuando entre Berlim e Portugal. A partir de diferentes linguagens visuais e tecnológicas, cria espaços híbridos por meio de mídias mistas, como instalações, esculturas e videomapping — ambientes que funcionam como portais metafísicos. Sua prática utiliza o conhecimento ancestral como uma tecnologia para escutar a sociedade e decodificar a paisagem urbana.
A OBRA
Terra (Re)imaginada é uma instalação híbrida que combina ambientes digitais e objetos matéricos, ao mesmo tempo que estabelece um diálogo entre narrativas de Belém do Pará e paisagens de Aveiro, oficialmente denominadas “cidades-irmãs”, incorporando a Cobra Grande e evidenciando a interdependência entre cidade e natureza.
ARTISTA
Mariana Bonito é poetisa, artista multidisciplinar e médica. As suas criações apresentam a sensibilidade de quem pisa, diletante e teatral, estes mundos habitualmente afastados. Apaixonada pela emoção, tenta compreendê-la e expressá-la, em intensidade, abordando temas como a fragilidade humana e a consciência social e política. É uma mulher que se propõe a explorar não só o corpo humano, mas a transcendência do que é ser-se humano, preso num corpo.
A OBRA
(NINHO) é uma instalação imersiva, constituída por um espaço escultórico de abrigo, vulnerabilidade e poesia que nos serve de acalanto. Entre galhos, folhas, musgo, lã e memória, ergue-se uma ode ao natural que evoca a necessidade humana de criar lugares seguros em contraste com um mundo urbano que nem sempre nos acolhe. Convoca-nos a pensar que esforços e lutas travamos para criar os lugares onde nos permitimos ser frágeis e acolhe a dúvida: em quantos lugares já estivemos, mas não fomos?
ARTISTA
Com raízes entre o Algarve e a África do Sul, Marco Nunes é videógrafo e fotógrafo, de norte a sul de Portugal. Licenciado em Audiovisual e Multimédia pelo Politécnico de Lisboa, tem colaborado com equipas criativas em comunicação visual para marcas, empresas e instituições. A sua fotografia é movida pelas paisagens do planeta, pelas culturas que o habitam e pela ligação profunda que temos com a natureza.
A OBRA
Em 2025, Portugal sofreu um apagão histórico, lembrando-nos da fragilidade da modernidade. Numa aldeia remota da Papua Ocidental, sem eletricidade fiável, água canalizada ou comércio, o povo Matbat mantém hábitos e saberes ancestrais. Do mar para a floresta, esta série fotográfica acompanha uma família indígena ao encontro da palmeira Sago e revela-nos pistas sobre uma vida em harmonia com a natureza face à desconexão provocada pela globalização.
ARTISTA
Patrícia Azevedo, sob o pseudónimo Patrícia Verme, é licenciada em Arte e Design pelo Instituto Politécnico de Bragança e mestre em Comunicação Audiovisual pelo Instituto Politécnico do Porto, onde produziu uma curta-metragem documental “Onde Habita a Memória”. Fotógrafa e videógrafa freelancer, foca-se na fotografia analógica e no vídeo desde 2019, enquanto realiza projetos em ilustração e design gráfico, mantendo uma abordagem multidisciplinar.
A OBRA
“Todos os Bichos Têm Coração” trata-se de uma seleção de composições fotográficas onde é explorada a intersecção entre a beleza natural e o ciclo da morte, revelando a conexão entre a decadência e a regeneração. Entre imagens que oscilam entre o sombrio e o etéreo, o projeto desvenda a morte como um ritmo essencial. Um retrato íntimo da natureza na sua transição, onde o efémero encontra o eterno.
ARTISTA
Lia Nogueira estudou Ourivesaria na Escola Artística António Arroio, tendo-se licenciado em Mediação Artística e Cultural. Em simultâneo estagiou com Tatiana Marques Jewelry, no Museu do Tesouro Real e aprofundou os seus conhecimentos técnicos com o seu mestre André Canhão de Artefactum. Fundou recentemente a sua marca Ignis Jewellery.
A OBRA
Lia Nogueira, apaixonada pela natureza e pela joalharia, apresenta Flora, uma coleção de jóias que fundem o seu fascínio pela estética da joalharia tradicional portuguesa com a elegância contemporânea, procurando através da imaginação criar novas espécies e explorar a técnica da joalharia, acabando a celebrar a grande diversidade existente nas floras e faunas.
ARTISTA
Artista açoriano, 30 anos. Licenciado em Artes Plásticas e Multimédia (IPS), mestre em Design e Publicidade (IADE). Atualmente trabalha como Diretor de Arte e frequenta um segundo mestrado em Artes Plásticas (ESAD.CR), onde investiga a figura como instabilidade sensível, no tema A Fábula Figurativa. Tem participado em diversas exposições coletivas como na Bienal de Cerveira (2025), Coletivo Corrente de Ar IV e V (2024, 2025), São ou Não na Galeria São Mamede (2025), entre outras.
A OBRA
A obra configura-se como uma meditação sobre a natureza, o poder, e a domesticação em conflito consigo mesma. O cão que invade o arbusto não é apenas figura de destruição, mas também testemunho de uma luta interna entre civilização e instinto. O jardim, metáfora do espaço comum e da promessa democrática, mostra-se assim vulnerável àquilo que nele habita. Somos convocados a reconhecer a fragilidade intrínseca de qualquer ordem que pretenda vencer a natureza sem dela participar.