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A preservação de documentos que formam a memória patente nos órgãos de comunicação social portugueses foi e é pouco valorizada. Nas últimas décadas, o arquivo de conteúdos de valor histórico incalculável para o país está sujeito ao critério das entidades detentoras, que se mostram mais ou menos preocupadas com a manutenção deste património.

Não existe regulação pública ou protocolo específico definidos para a preservação dos acervos dos órgãos de comunicação. A história mostra exemplos de como o passado ficou desmembrado pela venda desregrada de espólios de jornais históricos, mas nada garante que isso não volte a acontecer.

Este é um problema que se intensifica no digital. Muitas organizações de media não arquivam os conteúdos lançados online de forma sistemática, até porque nenhuma lei as obriga a isso. A legislação portuguesa do depósito legal continua presa aos anos 80 e circunscreve-se ao papel.

Apesar de começarem a surgir algumas iniciativas para salvaguardar conteúdos digitais ou de áudio, a legislação não as tem acompanhado. Especialistas alertam para o facto de o resultado do trabalho jornalístico português não ser devidamente preservado.