O tema desta edição é sensível na sociedade normativa em que vivemos. Na minha opinião não o considero sensível e deveria haver mais respeito e normalização deste tema. Nesse sentido, o meu foco foi o empowerment corporal das modelos que foram fotografadas.
Quando o Gerador entrou em contacto para fotografar a capa desta edição, o meu imaginário levou-me automaticamente ao encontro da estética/conceito das “sex phone workers” dos anos 80/90, que trabalhavam em cubículos de escritório. A partir daí desenvolvi, para a capa, uma fusão dessa estética com o que hoje em dia os trabalhadores dessa área utilizam para criar os seus conteúdos, e vendê-los online.
É essencial criar ligação com as pessoas. E fazer com que fiquem eles confortáveis em desafiar a minha câmara. Falar com a pessoa, perceber quais são os seus receios ao ser fotografada e ajudar a quebrar essa visão negativa dela própria é-me muito gratificante. Ver as reações positivas no final do shoot é o mais importante para mim.
Quebrar estigmas é o meu mote. Na minha perspectiva é este mote que define o propósito e o conceito do meu trabalho.
É importante mostrar variedade e criar um impacto positivo em quem observa o meu trabalho, porque nem sempre é possível visualizar representatividade, do que considero ser real, nos media, por exemplo. E quero que o meu trabalho possa ajudar a quebrar as conotações depreciativas que ainda temos: sobre os outros ou nós próprios.
Sim, acredito que as duas vertentes estão presentes no meu trabalho.
As pessoas e as situações são reais, mas com uma visão mais “dreamy” (na técnica: iluminação e pós-produção que utilizo) fazem parte da minha estética.
São características presentes no meu trabalho devido às minhas referências desde miúda; têm-me acompanhado e tornaram-se bases para o desenvolvimento do meu trabalho.