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Naida Fernandes

Entrevista por: Amina Bawa

Conversámos com a artista para entender o seu processo criativo que culminou no trabalho apresentado na edição 41 da Revista Gerador.

Naida © Luís Castanheiro

Com 22 anos, Naida é uma artista freelancer recém licenciada em Artes Visuais e Tecnologias no Instituto Politécnico de Lisboa, onde desenvolveu um olhar atento e um trabalho mais desprovido de preconceitos e de preocupação com o erro. Com projetos em diferentes áreas desde a fotografia, passando pelo desenho até a moda. Tem um olhar crítico, senso de humor aguçado e uma pitada de ironia.

Detalhes a serem captados pelo olhar de espectadores, as obras de Naida, trazem a sua personalidade e corpo como tema a ser explorado e deleitado. Com uma visão subversiva sobre conteúdo erótico e os bastidores do mundo da moda, a artista traz nas suas ilustrações um convite para questionarmos ideias pré-concebidas de alguns recortes sociais.

 

Onde está o Onxy?

 

Num regresso à infância esta ilustração é uma procura da inocência perdida ao longo dos anos e uma carta de amor aos que pela minha vida passaram, mesmo que por breves momentos. Da nostalgia dos livros de “Onde está o Wally?” para uma confusão de corpos coloridos espalhados pelas folhas, atrevo o espectador a procurar os itens perdidos e conhecer os 41 personagens, Onxys, para comemorar a edição da revista Gerador.

Foste a autora da obra gráfica desta Revista Gerador. Quando lançámos o desafio, o que te fez decidir pelas ilustrações “Onxys”?

De início pensei no que poderia fazer para mostrar tudo de mim. Cedo entendi que este projeto é um de muitos que irão surgir e posso contar a minha história aos poucos, sem sede. Os artistas têm tão pouco espaço que se acabam por um cantinho. Queria agora somente criar.

Os Onxys surgiram de uma necessidade de sair da minha zona de conforto e de dar vida a estes personagens que rabiscava já há algum tempo e me divertir. A arte pode e deve ser divertida.

 

Que aparatos precisamos de ter para encontrar os itens perdidos pelos corpos de “Onxys”?

Somente ao deitarem os olhos nas páginas encontrarão os objetos sem qualquer dificuldade. O foco é saborear os Onxys, notar os seus detalhes e diferenças que os fazem únicos e ir encontrando, aqui e ali, os itens escondidos.

A relação do teu trabalho artístico tem o corpo como centro, desde a utilização do teu como espaço de exploração até na moda. Consegues relacionar as tuas criações com o tema principal desta revista?

A exploração do meu corpo como artista é um dos grandes temas dos meus projetos, nessas mesmas áreas mas principalmente na fotografia, modelo e desenho. Tiro proveito do nu artístico e do erótico como referências e produzo conteúdo nessa mesma linha para sites como o Onlyfans.

 

Como é a tua relação com o mundo profissional, sendo uma jovem artista freelancer preocupada em distanciar-se dos preconceitos através de um olhar crítico e do humor?

Ser artista freelancer dá-me liberdade para criar obras que possam causar algum desconforto pelo seu caráter controverso, acompanhado de um conceito forte e uma linguagem irónica ou até por vezes sarcástica.

É desafiante produzir conteúdo ativamente e ir atrás de open calls e de candidaturas para concursos, no fundo trabalhar por conta própria exige bastante dedicação.

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