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Texto de Diana Neves
Edição de Tiago Sigorelho
Ilustrações de Frederico Pompeu
Há sete anos, ao mesmo tempo que se tornava Património Agrícola Mundial, pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o Barroso viu-se no epicentro da corrida europeia pelo lítio, considerado um metal precioso no movimento de descarbonização das sociedades contemporâneas.
O projeto da Mina do Barroso pela empresa Savannah Resources, fortemente criticado pela população local, autarcas e por associações ambientalistas, prevê a exploração de lítio, quartzo e feldspato em quatro minas a céu aberto.
Em maio de 2023, o projeto recebeu luz verde da APA (Agência Portuguesa do Ambiente). Entretanto, agricultores tornaram-se ativistas; população, Estado, empresa, autarcas e APA encontram-se em tribunal.
No Barroso contrapõem-se, assim, ecologias de existência, uma ideia europeia de transição energética e uma visão de transformação social e ambiental que prescreve a convivência entre o humano e o ambiente, na reinvenção de um património com saberes ancestrais que persistem no presente e talvez possam ser considerados para um futuro.