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Texto de Diana Neves
Edição de Tiago Sigorelho
Ilustrações de Frederico Pompeu
07.04.25
Em 2016, foram feitas as primeiras prospeções em Covas do Barroso. Desde esse ano, já foram muitas as lutas travadas no território, nas instâncias governativas e nos tribunais.
A 31 de maio de 2023, a APA emitiu uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada, para o projeto de exploração de lítio em Covas do Barroso, Boticas.
Serão 593 hectares de 4 minas a céu aberto para explorar depósitos minerais de quartzo, feldspato e lítio. Quase 50% deste espaço é em terrenos baldios. O projeto durará 17 anos, 12 em exploração.
A história da exploração de lítio no Barroso não se restringe àquela comunidade. Ressurgem de manifestações, leis, conversas e planos no papel uma discussão sobre os moldes de povoamento e desenvolvimento do Interior de Portugal, as perdas ambientais, os benefícios e prejuízos económicos para o país, a confiança nos Governos, a vida em democracia e o amor à Terra.
Em dezembro do ano passado, o Governo autorizou o acesso da Savannah aos terrenos privados, pelo período de um ano, através da constituição de uma servidão administrativa. Em fevereiro de 2025, foi noticiada uma providência cautelar notificada por três proprietários contra a servidão administrativa. Com os trabalhos parados, o Ministério apresentou uma resolução fundamentada, assinada pela ministra Maria da Graça Carvalho para anular a suspensão dos trabalhos, agora a ser apreciada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela.
Estão em tribunal 6 casos que envolvem a exploração de lítio.