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O LEAP é um projeto cofinanciado pela Comissão Europeia que procura estimular uma reflexão ampla e abrangente sobre a verdade histórica que envolve os legados coloniais. Ao explorar as ligações profundamente enraizadas entre estas heranças e o racismo contemporâneo, o projeto visa criar um espaço de reflexão, diálogo e transformação.
O projeto é desenvolvido por um consórcio internacional que reúne o Gerador (Portugal), Les Anneaux de la Mémoire (França), o Achac Research Group (França), Pro Progressione (Hungria) e BJCEM – Biennale des jeunes créateurs de l’Europe et de la Méditerranée (Bélgica). Parte do consórcio colaborou anteriormente num projeto que lançou as bases para esta iniciativa, o MANIFEST: New Artistic Perspectives on Memories of the Transatlantic Trade of Enslaved People.

SOBRE O PROJETO

No centro do LEAP estão quatro pilares temáticos fundamentais que orientarão as actividades e eventos do projeto ao longo dos seus 14 meses de duração.

As contribuições históricas e culturais das pessoas de ascendência africana na Europa devem ser reconhecidas. Da arte e da cultura à política e aos movimentos sociais, a presença africana na Europa moldou profundamente o continente. No entanto, este legado é frequentemente ignorado.

Em Portugal, o luso-tropicalismo, uma teoria do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, mais tarde adoptada pelo regime do Estado Novo, reforçou o mito de um colonialismo português excecionalmente brando. Enquadrava o domínio colonial como inclusivo e harmonioso devido à mistura cultural e à miscigenação, mascarando as realidades da exploração e da hierarquia racial. Esta narrativa tem alimentado a negação histórica, atrasando o reconhecimento do racismo estrutural. O LEAP procura contribuir para desmontar este mito e expor distorções semelhantes noutros contextos nacionais.

A violência colonial e o racismo sistémico continuam a ser largamente negados na Europa pós-colonial. Em Portugal, a narrativa colonial glorificada persiste nas escolas e nos meios de comunicação social, obscurecendo as histórias de trabalho forçado e de hierarquias raciais. Em toda a Europa, a reformulação destas narrativas é essencial para reconhecer as injustiças do passado e o seu impacto persistente. O LEAP pretende promover esta mudança através do diálogo, da educação e da expressão artística.

Há muito que as mulheres enfrentam opressão no contexto de escravatura, domínio colonial e do patriarcado, sendo a sua resistência e os seus contributos frequentemente apagados. Hoje em dia, as mulheres – especialmente as mulheres racializadas – continuam a sofrer discriminação interseccional, aprofundando a desigualdade social e económica. O LEAP defende a igualdade de género como uma pedra angular da justiça, dos direitos humanos e da cidadania.

AGENDA

Ao longo de 14 meses, o projeto LEAP vai dinamizar um conjunto de workshops, formações, exposições, sessões de cinema, residências artísticas, debates, e mais. As atividades acontecem presencialmente, em várias cidades, ou online. Descobre tudo em baixo.

29 de abril

Local: Online

 

Lançamento do LEAP: Workshops online

Organização: Les Anneaux de la Mémoire e parceiros

 

 

O lançamento oficial do LEAP acontecerá com quatro workshops abertos ao público através dos quais se definirão os temas-chave do projeto. Com uma duração de 50 minutos, cada workshop vai explorar um dos quatro tópicos que moldam as iniciativas e os debates que se realizarão nos próximos 14 meses. Mais detalhes em baixo.

André Rakoto

Diretor do Gabinete Nacional
francês dos Veteranos
e das Vítimas de Guerra

 

10:00 CET

Irmãos de armas: Valorização dos contributos africanos e caribenhos nas duas guerras mundiais

Apesar de documentada, a contribuição das tropas coloniais para a libertação da Europa não é muito discutida. Os soldados africanos e afro-americanos estiveram na linha da frente dos combates, sendo o seu valor considerado inferior ao dos soldados europeus. Estes soldados de toda a África, que lutaram por países que colonizaram as suas terras e escravizaram o seu povo, foram esquecidos durante muito tempo nos livros de história e nos discursos comemorativos. Hoje, esta memória está a emergir na Europa e precisa de ser promovida e divulgada para dar a conhecer e comemorar o lugar dos povos de África nas duas grandes guerras europeias. Como ultrapassar esta invisibilidade? Que papel pode a Europa desempenhar neste processo de reconhecimento?

Este evento está relacionado com o tema: Afrodescendência e diversidade europeia.

Apolo de Carvalho e Aurélia Michel

Doutorando em Estudos Pós-Coloniais na Universidade de Coimbra;
Investigadora do Centro
de Estudos de Ciências Sociais sobre os mundos
Africano, Americano
e Asiático, em França

11:00 CET

Racismo e Economia: a desconstrução de identidades erroneamente atribuídas

O comércio transatlântico de povos africanos escravizados e a economia colonial trouxe a racialização do estatuto das pessoas escravizadas: passou a existir uma correlação entre o estatuto de escravizado e a “negritude”. Esta construção moderna da “raça” estabeleceu gradualmente fenómenos de identificação entre o posicionamento racial e a função económica. A ligação entre a cor da pele e o estatuto económico e social persiste nas representações. Esta herança da escravatura castiga gravemente as pessoas, quer através da sua afetação a funções, quer através da sua discriminação na contratação. Como podemos ultrapassar estes preconceitos? Como pode a história ajudar-nos a compreender esta construção? Como podemos quebrar as atribuições a que as pessoas racializadas são sujeitas?

Este evento está relacionado com o tema: Comércio transatlântico de pessoas escravizadas, escravatura colonial e as suas consequências contemporâneas.

Sheila Khan

Investigadora do Centro de Estudos
de Comunicação e Sociedade
da Universidade do Minho

 

14:00 CET

Negação e Realidade: Desconstruir o mito do Lusotropicalismo

A negação dos males da colonização está particularmente presente nas sociedades europeias pós-coloniais. Em Portugal, o lusotropicalismo, desenvolvido pelo brasileiro Gilberto Freyre e cujas ideias foram recuperadas pelo regime do Estado Novo, levou a maioria dos portugueses brancos a acreditar que não existe racismo na sociedade portuguesa. Esta teoria defendia que os portugueses possuíam uma capacidade especial de adaptação à vida nos trópicos, através da miscigenação e da interpenetração cultural. A narrativa glorificadora da presença portuguesa fora da Europa está ainda muito presente, sobretudo nos currículos escolares e nos media, e tem atrasado o combate ao racismo estrutural. A desconstrução deste mito é essencial para a promoção da igualdade racial.

Este evento está relacionado com o tema: Lusotropicalismo e teorias de negação.

Sandrine Lemaire e Cannelle Fourdrinier

Historiadora do Instituto Universitário
Europeu de Florença;
Co-realizadora do documentário “Décolonisons l’écologie”

 

15:00 CET

Herança e Afrofeminismo: as lutas das mulheres racializadas

 

As mulheres racializadas enfrentaram desde sempre uma dupla opressão, sofrendo as consequências da escravatura, do colonialismo e das estruturas patriarcais, para além de estarem expostas a violência. No entanto, têm desempenhado um papel crucial na luta pela emancipação e pela liberdade. Atualmente, as mulheres racializadas continuam a ser vítimas de dupla discriminação, o que exige uma ação concertada para construir uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Como é que a violência sofrida pelas mulheres racializadas durante a escravatura e o colonialismo continua a influenciar a dinâmica do género e da raça nos dias de hoje? Que estratégias podem ser postas em prática para valorizar e reforçar o papel das mulheres racializadas na construção de uma sociedade inclusiva e igualitária?

Este evento está relacionado com o tema: Subjugação das mulheres e preconceitos de género.

2 a 31 de maio

Local: Guadalupe

 

Exposição “Legado: (Re)construir novas narrativas”

Organização: Les Anneaux de la Mémoire

Exposição de uma seleção de obras criadas no contexto do projeto MANIFEST, que entre 2022 e 2024 refletiu sobre novas perspectivas artísticas sobre as memórias do comércio transatlântico de pessoas escravizadas. A exposição será na ilha de Guadalupe, acompanhada por uma programação de atividades paralelas.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia; Lusotropicalismo e teorias de negação; Comércio transatlântico de pessoas escravizadas, escravatura colonial e as suas consequências contemporâneas; Subjugação das mulheres e preconceitos de género.

 

19 de maio

Local: Goethe-Institut em Lisboa, Portugal

 

Formação para Decisores Políticos e Culturais

Organização: Gerador

Esta formação propõe-se a criar um espaço de diálogo, oferecendo às organizações culturais em Portugal ferramentas para questionar as narrativas coloniais no seu trabalho. O programa será revelado em breve.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia e Lusotropicalismo e teorias de negação.

 

maio a junho de 2025

Local: Goethe-Institut em Lisboa, Portugal

 

Formação para Decisores Políticos e Culturais

Organização: Gerador

Série de conversas online que reúne agentes culturais e políticos de toda a Europa para refletir sobre de que forma os legados coloniais continuam a moldar práticas institucionais. Através da partilha de perspetivas diversas e do contributo de especialistas, estas sessões pretendem fomentar uma compreensão europeia comum sobre como construir enquadramentos culturais mais inclusivos e historicamente conscientes. O programa será revelado em breve.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia e Lusotropicalismo e teorias de negação.

 

maio a junho de 2025

Local: Gorizia, Itália, em espaço a anunciar

 

Residências Artísticas e Intercâmbios

Organização: BJCEM

Integrado na Capital Europeia da Cultura 2025, em Gorizia (Itália), este evento inclui uma residência artística e uma exposição sob o tema “Sem Fronteiras”. Os artistas são convidados a explorar a arte como ferramenta de mudança social e política.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia; Lusotropicalismo e teorias de negação; Comércio transatlântico de pessoas escravizadas, escravatura colonial e as suas consequências contemporâneas; Subjugação das mulheres e preconceitos de género.

 

setembro e outubro de 2025

Local: online (primeira e segunda sessão) e presencial em Bruxelas, Bélgica em espaço à anunciar (terceira sessão)

 

Hackathon

Organização: Gerador

Ao longo de três dias vamos reunir jovens para desenvolverem ferramentas educativas e soluções em torno da descolonização das narrativas, com o apoio de mentores e especialistas.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia e Lusotropicalismo e teorias de negação.

 

novembro de 2025

Local: Nantes, França, em espaço a anunciar

 

Exibição de Cinema

Organização: Gerador

Projeções, debates e mini-conferências “História em Imagens” que analisam preconceitos racistas e sexistas na Europa, incentivando a participação ativa no processo de descolonização. O programa será revelado em breve.

Este evento está relacionado com o tema: Comércio transatlântico de pessoas escravizadas, escravatura colonial e as suas consequências contemporâneas.

 

novembro de 2025

Local: Portugal, em espaço a anunciar

 

Formação para Jovens Criadores

Organização: Gerador

Formação que visa sensibilizar jovens artistas para a descolonização das narrativas, incentivando abordagens críticas nos seus processos criativos. Mais informação em breve.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia e Lusotropicalismo e teorias de negação.

março de 2026

Local: França, em espaço a anunciar

Exposição “Desconstruir as Nossas Narrativas” #1 – Afrodescendência e Diversidade Europeia

Organização: ACHAC e Les Anneaux de la Mémoire

 

Exposição, podcasts e mesas-redondas que destacam o contributo das comunidades afrodescendentes para a história europeia. Inclui um kit educativo para envolver um público alargado. Mais informação em breve.

março de 2026

Local: Portugal, em espaço a anunciar

 

Exposição “Desconstruir as Nossas Narrativas” #2 – Lusotropicalismo e Teorias da Negação

Organização: Gerador

Complemento à exposição anterior, “Desconstruir as Nossas Narrativas” #1, esta abordagem centra-se no lusotropicalismo e nos seus efeitos. Inclui contributos de artistas e investigadores, acompanhada por um podcast informativo. Mais informação em breve.

março 2026

Local: Hungria, em espaço a anunciar

 

Exposição “Desconstruir as Nossas Narrativas” #3 – Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas e Escravatura Colonial

Organização: Pro-Progressione

Centrada na história da escravatura colonial e nas narrativas associadas, esta exposição é acompanhada por recursos educativos e podcasts. Uma mesa-redonda debate os legados contemporâneos do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas. Mais informação em breve.

março 2026

Local: Espanha, em espaço a anunciar

 

Exposição “Desconstruir as Nossas Narrativas” #4 – Direitos das Mulheres e Dominação Masculina

Organização: BJCEM

Exposição sobre discriminação de género e a ligação entre a dominação colonial e patriarcal. Complementada por podcasts, um workshop e uma mesa-redonda com especialistas e ativistas. Mais informação em breve.

abril de 2026

Local: Portugal, em espaço a anunciar

 

Cimeira Final

Organização: Gerador

Para fechar o projeto LEAP, esta cimeira reúne os temas alvo de reflexão ao longo dos vários eventos. Contará com debates, projeções e recomendações concretas dirigidas a decisores políticos e entidades europeias.

Este evento está relacionado com os temas: Afrodescendência e diversidade europeia; Lusotropicalismo e teorias de negação; Comércio transatlântico de pessoas escravizadas, a escravatura colonial e as suas consequências contemporâneas; Subjugação das mulheres e preconceitos de género.

 

A Política de Proteção de Menores do Gerador pode ser consultada aqui.

 

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