Entre os destaques nacionais da seleção deste ano estão a primeira longa-metragem de animação stop motion feita no país, “Os Demónios do Meu Avô” (2022), de Nuno Beato, e a estreia mundial de “Criança Lobo”, de Frederico Serra, sobre uma lenda numa aldeia portuguesa.
O produtor Paulo Branco também será homenageado na secção “Quarto Perdido”, a partir da exibição dos filmes “O Convento” (1995), de Manoel de Oliveira, “O Fascínio” (2003), de José Fonseca e Costa, e “Coisa Ruim” (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra – produções inéditas no festival e com narrativas provenientes do folclore, característica marcante do cinema de terror lusitano.
A mesma secção ganha ênfase no livro “O Quarto Perdido do MOTELX - Os Filmes do Terror Português (1911-2006)”, sobre a evolução da cinematografia de terror em Portugal até um ano antes da primeira edição do evento. O manual, que será lançado durante o programa, encerra uma década de pesquisa “à procura das raízes de um hipotético terror nacional", explicam em nota à imprensa os diretores artísticos Pedro Souto e João Monteiro.
De volta à seleção principal, o MOTELX apresenta a estreia nacional de “Final Cut” (2022), do francês Michel Hazanavicius, e de “Dark Glasses” (2022), de Dario Argento, realizador do clássico “Suspiria” (1977). Já as Sessões Especiais trazem “A Praga”, obra restaurada no ano passado, após a morte de José Mojica Marins, o “pai” do cinema de terror brasileiro; e “A Última Praga de Mojica”, de Cédric Fanti, Eugênio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, sobre o resgate deste filme inédito.
Ainda inserido no festival está o maior prémio monetário para curtas-metragens do país, agora com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A concurso para o SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa estão 12 produções, como “Cemitério Vermelho”, de Francisco Lacerda, “Matrioska”, de Joana Correia Pinto, e “Uma Piscina”, de Carolina Aguiar. Dedicada ao mesmo formato, a secção microCURTAS continua, até 1 de agosto, com chamada aberta ao público, que pode submeter curtas até 2 minutos, feitas em telemóvel, tablet ou webcam.
A 16ª edição do evento também marca o alargamento do programa a mais espaços da cidade. O primeiro filme de terror português com materiais fílmicos, “Os Crimes de Diogo Alves” (1911), de João Tavares, será projetado no Teatro São Luiz acompanhado da música do pianista, interpretada por um combo da Escola Superior de Música de Lisboa.
Na programação que antecipa o seu arranque oficial, o festival ocupa o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, marcando igualmente o início da temporada musical da Orquestra Metropolitana de Lisboa, que se apresenta ao vivo durante a exibição de “O Fauno das Montanhas”, de Manuel Luís Vieira. O centenário de “Nosferatu”, do alemão F. W. Murnau, será assinalado com uma experiência imersiva no Convento São Pedro de Alcântara e “What We Do in the Shadows”, de Jemaine Clement e Taika Waititi, é a escolha para uma sessão ao ar livre no Largo Trindade Coelho.
O aquecimento para o MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa decorre de 1 a 3 de setembro, antecedendo a semana dedicada ao género da sétima arte, entre 6 e 12 de setembro, no Cinema São Jorge.