Inaugurou ontem, 8 de março, a exposição O Tempo das Mulheres, com fotografias de Alfredo Cunha e textos de Maria Antónia Palla. Pode ser visitada no espaço Atmosfera, em Lisboa, até ao dia 8 de abril.
A exposição reúne mais de 50 fotografias de Alfredo Cunha, que as registou ao longo dos seus 50 anos de carreira, e divide-se em quatro grupos: A Idade da Inocência (a juventude), O tempo das Cerejas (a idade adulta), e o Cair das Folhas (a terceira idade). No livro que eterniza a exposição, o olhar de Alfredo Cunha junta-se às palavras de Maria Antónia Palla, uma das maiores referências do jornalismo em Portugal.
«Somos mulheres ou homens, por um jogo de acasos, desde o momento da concepção. Mas não é esse facto que nos une, a nós, mulheres. Vivemos em hemisférios diferentes, em continentes, países e sociedades desiguais, trilhamos percursos de vida próprios», afirma Maria Antónia Palla num desses textos. «A desigualdade que nos separa não depende da cor da pele, nem da língua que falamos, do traje que usamos, ou sequer da idade. O que nos torna diferentes é a cultura, as tradições, a circunstância de usufruirmos ou não de direitos. Nada disto depende de nós. O que nos torna diferentes é o facto de sermos livres ou não», diz Maria Antónia Palla, citada no comunicado de imprensa.
No espaço expositivo, bem como no livro, vêem-se mulheres de diferentes pontos do país e do mundo, umas que encaram a câmara nos olhos e outras que não se apercebem da presença do fotógrafo. São registos intemporais, mas que falam pelo tempo em que se inserem.
A exposição O Tempo das Mulheres é comissionada pela Associação Mutualista Montepio.