O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, acolhe até 5 de setembro a exposição “Prisma” do artista Vhils. Em causa está uma instalação composta por um conjunto de vídeos que revelam o quotidiano em nove metrópoles: Cidade do México, Cincinnati, Hong Kong, Lisboa, Los Angeles, Macau, Paris, Pequim e Xangai.
“Esta instalação de grandes dimensões, com registos em câmara lenta projetados em ecrãs que transformam o espaço da Galeria Oval do MAAT num convincente labirinto urbano, proporciona ao visitante uma experiência verdadeiramente imersiva, numa construção que manipula e distorce efeitos de espaço, escala, tempo e luz”, é explicado em comunicado.
De notar que o vídeo é uma linguagem que Vhils “tem vindo a aprofundar mais recentemente” e foi o meio escolhido para proporcionar uma interação imediata com as realidades estrangeiras e as situações quotidianas vividas nas referidas cidades. “O visitante é confrontado com um contraste entre o peso do anonimato e a familiaridade da vida quotidiana”, é detalhado na nota enviada às redações.
Segundo o artista, esta exposição é “o culminar de um processo de introspecção criativa”, que se consolidou com o pico da pandemia de coronavírus. “Espelha o avanço desmesurado das forças da globalização, que nem a aparente estagnação dos últimos dois anos conseguiu travar, sendo também uma reflexão sobre a crescente homogeneização das nossas sociedades: da perda de identidade em contextos urbanos e da complexidade dos desafios que enfrentamos hoje em dia. Uma afirmação sobre a igualdade, uma celebração da individualidade, e por fim, um apelo à unidade”, descreve Vhils.
A exposição “Prisma” é, além disso, acompanhada por uma instalação sonora de autoria de soundslikenuno.
Alexandre Farto – conhecido pelo nome artístico Vhils – trabalha hoje com várias galerias de renome, nomeadamente a galeria Vera Cortês, em Portugal, e a galeria Over the Influence, em Hong Kong e nos Estados Unidos. A sua obra encontra-se representada em diversas colecções públicas e privadas em vários países.
Nascido em 1987, este artista português “desenvolveu uma linguagem visual singular com base na remoção das camadas superficiais de paredes e outros suportes através de ferramentas e técnicas não convencionais”, tendo começado a interagir com o espaço urbano através da prática do grafitti no início da década de 2000.
“Um ávido experimentalista, além da sua inovadora técnica de escultura em baixo-relevo, Vhils tem desenvolvido a sua estética pessoal numa multiplicidade de suportes: da pintura com stencil à gravura em metal, de explosões pirotécnicas e vídeo a instalações esculturais. Também já realizou vários videoclipes, curtas metragens e duas produções de palco”, destaca ainda a nota que apresenta a exposição patente agora no MAAT.