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Limoeiro Real: “Queríamos ter a liberdade de juntar vários géneros literários num só volume”

Inês Viegas Oliveira, Mariano Alejandro Ribeiro e Raquel Mestre são os nomes por trás da Limoeiro Real – a nova revista literária que aposta na hibridez de géneros; nas múltiplas geografias, na convivência entre autores conhecidos, esquecidos, a descobrir no exercício da tradução; na ilustração e no cuidado gráfico.

Texto de Patrícia Nogueira

Fotografia de cortesia

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A sul do país, em Tavira, (e por vezes em Lisboa) começou a ser pensada uma revista literária com o objetivo de juntar vários géneros literários num só volume e criar uma colecção de textos diferentes que funcionassem de forma fluida e orgânica - a Limoeiro Real. O nome, conta Mariano Alejandro Ribeiro, um dos criadores da revista, é uma homenagem ao escritor argentino Juan José Saer. "Gostamos da ideia de um elemento da natureza e físico, como o limoeiro, com a necessidade de expressar que é real. O trabalho literário deste escritor evoca essa ambiguidade da linguagem, entre o que existe e o que não existe, o que é real e o que não é, e que é para nós o ponto essencial da grande literatura: uma arte que existe exclusivamente em código e consegue ainda assim expressar uma maneira de sentir o espaço e o tempo", explica Mariano.

Inês Viegas Oliveira e Mariano Alejandro Ribeiro traziam consigo a ideia de criar uma revista literária trimestral e impressa que misturasse autores clássicos com contemporâneos, portugueses e do estrangeiro, que fosse marcada por uma linguagem visual e que incluisse também elementos da literatura para os mais novos - não fosse Inês autora infantil e ilustradora. Quando decidiram avançar com o projecto, convidaram Raquel Mestre, que trouxe consigo a experiência so sector editorial e livreiro.

A revista acompanha a Natureza e as suas estações, tendo apenas 4 volumes por ano. Questionado sobre os desafios de criar uma revista a sul, Mariano explica que, "a centralização é muitas vezes desnecessária e ocorre por letargia ou receio. Por vezes acontece que, os projectos culturais, quando possuem dimensão nacional, sentem a necessidade de marcar presença nas grandes cidades do país. Nós não sentimos isso. Queremos uma revista para todas e todos, isso inclui mais pessoas do que as da capital, por isso é para nós importante estar sediados numa cidade como Tavira. O projecto depende do contacto virtual com autores, nacionais e internacionais e outras entidades, pelo que os desafios que nos foram apresentados cá seriam os mesmos em Lisboa, Pombal ou Ferreira do Alentejo."

Mariano destaca que encontrar apoios, por ser o primeiro número, foi "talvez", o maior desafio. No entanto, acabaram por encontrar iniciativas independentes como a livraria It's A Book ou a marca de estacionário Beija-flor, entre outros - "Ao ser a nossa primeira aventura como editores, os desafios são constantes e diversos, e os erros quase inevitáveis. Mas esta aprendizagem não evitou que o resultado final seja uma coletânea literária pertinente, bem equilibrada e um objecto esteticamente bonito. Devemos isso aos leitores e aos autores que aparecem nestas páginas.", conclui.

O primeiro volume vem com sensações de verão e apresenta-nos mais de uma dezena de autores de diferentes tempos e latitudes. Há uma evocação estival de Inês Francisco Jacob; poemas de Emily Dickinson e de Alfonsina Storni, do surrealista romeno Max Blecher, do brasileiro Ederval Fernandes, e dos portugueses Miguel-Manso e Isabel Minhós Martins. Quanto à prosa, conta com ensaios inéditos da japonesa Yoko Tawada e do italiano Cesare Pavese, e ainda ficção de Gabriella Egavalle, poeta brasileira, e
do romancista argentino Federico Falco. A revista conta ainda com um espaço dedicado à literatura infantil e apontamentos ilustrados que acompanham os textos, convidando o leitor a interagir com o objecto.

A capa do primeiro número é da autoria da ilustradora Bina Tangerina e já está à venda pelo valor de 12€, aqui.

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