World Press Cartoon é um concurso que divulga e premeia os melhores desenhos publicados na imprensa mundial ao longo de um ano. O mesmo está dividido em três categorias: “Caricaturas”, “Cartoon Editorial” e “Desenho de Humor”. É neste concurso que os cartoonistas exibem a maneira como “retratam o andar do mundo [recorrendo] às suas armas de eleição: a ironia e o olhar crítico”.
No dia 28 de maio, a exposição das obras premiadas foi inaugurada no Centro Cultural e de Congressos, nas Caldas da Rainha. Para o concurso deste ano do WPC, os cartoonistas concorrentes enviaram trabalhos produzidos em 2021 e publicados na imprensa ou online. Estiveram em competição cerca de 300 cartoons de 181 cartoonistas oriundos de mais de 70 países.
Um júri internacional, composto pelo português António Antunes, pela jornalista francesa, Catherine André, pelo diretor de arte luso-brasileiro, Marco Grieco, e pelos cartoonistas, Jaume Capdevilla, de Espanha e Pierre Kroll, da Bélgica, reuniu-se em fevereiro de 2022 e decidiu quais seriam os vencedores do World Press Cartoon deste ano.
Na categoria de “Caricaturas”, o argentino Matias Tolsá, recebeu o primeiro prémio, com uma caricatura da antiga chanceler alemã, Angela Merkel. A mesma, que abandonou a chefia do seu governo em setembro de 2021, é representada de uma forma “cabisbaixa, talvez por ter deixado o palco do mundo”. O segundo lugar foi para o alemão Frank Hoppmann e a sua caricatura de Jair Bolsonaro. Aqui, é retratado o lado mais “furioso” do presidente do Brasil. O terceiro prémio foi para a caricatura “Jeff Bezos, Elon Musk, Richard Branson”, do espanhol J. Aldeguer, que retrata os multimilionários que dominam o “mundo da tecnologia”.




Na categoria de “Cartoon Editorial”, o primeiro lugar foi atribuído a “Terror”, do colombiano Jaime Andrés Poveda. O mesmo demonstra um dos efeitos do domínio dos talibãs: a falta de liberdade das mulheres. O mexicano, Angel Boligán Corbo, recebeu o segundo prémio nesta categoria. O cartoon denomina-se “Primero los Ricos… Países” e satiriza a desigualdade no acesso às vacinas contra o vírus da Covid-19. Por último, o polaco Segmente Zaradkiewicz, ficou em terceiro lugar ao apresentar “Prisioneiros do Vírus”, referindo-se também à pandemia e mostrando o lado negativo das máscaras de proteção.






Destaca-se ainda a menção honrosa atribuída à portuguesa Cristina Sampaio que, com o seu cartoon, critica o poder do empresário Mark Zuckerberg e a sua maneira de gerir o Facebook, agora denominado de Meta.


A exposição World Press Cartoon está aberta ao público, com entrada livre, e pode ser visitada até ao dia 28 de agosto, nas Caldas da Rainha.