fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Exposição de Yto Barrada no arranque da programação de 2019 do Espaço Projeto da Gulbenkian

Uma exposição da artista franco-marroquina Yto Barrada, que cruza as memórias da sua própria família…

Texto de Ricardo Gonçalves

bsh_soft

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Uma exposição da artista franco-marroquina Yto Barrada, que cruza as memórias da sua própria família com o trabalho da etnóloga francesa Thérèse Rivière (1901-1970), abre ao público esta sexta-feira, dia 8 de fevereiro, no arranque da programação de 2019 do Espaço Projeto da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Em "Moi je suis la langue et vous êtes les dents"  (“Eu sou a língua e vós os dentes”) - excerto de um caderno anotações de Thérèse Rivière, que estudou o povo berbere Chaouias nas montanhas do Aurès, na Argélia, entre 1934 e 1936 -, Yto Barrada apresenta um conjunto de fotografias, filmes e telas forradas a tecido, num trabalho que entrelaça memórias colectivas e individuais.

De acordo com a curadora, Rita Fabiana, o título da nova exposição faz referência a um apontamento sobre “magia” encontrado num dos num dos muitos cadernos de apontamentos da etnóloga francesa em que a artista se inspirou. A frase terá sido dita por uma anciã berbere aos homens da família e significa que ela “detém a língua e, portanto, tem o poder, enquanto os dentes surgem como uma referência ao ato de resistência, conceitos associados à violência colonial e à transformação”, acrescentou a curadora.

Ao reapropriar-se das práticas de Rivière, Yto Barrada dá inicio a um processo de construção crítica da memória que, a partir da sua narrativa pessoal acaba por abordar temas como a Guerra de Independência Argelina ou o movimento de Black Power, emergente durante os anos 60 nos Estados Unidos da América.

A exposição inclui ainda dois filmes. Um de 14 minutos, intitulado “Hand-me-downs” e que remete para as roupas que passam de irmãos para irmãos, numa narrativa geracional de histórias familiares. Com narração de Yto, o filme conta a história da sua família no feminino, a partir do relato biográfico da mãe, desde o seu nascimento em Marrocos até à sua juventude em Paris.

Segue-se um filme, com cerca de meia hora, que remete para um relato biográfico da mãe nos seus anos de estudante socialista, durante uma viagem de descoberta pessoal pelos Estados Unidos da América.

A exposição de Yto Barrada vai estar patente no edifício da Coleção Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), até ao dia 6 de maio. Seguem-se as mostras da portuguesa Filipa César, sobre a gentrificação nas Ilhas Bijagós e do cabo-verdiano Irineu Destourelles, que reflete sobre a sua própria condição de diáspora e das suas experiências sociais em espaço urbano, a partir de cidades como Lisboa, Mindelo e Londres.7

Texto e fotografia de Ricardo Ramos Gonçalves

Se queres ler mais notícias sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

17 Abril 2025

Estarão as escolas preparadas para os desafios apresentados pela IA? O caso de Portugal e da Bélgica 

17 Março 2025

Ao contrário dos EUA, em Portugal as empresas (ainda) mantêm políticas de diversidade

6 Janeiro 2025

Joana Meneses Fernandes: “Os projetos servem para desinquietar um bocadinho.”

23 Dezembro 2024

“FEMglocal”: um projeto de “investigação-ação” sobre os movimentos feministas glocais

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0