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“Right as Rain”, o primeiro álbum de Madalena Palmeirim

Madalena Palmeirim lançou o seu primeiro álbum, Right as Rain, no passado dia 6 de Dezembro….

Texto de Raquel Rodrigues

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Madalena Palmeirim lançou o seu primeiro álbum, Right as Rain, no passado dia 6 de Dezembro. "Um álbum sobre encontros, cruzamentos, interferências e afectos. Sinto que é um trabalho pessoal, também pelo universo de pessoas que lá estão", como Carlos Barretto, Inês Pimenta e Giulia Galina, MOMO, Gonçalo Castro, Nuno Morão, Manuel Dórdio, Francisca Cortesão, David Santos e o irmão Bernardo Palmeirim, apresenta.

O encontro com a música é um encontro com uma herança, descoberta em casa. O seu pai tocava piano, bem como a avó materna, que também cantava, com o avô, no coro da Pholyfonia. Foi este o primeiro instrumento de Madalena. A sua formação em piano teve início com uma "professora muito velhinha, na igreja" e, mais tarde, com Carla Seixas, que representou um "subir de patamar, em termos de exigência". Contudo, entendeu que não queria focar-se num único instrumento e desejava ampliar a sua descoberta da música. Foi percebendo que "a voz estava a ganhar o seu compasso. Interessava-me mais acompanhar a voz do que ser uma instrumentista virtuosa". Começou, então, uma exploração autodidacta, numa "escola sem programa". Ao piano, juntou a guitarra, mais tarde, o ukulele, quando desafiada pela Francisca Cortesão, seguindo-se o cavaquinho. "Vou saltitando de instrumento em instrumento e espero não parar. O próximo da lista será o violoncelo", conta.

Foi na guitarra que Madalena Palmeirim realizou as suas primeiras composições, aos 12 anos de idade

O irmão, com treze anos de diferença, tocava guitarra e cantava e foi a figura mais próxima que inspirou Madalena. Juntos, criaram, em 2009, um projecto, Nome Comum. "Acho que foi a minha grande iniciação no sentido profissional. Foi um projecto que me deu grande liberdade, porque trabalhavamos numa maneira muito intuitiva. Cantávamos juntos e, mesmo em relação aos arranjos e às músicas, que eram feitas a meias, muitas vezes não tinhamos que dizer nada". Nome Comum valeu-lhes a vitória da mostra Jovens Criadores'09. Editaram um EP, A Quem Possa Interessar, em 2011, e um LP, Cuco, em 2013. Em 2014 nasceu o seu projecto a solo, Week In, Week Outpara qual compunha e gravava uma canção por semana, partilhando no Youtube. No ano seguinte, surge o EP Mondays, um diálogo entre folk, country, pop e indie. Há dez anos que tem vindo a participar em vários projectos. entre os quais L Mantra, They're Heading West, Joana Barra Vaz, Minta & The Brook Trout, Yu John. Mas, nos últimos anos, tem estado a viver da sonoplastia para espectáculos de teatro e dança, e não tanto dos projectos de canções.

Este álbum nasceu da "necessidade de temas que se estavam a acumular". A "natureza" da artista e a heterogeneidade, permitida pela passagem do tempo, ofereceram-lhe uma variedade de expressões. Madalena decidiu chamar este novo fruto de Right as Rain. É apaixonada por expressões idiomáticas. "São muito directas a comunicar uma ideia e não são literais. Consoante o contexto, pode variar o sentido. "Right as rain" quer dizer que vai ficar tudo bem. Se calhar, no contexto português, as pessoas vão pensar que quer dizer "é certo como a chuva" e eu gosto dessa confusão", explica.

Chove em crioulo, português e inglês em diversos territórios, a morna, o rock, o folk, o samba. "Tinha muita vontade de sair fora da bolha do português e do inglês. Já há algum tempo que ando a tentar cantarolar em italiano, francês, espanhol, outras línguas, o que me dá prazer pela variedade do som. Ao escolheres mais línguas, estás a ganhar uma variedade de sons, que te faz cantar de uma maneira diferente, propõe coisas diferentes". A este aspecto, junta-se a vontade de combater uma "lógica comercial, mercantil", segundo a qual "é mais fácil vender um produto que tem uma etiqueta e não trinta". "Foi um bocadinho um finca pé. Não me vou pôr nesse papel redutor, de quererem que eu escolha uma coisa, quando a minha identidade diz que devo escolher mais aquilo que eu sinto", acrescenta.

Foi pela câmara de Madalena que foi filmado o videoclip de um dos temas, "M’cá sabê", um tema do Pedro Faro. Depois de um contacto íntimo com a música cabo-verdiana, pediu a canção "emprestada" e a tradução a uma amiga. Gravou este tema em Portugal, em Junho, e, em Setembro, seguiu para São Vicente. "Nos interstícios das férias e do trabalho tentava registar umas imagens", afirma.

http://https://www.youtube.com/watch?v=AhjY1I8fY1M

Videoclip de "M'cá sabê"

A 17 de Janeiro sairá o segundo videoclip, com música "Right as Rain", realizado por Joana Linda. O álbum será lançado em concerto, brevemente, mas as datas ainda não estão fechadas. Esta aproximação ao público, que "é a grande vontade" de Madalena, contará com o seguinte quarteto: Madalena, com os seus instrumentos, voz, autoharpa, cavaquinho, piano e ukulele, David Santos, com o baixo e contrabaixo, Manuel Dordio, com a guitarra acústica e eléctrica, e Nuno Mourão, com a bateria. Esta será a formação base, que, em determinados concertos, contará com alguns convidados, que lhes darão um tom mais performático.

Podes escutar o álbum aqui:

Este artigo encontra-se ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1945

 

Texto de Raquel Botelho Rodrigues
Fotografia de Vera Marmelo

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