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André Boto vence prémio WPE Awards First Half 2021: “A preocupação em transmitir algo com as minhas imagens está cada vez mais presente”

O fotógrafo português André Boto foi o grande vencedor do concurso fotográfico WPE Awards First…

Texto de Patrícia Nogueira

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O fotógrafo português André Boto foi o grande vencedor do concurso fotográfico WPE Awards First Half 2021, uma competição com mais de 7000 fotógrafos de todo o mundo, e que pretende premiar as melhores fotografias em 28 categorias diferentes.

André Boto, natural de Silves, é fotógrafo profissional desde 2009 e vê a fotografia como um meio de comunicação que tem um grande poder de transmissão de ideias. No seu trabalho, além da componente técnica e estética, dedica grande parte do seu tempo de criação à parte da conceção da ideia que pretende transmitir, inspirando-se em autores como M.C.Escher, René Magritte e Salvador Dalí. Prova disso, são os quatro prémios que lhe deram o título de vencedor global da competição WPE Awards First Half 2021, com 19,5 pontos, à frente dos fotógrafos Antti Karpien, da Filândia e do fotógrafo sueco Therese Asplund. O fotógrafo algarvio ganhou o primeiro lugar na categoria "Coronavirus", com a presença do modelo Bruno Cabaça, o segundo lugar na categoria "Comida" e na categoria "Fotomontagem", com a participação do músico Eduardo Ramos e ainda o terceiro lugar na categoria "Comercial", com a presença da modelo Mikinha Miki.

Em declarações ao Gerador, André Boto explicou que a imagem que ganhou a medalha de prata na categoria "Comercial", foi criada com o objetivo de reproduzir um tema que fosse reconhecido pelo espetador de diferentes culturas. " Passamos boa parte do dia no telemóvel à procura da atenção dos outros, às vezes com pessoas que
nunca vimos na realidade e acabamos por nos esquecer de dar a nossa atenção às pessoas que realmente precisam e
conhecemos desde sempre. Podemos até oferecer flores e estar presentes mas, às vezes, simplesmente a nossa atenção é o mais importante para algumas pessoas.", acrescentou.

Fotografia da categoria "Comercial"

Sobe o segundo lugar na categoria de "Fotomontagem", André Boto contou que o seu objetivo foi criar uma imagem que fosse de um hino à própria música, com todos os elementos presentes na imagem a estarem voltados para o centro do instrumento," como se ficassem hipnotizados pela melodia deste alaude árabe.". Uma vez que as sonoridades criadas pelo músico Eduardo Ramos, que aparece na imagem, são melódicas e suaves, André Boto quis representá-lo dessa mesma forma, tentando transportar o espetador para um lado mais místico, e próprio do estilo musical do instrumento.

Processo de edição da fotografia da categoria "Fotomontagem"

Na imagem que venceu o segundo lugar da categoria "Comida", podemos vero minimalismo do contraste entre o branco e o amarelo. Segundo André Boto, "esta imagem acaba por ser também conceptual, mas provavelmente mais pelo seu grafismo e estética. Aqui não há um objetivo que salta à vista e que nos leva a uma crítica social, por exemplo. É uma imagem muito gráfica onde procurei um estilo mais "fresco" e muito clean onde deixei apenas com cor a gema do ovo, que naturalmente seria originalmente o ponto mais colorido da imagem.", explicou. Embora possa suscitar dúvidas, o fotógrafo garante que a imagem não tem qualquer manipulação em Photoshop, tendo pintado todos os objetos de branco antes de serem fotografados.

Fotografia da categoria "Comida"

A imagem que deu o primeiro lugar a André Boto, na categoria "Coronavirus", levou o algarvio a explorar a situação atual do mundo, mostrando diferentes fases de um dia de confinamento em casa numa única imagem, desde a altura em o acordar até à noite.

Fotografia da categoria "Coronavirus"

"A preocupação de transmitir algo com as minhas imagens está cada vez mais presente, pois vivemos numa era em que todas as pessoas têm acesso à fotografia, desde o simples telemóvel até aos mais diversos tipos de câmara otográfica. Hoje a técnica não é mais um problema, pois os automatismos ajudam até as pessoas mais preocupadas a conseguirem resultados interessantes. As próprias noções de estética acabam por estar mais difundidas ou facilmente percetíveis pelas pessoas. Então, parece-me que o fotógrafo profissional ou aquele que hoje pretende ter o seu espaço como autor no meio da fotografia tem que juntar o lado técnico e o estético ao conceptual. Porque fotografia é comunicação, as ideias por de trás das imagens e as mensagens a transmitir são cada vez mais importantes para que as nossas imagens sejam relevantes para quem as observa.", contou André Boto, sobre a forma como trabalha as suas fotografias e o que pretende transmitir em cada uma delas, em declarações ao Gerador.

Dentro do top 100 mundial, destaque ainda para outros fotógrafos portugueses: Pedro Messias (50ºlugar), Luís Miranda (51º) e António Coelho (58º lugar).

Texto de Patrícia Nogueira
Imagens da cortesia de André Boto

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