fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

“A Festa da Vida” sobe ao palco este domingo para combater o estigma contra a doença mental

A peça estreia no dia 29 de setembro, às 18h no Auditório Carlos Paredes, em Benfica.

Texto de Redação

Fotografia de Paolo Chiabrando, via Unsplash

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

"A Festa da Vida, uma peça de teatro que faz parte do projeto WeARTolerance, estreia ao público no próximo domingo, dia 29 de setembro, às 18h no Auditório Carlos Paredes, em Benfica.

“Tudo podia começar numa pista de dança, mas começa numa pista de corrida. Correr para ser aceite, para ser grande, quando nos sentimos pequenos. O que fazer quando estamos no meio da multidão? Quem somos? Como agimos? O que mostramos?”. Este é o mote para “A Festa da Vida”, uma peça de teatro inserida no projeto WeARTolerance, que conta com o apoio da Fundação La Caixa e com uma equipa de psicólogos e investigadores da Universidade Lusófona, e que tem como principal objetivo desenvolver um programa baseado nas artes, para reduzir o estigma em relação à saúde mental.

“A história resume-se a uma festa em que jovens vivem emoções que são próprias dos desafios e narrativas de uma festa. Medos, ansiedade, alegrias, amor, entusiasmo, desilusão, expectativa, vergonha, vários sentimentos que estão implicados quando se está numa festa, [contexto] em que temos de gerir a nossa atitude, entre conhecidos e desconhecidos, que geram ações em nós e onde nos vemos como verdadeiramente somos”, conta Sofia Ângelo, encenadora deste espetáculo.

“[A saúde mental] é um assunto hoje em dia muito falado, muito atual e [é] de grande responsabilidade colocá-lo em cena. O grande desafio foi tentar não me deixar levar no estereótipo e abordá-lo com maior respeito e sensibilidade”, diz a encenadora.

Com estreia marcada para as 18h, do próximo domingo (29), no Auditório Carlos Paredes, em Benfica, “A Festa da Vida” chama a atenção para a importância da saúde mental sem nunca o evidenciar, explica a psicóloga Ana Beato, que trabalhou também na criação da peça. “Preferimos utilizar outras linguagens mais próximas dos jovens. O espetáculo desafia o público a entrar no universo de cada jovem, sem nunca o fazer de forma óbvia e estereotipada.”

Segundo a profissional de saúde, a peça pretende transmitir uma série de mensagens profundas e multifacetadas sobre identidade, aceitação e respeito pela diferença, combinando o teatro, a dança, a música com a psicologia. “As expressões e ferramentas artísticas deram corpo ao que queríamos transmitir. No fundo, este espetáculo é um convite para olharmos para o mundo interior numa era em que a aparência e as frases feitas vigoram”, afirma.

“A metáfora da corrida e da pista de dança, usada na narrativa, representa a constante busca por aceitação e o desejo de ser valorizado e reconhecido, especialmente quando somos jovens e nos sentimos pequenos ou inseguros”, comenta Ana Beato, acrescentando que esta metáfora reflete também a luta interna que muitos enfrentam para se encaixar nas expectativas sociais. "Cada personagem, com sua história, medos e dilemas, expressa a complexidade da identidade humana.”

Como explica, o espetáculo convida a uma reflexão sobre autenticidade, sobre como nos apresentamos ao mundo e como lidamos com nossas inseguranças, chamando a atenção para a importância da vulnerabilidade. “À medida que as personagem se conhecem e partilham suas experiências, aprendem que ser aberto e vulnerável pode ser libertador e trazer conexão. Vamos percebendo também que a diferença não é sinónimo de afastamento, mas sim de uma oportunidade de entendimento e crescimento mútuo, reforça a mensagem de inclusão e diversidade.”

Sobre este projeto artístico – que sublinha a mensagem de tolerância, empatia e respeito mútuo, no combate aos estigmas diversos da sociedade – Ana Beato refere ainda que a psicologia e as artes são campos que “sempre estiveram e estarão interligados, ainda que a ponte entre ambas nem sempre seja clara e fácil.”

Integrando diversas formas de expressão artística, o projeto WeARTolerance visa também proporcionar um espaço seguro para que os jovens possam explorar as suas emoções e desenvolver competências, quer socioemocionais, quer artísticas. Para além do programa artístico, o projeto pretende ainda realizar um estudo que ajude a compreender as atitudes de crianças, adolescentes e adultos em relação a pessoas com problemas de saúde mental.

Na sociedade portuguesa, acredita aquela psicóloga, o estigma “ainda é significativo”, apesar dos avanços e do investimento social e governamental recentes. “Os preconceitos e estereótipos ainda estabelecem uma associação entre problemas mentais  e fraqueza, exagero, etc. A falta de informação sobre doenças psicológicas continua a existir, especialmente em áreas mais conservadoras. O acesso desigual aos cuidados também perpetua o estigma.”

Por esses motivos, Ana Beato reforça a importância da prevenção entre os jovens, através de um maior investimento na educação em saúde mental, da criação de ambientes escolares saudáveis, do desenvolvimento de resiliência e habilidades emocionais, do combate ao bullying e de incentivo à busca de ajuda. “Investir na prevenção desde cedo promove uma cultura de aceitação e cria adultos mais resilientes e preparados para enfrentar desafios emocionais, reduzindo o impacto do estigma na sociedade. O Projeto WeARTolerance nasceu com esse propósito. Este espetáculo é um exemplo disso.”

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

18 Dezembro 2024

Portugal é o país onde mais cresceu o risco para o pluralismo mediático entre UE e candidatos

4 Dezembro 2024

Prémio Megatendências tem candidaturas abertas até 15 de dezembro

28 Novembro 2024

Reportagem do Gerador motiva alteração ao OE

27 Novembro 2024

“O trabalho está feito, e muito bem feito.” VALSA e CORAL coletivo vão fechar portas

20 Novembro 2024

Visita as antigas instalações da Manutenção Militar Norte, no Beato, a 23 e 24 de novembro

20 Novembro 2024

Trabalhas em cultura num território de baixa densidade? Isto pode ser para ti

18 Novembro 2024

Património sonoro de Aveiro é protagonista de novo disco

7 Novembro 2024

A 2.ª edição do ciclo Afro-Portugal está de volta a Coimbra para questionar identidades

6 Novembro 2024

500 paus pela melhor banda desenhada: concurso da Chili Com Carne está de volta

4 Novembro 2024

Mulheres na tecnologia continuam a sentir-se discriminadas, mal pagas e pouco representadas

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Assessoria e Escrita de Comunicados de Imprensa

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online e presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

16 Dezembro 2024

Decrescer para evitar o colapso

O crescimento económico tem sido o mantra da economia global. Pensar em desenvolvimento e em prosperidade tem significado produzir mais e, consequentemente, consumir mais. No entanto, académicos e ativistas pugnam por uma mudança de paradigma.

22 Julho 2024

A nuvem cinzenta dos crimes de ódio

Apesar do aumento das denúncias de crimes motivados por ódio, o número de acusações mantém-se baixo. A maioria dos casos são arquivados, mas a avaliação do contexto torna-se difícil face à dispersão de informação. A realidade dos crimes está envolta numa nuvem cinzenta. Nesta série escrutinamos o que está em causa no enquadramento jurídico dos crimes de ódio e quais os contextos que ajudam a explicar o aumento das queixas.

A tua lista de compras0
O teu carrinho está vazio.
0