O CAM em Movimento continua com a sua programação "fora de portas". Desta vez, Rui Toscano e Carlos Bunga são os artistas convidados para ocupar, até 30 de julho, a Praça do Centro Comercial Fonte Nova e a Estação Fluvial do Terreiro do Paço.
A arte não pode parar. Por isso, enquanto o Centro de Arte Moderna (CAM) se renova para ampliar a sua área expositiva e criar um novo jardim aberto ao público - tudo projeto pelo arquiteto Kengo Kuma -, a Gulbenkian criou o CAM em Movimento, uma iniciativa que permite novos lugares de encontros das pessoas com as obras de arte do CAM, e também com intervenções site-specific de artistas convidados.
O início do projeto fez jus ao nome, e a primeira intervenção foi nos comboios das linhas de Cascais e de Sintra, da autoria de Fernanda Fragateiro e Didier Fiúza Faustino (respetivamente); com a colocação no Jardim Gulbenkian de um contentor onde são projetados ciclos de vídeos da coleção do CAM, e onde é possível visionar (até ao dia 3 de fevereiro) o vídeo Mulheres d'Apolo de Vasco Araújo. A programação em movimento, contou ainda com um projeto para os tapumes que envolvem as obras do edifício do CAM, de António Jorge Gonçalves, que pode ser visto na Rua Nicolau de Bettencourt, e ainda uma exposição de obras da Coleção de Arte Britânica do CAM na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.
A arte fora de portas continua pela cidade e, desta vez, conta com Rui Toscano, Carlos Bunga e Jaime Welsh. Até ao dia 30 de julho, a Praça do Fonte Nova, em Benfica, terá um contentor marítimo, uma escultura original, da autoria de Rui Toscano, intitulada, Music Is the Healing Force of the Universe #4 que abre um novo contexto narrativo na obra do artista. Rui Toscano centra-se na imagem de uma pintura de uma peça de cerâmica da Grécia Antiga, na qual Dionísio toca uma lira ladeado por dois sátiros que dançam, agitando um par de castanholas.
Carlos Bunga criou o seu projeto artístico num contentor marítimo que foi instalado junto à estação fluvial do Terreiro do Paço. Nesta peça, intitulada Home, o pensamento político, mas também poético, que o artista tem desenvolvido em torno da ideia de casa é revelado e questionado. O artista utiliza materiais versáteis e orgânicos, tais como cartão, fita adesiva e tintas de uso doméstico, para produzir instalações site-specific e orientadas para o processo de trabalho e construção. Surgindo a partir de um diálogo com o espaço arquitetónico existente, estas estruturas efémeras assemelham-se a maquetas de arquitetura em escala real, ou ainda a abrigos de rua temporários. Através do seu trabalho, Bunga não só encoraja os visitantes a repensarem a sua experiência do espaço e da arquitetura, como também evoca a natureza frágil e temporária das estruturas urbanas.
Ainda no âmbito da programação do CAM em Movimento, o CAM e a Contemporânea convidaram o artista Jaime Welsh a conceber um projeto fotográfico para as páginas da revista, pensadas como um espaço expositivo. A sétima edição impressa da Contemporânea propõe uma aproximação à fotografia a que o CAM se associou.