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Centenário de Sophia: Conservatório de Dança e de Música estreia-se com “O Cavaleiro da Dinamarca”

Cerca de 40 alunos entre os 9 e os 20 anos do Conservatório de Dança…

Texto de Mafalda Lalanda

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Cerca de 40 alunos entre os 9 e os 20 anos do Conservatório de Dança e de Música recriam "O Cavaleiro da Dinamarca" a pretexto do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andersen. A estreia é sexta-feira 13, às 21h, na sala Luiz Miguel Cintra do Teatro São Luiz.

No passado dia 6 de dezembro, o Teatro São Luiz acolheu uma mesa aberta com oito representantes desta iniciativa do Centro Nacional de Cultura. A sessão, mediada pelo diretor da Antena 2, João Almeida, reuniu o diretor da Escola de Dança do Conservatório Nacional (EADCN), Paulo Ferreira, os coreógrafos Catarina Moreira e Guilherme Dias, os compositores Humberto Ruaz e Daniel Schvetz, o cenógrafo José Manuel Castanheira e Fátima Freitas Morna da comissão organizadora do Centenário de Sophia.

Este ano, "O Quebra-Nozes" não é a escolha para o tradicional bailado natalício da EADCN. Paulo Ferreira, também coautor do libreto deste bailado, trabalhou cerca de oito meses, juntamente com Pedro Mateus, nesta tentativa de contar uma história sem palavras, através do movimento e com uma grande dimensão de cenas e personagens. A escolha literária prende-se com a tentativa de traduzir não só a cultura europeia, mas também a portuguesa. E, por outro lado, esta escola de dança passou a ter repertório próprio através da homenagem ao texto literário de Sophia.

Existem outros gestos pioneiros neste bailado. Paulo Ferreira explica como "a ideia era que todos os alunos da escola entrassem na peça, porque era algo que nunca tinha sido feito".  As personagens foram adaptadas aos diferentes níveis, faixas etárias e estilos, numa tentativa de agregar todos. Este foi um autêntico desafio de cooperação "entre duas escolas que têm um horário muito pesado em termos de ocupação dos alunos e é complicado que os alunos tenham disponibilidade para cooperar em conjunto".

Os coreógrafos Catarina Moreira e Guilherme Dias trabalharam as personagens da peça distribuindo-as entre si por afinidade e por questões de equilíbrio dramatúrgico. Procuraram fazer coabitar o clássico e o contemporâneo, as pontas e os pés descalços, sem esquecer a articulação com a música. O som vai sugerindo uma narrativa que precisa de ser interpretada e dançada por personagens que representam a coragem, a força, o não desistir. Guilherme Dias reforça que esta é "uma experiência que provavelmente só se dá numa companhia já com cerca de 17 anos, estamos a trabalhar com crianças e adolescentes que estão quase a fazer papéis de adultos". Acompanhar os alunos exige uma parte interpretativa e incorporar o teatro na dança. "Hoje em dia prevalece a técnica, mas isso não é artístico. É ginástico."

Neste teatro dançado não há palavras, mas música. Humberto Ruaz e Daniel Schvetz são os compositores que trazem os diferentes ambientes sonoros às aventuras de "O Cavaleiro da Dinamarca". Desde momentos mais ligeiros a mais violentos musicalmente, passando sempre pela articulação com a realidade cénica, nomeadamente na gestão de saídas e entradas de personagens. Arquiteto e cenógrafo, José Manuel Castanheira pensa ser "fantástico mergulhar na poética de Sophia através da dança". Apesar da ambição do projeto, descreve a equipa como uma "energia transbordante de entusiasmo" desde o início, tornando possível a passagem de um espetáculo ensaiado numa pequena sala para "um palco gigante".

Nas palavras de Fátima Freitas Morna, "esta é uma atividade muito adequada à pessoa, pela importância que Sophia dá à palavra 'dançar', mas sobretudo porque pega num dos contos que melhor se aproxima de uma estrutura de dança". Contudo, o diretor da Escola de Dança do Conservatório Nacional admite que provavelmente "não voltaremos a fazer um evento com esta dimensão para breve". Tornar possível um projeto como este implica não só muito investimento, que é sobretudo voluntário e humano daqueles que nele participam, mas também uma articulação intensa a nível de carga horária dos próprios alunos.

Depois de sexta-feira, é possível revisitar a peça às 16h e às 21h de sábado, dia 14 de dezembro. Os preços, sujeitos a desconto, variam entre os 12€ e os 15€. A entrada é permitida a maiores de 6 e o bailado tem uma duração aproximada de 75 minutos.

Texto de Mafalda Lalanda
Fotografia via AE/EADCN

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