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Cinemateca mostra em setembro quase todo o cinema de João Botelho

Quase todo o cinema do realizador português João Botelho vai ser exibido em setembro na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, numa retrospetiva intitulada “Os filmes são histórias, o cinema é a maneira de as filmar”.

Texto de Redação

Fotografia de Kilyan Sockalingum, via Unsplash

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O ciclo, que começa esta quinta-feira, 1 de setembro, é dedicado a um cineasta, nascido em Lamego em 1949, que "pertence à geração que chegou ao cinema logo a seguir ao 25 de Abril [de 1974] e, no seu caso pessoal, devido ao 25 de Abril", escreve a Cinemateca na programação de setembro.

A retrospetiva não é cronológica e começa com Tráfico (1998), "uma feroz e divertida sátira ao novo-riquismo que assolou Portugal e os portugueses depois da entrada do país para o clube dos ricos da União Europeia".

Até ao final do mês, a Cinemateca reúne quase todos os filmes de João Botelho, deixando de fora três documentários feitos para televisão nos anos 1970, apresentando "uma visão de conjunto de uma das obras mais vastas do cinema português, que se estende por quarenta anos e reúne, à data de hoje, mais de trinta trabalhos, entre longas e curtas-metragens".

No programa estão Conversa Acabada (1981), a primeira longa-metragem, a partir da correspondência trocada entre os poetas Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, Um adeus português (1985), primeiro filme português a abordar a Guerra Colonial, e A mulher que acreditava ser presidente dos Estados Unidos da América (2003).

A retrospetiva permitirá ainda perceber, no conjunto, a relação do cinema de João Botelho com a literatura: "Longe de serem ilustrações dos livros que transpõem para o cinema, estes filmes dialogam com a literatura e a História de Portugal, em cuja descendência Botelho insere o seu cinema".

São eles Quem és tu? (2001), baseado em Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, O fatalista, (2005), que "adapta para o Portugal do século XXI o romance Jacques Le Fataliste de Denis Diderot", A Corte do Norte (2008), a partir de um romance de Agustina Bessa-Luís, ou Os Maias: Cenas da Vida Romântica (2014), sobre o romance de Eça de Queirós, e O ano da morte de Ricardo Reis (2020), numa incursão por um romance de José Saramago.

Para a Cinemateca, João Botelho "situa se entre os cineastas do tempo e não do movimento", com um percurso que "está longe de ter chegado ao fim", já que tem diversos filmes em preparação.

"Eu não sei fazer filmes policiais franceses ou comédias espanholas, muito menos cinema de entretenimento americano, sei fazer cinema português. Cinema do tempo e não do movimento, da composição e do plano, da luz e das sombras", afirmou João Botelho, citado pela Cinemateca.

Este ano, João Botelho concluiu os filmes Um filme em forma de assim, dedicado à obra de Alexandre O'Neill, e O jovem Cunhal, focado na juventude do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal.

Em maio passado, contou à agência Lusa que tem ainda em mãos um novo filme, que quer rodar em 2023 e estrear em 2024, coincidindo com os 50 anos do 25 de Abril de 1974, e que é sobre os dois últimos anos de vida de António de Oliveira Salazar.

Além da retrospetiva, a Cinemateca deu "carta branca" ao realizador, que escolheu mais de uma dezena de filmes de eleição, de nomes como D. W. Griffith e Jean Renoir a John Ford, Ozu, Jean-Marie Straub e Jean-Luc Godard.

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