A ilha como inspiração para um mundo futuro “distópico e corrosivo”. Este é o mote da mais recente criação do coletivo SillySeason que vai estrear-se no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, nos próximos dias 24 a 26 de novembro.
A peça Hotel Paraíso partiu “do conceito misterioso e encantatório de ilha, para construir um espetáculo que apresenta um hotel em ruínas” como metáfora para os desastres. “As alterações climáticas, a ascensão de regimes totalitaristas, a ideia de uma Europa em ruínas ou a relação homem-máquina são temas transversais aos habitantes que vivem presos neste Hotel Paraíso e que se encontram, também eles em decadência”, lê-se na nota.
Neste lugar de “reprogramação”, são exigidas à entrada várias informações: “nacionalidade emocional”, “constituição do seu país interior”, “Idade mental”, “Status”, “Classe mitológica”, “Morada”, “Código moral”. “Se conseguir corresponder então estará pronto a entrar em Hotel Paraíso”, basta assinar para ceder o acesso a todos os relacionamentos dos hóspedes.
Com texto e direção de Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva e Ricardo Teixeira, o espetáculo conta com interpretação dos próprios e de Ana Moreira, Paula Erra, Rafael Carvalho e Vítor Silva Costa. Após a estreia na região autónoma da Madeira, a peça será também apresentada no Teatro Estúdio Ildefonso Valério, em Alverca, a 3 e 4 de dezembro, na Escola de Mulheres, em Lisboa, de 16 a 19 de dezembro, e no Teatro das Figuras, em Faro, a 12 de março de 2022.
Hotel Paraíso é uma criação dos SillySeason, feita em coprodução com o Teatro Baltazar Dias, o Teatro das Figuras e o Teatro Feiticeiro do Norte.
Os SillySeason são um coletivo de artistas fundado em 2012, que se propõe “a pensar o teatro e as artes performativas, em diálogo com outras áreas artísticas, numa busca constante por novos modelos de criação, procurando contribuir para a produção e aprofundamento de novas dramaturgias”.