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De resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos também podem nascer insectos

Transformar os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REE) que iriam para o lixo em…

Texto de Patrícia Nogueira

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Transformar os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REE) que iriam para o lixo em peças de arte, é o que Julie Alice Chappell apresenta como uma das formas para acordar o mundo, através do projeto “Computer Component Bugs“. "Quero que os meus insetos ajudem a destacar os perigos da obsolescência propositada e ajudem a aumentar a consciência sobre o peso que o lixo eletrónico tem na natureza", explicou a artista ao Gerador.

A União Europeia tem vindo a aumentar as metas nacionais de recolha de resíduos elétricos e eletrónicos, estando nos 65%, contudo, em 2019, o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (SIGREE) revelou que os números estão longe de ser perfeitos, mostrando a dificuldade em concretizar o objetivo nacional.

Julie Alice Chappell é uma artista inglesa que transforma resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE) em insectos decorativos. Ao mesmo tempo que dá vida a borboletas eletrónicas consciencializa e sensibiliza a comunidade para as práticas associadas à reutilização dos equipamentos elétricos e eletrónicos que acabam em aterros. Segundo a artista, a ideia surgiu enquanto estava na faculdade, depois de ter sido desafiada a encontrar um meio totalmente novo para criar arte. Depois de ver várias imagens chocantes, apresentadas pela Greenpeace, de aterros de computadores no meio da natureza, perguntou-se sobre as criaturas que viviam no sítio onde essas coisas são despejadas, imaginando se poderiam sobreviver ou evoluir. "Sempre tive um grande amor pela natureza, mas também sou uma fã de tecnologia e da sua complexidade, então agarrei nos meus materiais, as placas, e no assunto que me interessava - os insetos", contou Julie ao Gerador.

A principal inspiração de Julie para transformar lixo em natureza, é a prática continuada da criação, propositada, de produtos com uma vida útil limitada, apenas para maximizar os lucros, "com base na falsa noção de crescimento económico infinito" que a indústria pensa, erradamente, que pode ser equilibrado pelos recursos da Terra, "que são finitos". Contudo, para Julie, "nem tudo é negativo". Na página onde tem exposto o seu trabalho, a artista explica o seu processo de criação, onde cada peça pode durar entre duas a três semanas para ser finalizada. Primeiro, começa por pintar, à mão, as asas dos insectos, sempre de forma meticulosa e demorada, para que se pareçam às ilustrações dos livros antigos de história natural. De seguida, digitaliza as pinturas em computador para poder alterá-las e adicionar todas as cores que quiser. Utiliza ainda o Illustrator para conseguir criar os padrões que dão origem às peças únicas e tão reais. A impressão é em acetato transparente reutilizado, e o resto dos componentes são feitos pelas mãos de Julie que os esculpe, e adiciona materiais, também eles reutilizados, tornando-os verdadeiras obras de arte.

A consciencialização para a reciclagem em prol de um planeta mais verde, sustentável e equilibrado, está assim presente em cada insecto do projeto "Computer Component Bugs", que vende na sua página e vai expondo nas suas redes sociais.

Texto Patrícia Nogueira
Fotografias do
Facebook de Julie Alice Chappell

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