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“Elas ao Som da Fábrica” regressa em janeiro para homenagear as mulheres ex-operárias covilhanenses

No dia 11 de janeiro, entre as 10 e as 20 horas, os estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) celebram a IV edição do evento, que vai decorrer na Faculdade de Artes e Letras e no Museu dos Lanifícios. Desta vez, o mote é a “Poesia do Movimento”. Ao Gerador, a organização explica que procurou apostar na dinamização de atividades que permitissem a interação direta com o público.

Texto de Débora Cruz

Museu dos Lanifícios. Fotografia retirada do Facebook de “Elas ao Som da Fábrica”

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“Trabalho”, “mulheres”, “intensidade” e “novidade” foram algumas das palavras utilizadas pela organização do Elas ao Som da Fábrica para descrever a IV edição da iniciativa. Os estudantes finalistas do 1.º Ciclo de estudos em Ciências da Cultura são os responsáveis pela promoção do evento e procuraram dinamizar atividades em diversos formatos. Já foram anunciadas peças de teatro, exposições, atuações de música, performances e conversas com o objetivo de “retratar e destacar o papel socioeconómico das mulheres ex-operárias covilhanenses” que “trabalharam e entregaram grande parte das suas vidas à expansão deste setor secundário, têxtil e industrial”, lê-se no comunicado.

A Poesia do Movimento foi o mote escolhido para esta edição. Ao Gerador, os estudantes da UBI explicam que decidiram apostar num subtema que “revolucionasse a imagem do evento” e a sua “marca identitária”, bem como o modo através do qual esta identidade seria partilhada com o público. “Ao longo destes três anos, verificámos que houve sempre uma aposta em apresentar os subtemas de forma rotativa”, referem, “desta vez, queríamos fazer algo diferente, não só na escolha da subtemática, mas também na forma como a iríamos apresentar”.

A organização destaca três pilares que motivaram a escolha do “movimento” como subtema. O primeiro refere-se ao “movimento de cariz operário” e de “manifestação das mulheres”, com o objetivo de “revindicar [os seus] direitos básicos [e um] reconhecimento do seu trabalho”, referem os estudantes. Por sua vez, o segundo pilar relaciona-se com o “desgaste do tempo” e o “envelhecimento destas senhoras”, bem como o “movimento das rotinas de trabalho e da evolução do contributo histórico feminino para as fábricas de lanifícios”. Já o terceiro movimento prende-se com o facto de este ser o primeiro evento pós-pandémico do Ela ao Som da Fábrica, o que significa uma maior liberdade e um “contacto mais direto com o público”.

O teatro-fórum de Fátima Vale, o coletivo musical Colmeia, o filme Trama, de Luísa Soares, e a performance A Luta que nos pariu, de Benetto, são algumas das atividades programadas. A organização destaca que investiu em “momentos que tocassem e causassem uma forte reação no público”, de forma a promover a sensibilização e a reflexão sobre os temas tratados. “Decidimos apostar num género de teatro único, chamado Teatro do Oprimido, que reflete essa mesma dualidade”, reiteram, “[a peça de Fátima Vale] remete para o papel da mulher e para essa tal sensibilidade que tentará impressionar o público através da transmissão da mensagem de forma mais impactante”. 

A organização procurou também incluir artistas que conseguissem promover a interação ativa com os espectadores. “Descartámos totalmente a opção de realizar um evento inteiro em que o público somente observasse, mas que não participasse”, declaram. Os estudantes destacam ainda que “tornar o Museu dos Lanifícios mais vivo” e “transformar a faculdade num museu” através de atividades com ênfase no movimento foi também uma prioridade. “É uma necessidade que temos, esta de acordar a fábrica adormecida deste museu”, começam por explicar, “mas precisamos também de tornar a faculdade num museu, visto que esta também já foi uma fábrica de lanifícios e possui um passado industrial extremamente importante”.

Elas ao Som da Fábrica surgiu em 2019 e tem sido organizado pelos estudantes finalistas da licenciatura em Ciências da Cultura, no âmbito da unidade curricular de Assessoria e Comunicação Cultural. A organização sublinha o “quão gratificante é ver que um projeto diferente como este está a ganhar cada vez mais destaque”, ao longo dos últimos anos. Os estudantes defendem que o evento está a contribuir para a “correta homenagem das mulheres operárias” e para o “destaque e prestígio do curso de Ciências da Cultura”, da UBI.

Para a IV edição, os estudantes esperam fazer do dia 11 de janeiro um “momento inesquecível” e contam com um “público interessado” e com vontade de participar nas atividades dinamizadas. “Se será um sucesso ou não, isso não cabe a nós afirmar”, concluem, “cabe a nós fazer o que está ao nosso alcance, com o tempo que nos resta, e dar o nosso melhor para que [o evento] corra o melhor possível”.

Podes consultar mais informações, ao clicar, aqui.

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