fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

ENTREVISTA ANA VENTURA MIRANDA

Ontem, quinta-feira dia 23 de Junho, assistimos à estreia nacional do documentário “Portugueses do Soho -…

Texto de Margarida Marques

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Ontem, quinta-feira dia 23 de Junho, assistimos à estreia nacional do documentário "Portugueses do Soho - Uma História Que Mudou de Geografia", do nosso parceiro Arte Institute. Realizado por Ana Ventura Miranda, com direcção de fotografia de Rui Ventura, o documentário retrata a memória da presença portuguesa no Soho.

O Arte Institute já esteve em todos os continentes, quinze países, trinta e uma cidades. Existem diferenças entre culturas de emigrantes?

Vamos lá ver. A essência dos portugueses - eu costumo que se pode tirar o português de Portugal, mas não se pode tirar o Portugal do português, e acho que este filme é a prova disso. São pessoas que numa cidade como Nova Iorque, conseguiram manter a sua identidade e viver exactamente como se estivessem aqui. Por isso é que o filme se chama Uma História Que Mudou de Geografia: a história é a mesma. Quando eu vou pelo mundo fora muitas vezes o que nós tentamos promover é a cultura portuguesa para os estrangeiros, não tanto para os emigrantes. O que nós tentamos sempre é levar a marca Portugal e que as pessoas saibam o que é hoje Portugal. O que há realmente em comum é esse amor e esse carinho que todos eles mantêm pelo país, especialmente as gerações mais antigas. Depois claro, até na forma de falar sofrem algumas influências. Há sempre este amor e este respeito por Portugal, e às vezes é isso que eu acho que esta geração mais nova tem de aprender.

E emigrar agora e dantes? As semelhanças e as diferenças.

Ai, todas as diferenças. Dantes eles tinham a quarta classe quando tinham, agora saímos de cá e falamos pelo menos inglês, estamos preparados. Chegamos lá fora e realmente temos imenso sucesso, e portanto não é, se calhar, a educação que está mal; se calhar a forma como trabalhamos aqui é que está mal. Não é por geração espontânea que as pessoas saem daqui e se destacam na sua área, e fazem um bom trabalho. Ou não envergonham ninguém, como se costuma dizer. Elevam o bom nome de Portugal. Mas eu acho fantástico estas pessoas a quem Portugal deu tão pouco lhe terem este amor. E nós cá passamos a vida a reclamar, e só temos é direitos e não temos obrigações nenhumas; mas se calhar devíamos era agir para ter esse Portugal que queremos. Enfim, acho que há mais diferenças do que semelhanças. É um sinal dos tempos, claro.

O que é a cultura portuguesa?

A cultura portuguesa é... imensa coisa. Acho que, mais do que cultura, nós somos uma marca. A maneira como lidamos com problemas, a maneira como nos desenrascamos, a maneira como fazemos omeletes sem ovos... Eu acho que isto é uma mais valia para Portugal que nós desvalorizamos, porque olhamos para o lado e vemos que toda a gente aqui é assim, por isso achamos que todo o mundo é assim, mas não é verdade. E eu nas minhas viagens, na minha experiência de vida e principalmente profissional, tenho percebido que isso não é assim. E realmente acho que temos de começar a valorizar mais aquilo que fazemos. Em Portugal falta é percebermos que podemos mudar as nossas cabecinhas, que podemos trabalhar em conjunto. Isto é a grande lição. As parcerias, o trabalhar em conjunto, o puxarmos todos para o mesmo lado... É esse que é o caminho e é isso que Portugal tem de entender. Quando Portugal entender isso, entendemo-nos todos.

Entrevista por Gil Sousa

Foto por Maria Clara Pereira

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

15 Setembro 2025

Chisoka Simões: “Há que sair desse medo do lusotropicalismo”

12 Setembro 2025

Tempos livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

11 Setembro 2025

Humor na MNJC: Guilherme Geirinhas, Hugo van der Ding e Nuno Artur Silva são os jurados que aguardam a tua candidatura

10 Setembro 2025

No gerador ainda acreditamos no poder do coletivo

9 Setembro 2025

LEAP: Junta-te, online e em Bruxelas, a dois eventos de co-criação focados em construir um futuro mais inclusivo

8 Setembro 2025

PHDA nas mulheres: como o preconceito de género influencia a nossa saúde mental

5 Setembro 2025

De 12 a 14 de setembro o livro está em festa na Amadora

5 Setembro 2025

Tempos livres. Iniciativas culturais pelo país que vale a pena espreitar

4 Setembro 2025

Post/Zeitgeist: no dia 25 de setembro vem discutir ideias e inquietações sobre o futuro

3 Setembro 2025

Viver como se fosse música

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Criação e Manutenção de Associações Culturais

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Carrinho de compras0
There are no products in the cart!
Continuar na loja
0