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Histórias Viandantes: É “mostrar que toda a gente tem uma história, que toda a gente tem conteúdo literário”

Há quem goste de contar histórias em papel, outros, através de um computador ou de…

Texto de Isabel Marques

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Há quem goste de contar histórias em papel, outros, através de um computador ou de uma parede de uma ruela. É sobre esta última, a mais improvável, que os irmãos Coelho (Luísa e Rui) se decidiram debruçar.

Tudo nasceu com uma proposta de trabalho, em 2020, na pós-graduação em Ilustração e Belas-Artes, no Porto, que fosse criativa e interventiva. Na altura, surgiu a ideia de retratar a história de portugueses, tendo como palco a parede. Ainda assim, este projeto não passaria da teoria, já que não era suposto ser posto em prática.

Um certo dia, para seus espantos, viram-se de frente com o concurso Jovens com Talento, promovido pela Câmara de Viana do Castelo, de onde são naturais, e decidiram arriscar com uma candidatura sobre esse mesmo projeto. Quis o destino que fossem os selecionados e os vencedores.

Assim nascia verdadeiramente as Histórias Viandantes. Com a premissa de retratar as histórias dos moradores das ruas secundárias, das quelhas ou dos becos, mas, ao mesmo tempo, como forma de lutar contra a desertificação do centro histórico, no Alto Minho, os jovens têm investido os seus dias a pintar nove dessas ruas e a contar nove das histórias dessas gentes.

Entre os sons das gaivotas, o tocar dos sinos, a música de quem passava naquela ruela, o Gerador esteve à conversa com Luísa Coelho e Rui Coelho, na Rua Tourinho, em Viana do Castelo. Uma das ruas que foram alvo das Histórias Viandantes.

Ao longo da conversa, os jovens procuraram refletir sobre as histórias que os envolvem neste projeto, bem como as inquietações de quem vê o seu ninho a ficar deserto.

Gerador (G.) – As Histórias Viandantes, um dos vencedores do prémio Jovens com Talento, pretendem contar histórias de figuras, lugares e da cultura de Viana do Castelo em ilustrações pintadas em paredes de quelhas e vielas. Como é que nasceu este projeto?

Luísa Coelho (L. C.) – A ideia inicial foi do Rui, e isto foi no contexto em que estávamos a fazer uma pós-graduação em Ilustração e Belas-Artes, no Porto, e havia uma disciplina no segundo semestre com o professor Jorge Silva em que nós tínhamos de desenvolver alguma coisa que interviesse artisticamente na cidade. 

Rui Coelho (R. C.) – Exatamente! Tínhamos de pôr ilustração na rua, de forma as embelezar. Era para a cidade do Porto, em específico, e era necessário fazer uma intervenção que, de alguma forma, pusesse a ilustração nas ruas. 

L. C. – Depois, o projeto acabou por nunca acontecer, e isto era utópico... 

R. C. – O projeto e a ideia.... Como a Luísa estava a dizer, era um trabalho que nós tínhamos, mas depois meteu-se a pandemia, as cadeiras transformaram-se todas, e esse trabalho não aconteceu. Também, desde o início, esse trabalho era só uma hipótese porque era teórico e uma proposta, mas o bichinho foi ficando... 

No ano de 2020, no verão, a Câmara de Viana abre, pela primeira vez, o concurso Jovens com Talento, e eu falei com a Luísa sobre a possibilidade de participarmos com esta ideia, já que somos daqui, e de pegarmos nas ruas, quelhas, vielas e ruelas, que estão degradadas em Viana; e que ao mesmo tempo começam a ficar desertificadas e fazer uma espécie de homenagem, ou seja, pôr cada rua a contar uma história. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – E como é que foi o processo de descoberta dessas histórias?

R. C. – Foi um bocado sorte, mas eu acho que é a sorte de quem procura. Eu acho que nós encontraríamos sempre histórias e, para mim, é a riqueza do projeto. Não são as histórias que estão a ser contadas, é saber que por cada história que tivemos existem dez, 20, 30, 40, que ninguém conhece porque não houve ninguém para as ouvir. 

As histórias que estão nas paredes não têm nada de extraordinário, ou seja, não é um facto histórico, um acontecimento, uma vitória, é o mero quotidiano das pessoas. E era isso que nós também queríamos. Mostrar que toda a gente tem uma história, que toda a gente tem conteúdo literário na sua vida que pode ser contado. É uma espécie de homenagem. 

L. C. – Sim! Qualquer pessoa que passava e que interagia connosco, enquanto estávamos a pintar, a história dessas pessoas podia estar numa rua. 

R. C. – Ou seja, nós escolhemos estas histórias, mas, se tivesse durado mais tempo a altura de estarmos nas ruas e de falarmos com as pessoas, mais histórias tínhamos ou eram outras diferentes. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – Neste caso, querem resgatar nove histórias destas ruas. Como é que foi feita a escolha desses locais? Houve algum critério?

L. C. – Nós queríamos ruas que não fossem principais, que fossem secundárias e quelhas, becos ou ruelas. Isso era uma premissa. Depois o que foi acontecendo é que fomos jogando as histórias com as autorizações da rua. Por exemplo, nesta rua temos três paredes, por isso três histórias. Esta há duas, duas ilustrações para esta história. E foi sempre assim uma ginástica. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – Hoje estamos na Rua Tourinho. Querem-nos explicar a história desta rua e destas ilustrações?

R. C. – Esta história, embora seja muito figurada, é sobre a Dona Armanda, que é uma artesã em Viana, tem aqui esta loja na esquina, tem aqui o Galo de Barcelos, incluindo estas figuras que lhes são familiares, porque esta história é sobre ela não ter a quem ensinar o seu ofício. Ou seja, ela é bordadeira, aprendeu a bordar com a mãe. Entretanto o facto de saber bordar sempre lhe permitiu ganhar assim a sua vida. Ela trabalhou durante muitos anos como modista e depois decidiu vir para esta loja. Este negócio já tinha sido da mãe, que vendia hortaliças, frutas, e decidiu transformá-lo numa loja de artesanato, onde começou a vender os seus bordados, mas também se dedicou à cerâmica, à pintura, etc. E, neste caso, nem os filhos, nem os netos aprenderam a bordar. Um dia que a dona Armanda feche os olhos é menos uma bordadeira que temos em Viana. 

As histórias que estão escritas não têm um caráter jornalístico, são mais literárias. Então era uma brincadeira, quase de uma figura que ela fez e que se parte. Ainda no outro dia estávamos a conversar e estava uma figura partida na montra a falar com outras figuras que vêm de Barcelos e todas elas vinham de famílias que as continuaram. A Rosa Ramalho teve o neto e o bisneto, a Côta aprendeu antes com a família, os Mistério continuaram o trabalho do pai e agora são dois irmãos, o Manuel Macedo também aprendeu com os tios, ou seja, há esse cuidado da continuidade do artesanato. Essa rua é um bocado a falar nisso. 

Agora, claro que eu acho que às vezes o projeto falha um bocado nisso... Quem vê as imagens não tem acesso ao todo da história, mas ao mesmo tempo também acho que isso se torna bom. 

L. C. – Mas também acho que essa parte é bonita... Cada um interpreta como quer. O projeto ainda vai a meio e agora estamos na fase de pintura dos morais, mas isto no final vai culminar num mapa para as pessoas percorrerem as ruas e há um livro. No livro estão as histórias que o Rui escreveu acompanhadas de ilustrações das ruas. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – Por curiosidade, quanto tempo é que demora a concluir uma ilustração da rua?

L. C. – Eu acho que começámos com muito bom ritmo. Nós começámos no verão a primeira parede e estamos com um ritmo ótimo. Em dois dias, fizemos a rua Major Xavier da Costa, e foi assim que no dia a seguir estávamos em falência de corpo. 

R. C. – Acho que a dimensão foi crescendo.... Temos menos luz solar agora, ou seja, nós antes fazíamos em dois dias porque acabávamos de trabalhar às 20h30, da noite. Agora, às 5h já é de noite. E depois também tem que ver com as condições. No verão, uma pessoa está com uma t-shirt a trabalhar e é tudo mais depressa. No inverno, para além de estarmos no Alto Minho, e chover, está frio também. Não dá para manter esse ritmo. 

L. C. – O nível de dias varia sempre de rua para rua. Nesta demorámos mais um bocado porque eram três paredes, e eu acho que, de rua para rua, estamos a ficar mais megalómanos. 

R. C. – E outra coisa: esta foi rua foi onde demorámos mais porque as ilustrações são compostas por quatro figuras e cada uma tem muitos detalhes. Eu dou uma ajuda à Luísa a pintar, mas ela é que é a ilustradora, é que faz os detalhes, das cores. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – Se calhar muitas vezes até aquela procura pela cor certa não é fácil...

L. C. – Sim! 

R. C. – Sim, e são precisas várias mãos. Às vezes, é preciso esperar que seque para fazer outras coisas por cima. Uma pessoa também faz essa ginástica. 

L. C. – É a arte do desenrasque. Eu até me costumo intitular como licenciada em arte do desenrasque. 

G. – Há bocadinho o Rui já foi falando que o projeto das Histórias Viandantes pretende ser um alerta para a desertificação dos centros históricos das cidades. Na vossa opinião, como é que se explica esta desertificação, ainda mais numa cidade do litoral?

R. C. – Acho que a desertificação se dá por vários motivos. Nenhuma destas casas é muito confortável para morar, porque são casas antigas, frias. Depois, é pouco cómodo, porque, hoje em dia, toda a gente quer um carro, e estas casas não permitem ter um. E, a juntar a isso tudo, os restauros que se fazem nestas casas são para alojamentos locais e, claro, os preços impraticáveis. 

Claro que era muito bonito as pessoas voltarem a morar nos centros das cidades, mas, ponto número um, os preços são inconcebíveis e as obras são inconcebíveis para jovens e mesmo para pessoas mais velhas. O que manda nisto tudo é o interesse. Se eu tenho uma casa que vale 100 mil ou 200 mil porque hei de só ganhar metade?

A partir do momento que se abriu esta economia e que o turismo parece que nos vai salvar a todos… eu pergunto-me sempre: a que preço? Eu pergunto se todas as cidades, por exemplo, a Baixa inteira do Porto virar casas de férias… Parece que, de repente, somos uma espécie de um quintal da Europa porque vem tudo apanhar sol. E o que resta…

Se vamos a um sítio que é bonito pela sua tipicidade e cultura tem de haver um equilíbrio entre manter essa cultura e essa tipicidade. Por exemplo, se, de repente, a dona Armanda e todas as donas Armandas que moram nestas ruas desaparecessem para fazer alojamentos locais, então não havia nada para ver aqui, nem nenhuma história para contar. 

Embora seja uma chamada, não há propriamente uma solução. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – Por exemplo, sentem que há um desinteresse em procurar estas histórias?

L. C. – Sim, claro! As histórias existem, mas há uma falha. Por exemplo, se alguém pegar nas histórias e as levar às pessoas, as pessoas gostam de as ouvir e de as saber. Acho que pode ser feito muito mais, e o pior é que tudo isto se vai mesmo perder com o tempo. 

R. C. – Acho que isto toca naquela parte universal, que é aquele saudosismo que sentimos do antigo, das histórias dos avós, das histórias de infância dos nossos pais e que as gerações futuras também hão de sentir. Estamos todos numa batalha em que estamos condenados a perder. 

L. C. – São pessoas que poderiam ser os nossos avós, os nossos vizinhos, ou seja, é importante porque são pessoas comuns, normais. Pessoas que no seu quotidiano têm valor. 

Rua Tourinho_Viana do Castelo

G. – No final do projeto, será lançado um livro com as histórias/ilustrações reunidas e um mapa disponibilizado gratuitamente, de forma a incentivar as pessoas a percorrerem estes lugares. Quando e onde ficará disponível?

R. C. – Nós estamos a fazer mira para que a parte da pintura conclua o mais rápido possível. Felizmente, o inverno tem-nos corrido muito bem, mal para a agricultura, mas bom para nós. Em março esperamos ter tudo concluído… já só nos falta três. Por isso, o lançamento do livro será pela primavera. 

G. – Já agora têm alguma rua ilustrada favorita? Uma história que vos tenha marcado mais?

L. C. – A minha preferida é uma que ainda não está feita que é a história do Fumfum, que vai ser na Viela das Padeiras. É sobre um senhor que era engraxador de sapatos, na Praça da República, e que se dizia que os pardais o seguiam porque ele era bastante amigo deles. 

Eu gosto muito da parte final porque me dá aquele saudosismo… Quando o Fumfum faleceu os pardais seguiram-no até à campa. Eu acho isso mesmo bonito. 

R. C. – É daquelas [histórias] que muito provavelmente até não corresponde à verdade, mas uma pessoa fala com os nossos avós e apercebe-se de que a mesma é vivida em comunidade. De repente, há uma participação coletiva no imaginário. O Fumfum marca, e eu sei que se falar com outras faixas etárias, dos 70, 80, quase 90, que vão associar isto... Tudo isto é uma forma de viver a cidade que hoje já não encontramos entre nós. Há este imaginário comum entre as pessoas. 

Rua Viela Cega_Viana do Castelo

G. – E no teu caso, Rui, tens alguma história favorita?

R. C. – Na verdade, eu acho que não tenho nenhuma. Gosto muito do andar às vozes, mas, ao mesmo tempo, também gosto de outras histórias, porque tive a oportunidade de conhecer as pessoas e de falar com elas. Mas não me consigo decidir por uma, até porque acho que me cansei delas. A parte de que eu mais gostei foi esse contacto. Por exemplo, a da dona Armanda, a dona Otília, não sei... 

G. – Caso as pessoas passem por Viana do Castelo por onde vos vão poder encontrar agora?

R. C. – Nós vamos para a próxima rua, na quarta-feira, para a Rua do Vilarinho e, depois dessa, devemos ir para a da Viela das Padeiras, pintar a história da Luísa, e, depois, acabamos na Quelha do Túlio, na ribeira. 

L. C. – É a mais distante de todas essa. 

Texto de Isabel Marques
Fotografias de Isabel Marques

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