Sob uma perspetiva antropológica e política, a peça Homo Sacer pretende refletir sobre o anticiganismo. Esta criação da estrutura artística Bestiário e da atriz e ativista Maria Gil, prossegue o périplo pelos palcos do Alentejo.
Tendo como ponto de partida o livro Homo Sacer e os ciganos, de Roswitha Scholz, o espetáculo percorre “a historiografia do povo cigano no Ocidente, explorando eventos traumáticos, e desemboca nos crescentes populismos contemporâneos”, segundo comunicado enviado ao Gerador.
“Sem pretender incorrer em moralismos ou idealizações, Homo Sacer reconstrói a(s) História(s) que se encontra(m) em olvido”, de acordo com a mesma fonte.
A encenação e dramaturgia são de Maria Gil e Teresa V. Vaz, num espetáculo que é cocriado e interpretado por Afonso Viriato, Helena Caldeira, Kali Musa, Maria Gil, Miguel Ponte, Teresa Manjua e Vasco Lello.
Depois da estreia em Montemor-o-Novo, a 24 e 25 de novembro, a peça segue pelo Alentejo, passando por Elvas (30 de novembro e 1 de dezembro) e Serpa (7 e 8 de dezembro).
No final de cada sessão, decorrerá uma conversa com a equipa artística. A acompanhar a apresentação do espetáculo nestes três concelhos, a equipa da Bestiário vai ainda desenvolver um Laboratório Teatral – Manual para uma Manife – destinado a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, partindo das temáticas levantadas pela peça.
Homo Sacer estreia-se no âmbito da Odisseia Nacional, projeto artístico do Teatro Nacional D. Maria II, desenvolvido desde janeiro de 2023, em articulação com mais de 90 concelhos de Portugal continental, Açores e Madeira.