Texto de Cátia Vilaça
Arte e participação são os pontos chave do percurso artístico de Hugo Cruz. Criador, programador cultural, professor e investigador, doutorou-se com o tema “Práticas Artísticas Comunitárias e Participação Cívica e Política: experiências de grupos teatrais no Brasil e em Portugal”. É curador, consultor e já dirigiu vários projetos em cocriação com comunidades locais. Assume agora a direção artística do Desejar - Movimento de Artes e Lugares Comuns, “um festival que não é um festival”.
Esta é uma das descrições encontradas para este momento que acontece entre 10 e 14 de junho em vários espaços de Braga, no âmbito da Braga25 - Capital Portuguesa de Cultura. Não é um festival porque desafia, da forma como foi concebido à forma como será apresentado, a relação unilateral entre quem cria e quem consome cultura.
A programação integra 13 criações originais - entre performances, poesia, concertos, conversas e outros formatos - construídas entre artistas e cidadãos que, desde março de 2024, passaram pelas Assembleias do Desejar, o “coração do projeto”, como descreve Hugo Cruz. As assembleias foram os locais de escuta, partilha e proposta a partir dos quais se construíram residências artísticas que consolidaram a programação.
-O Desejar vai juntar 800 cidadãos de Braga e 60 artistas em cocriações entre os dias 10 e 14 de junho, mas tudo isto teve início em março de 2024, com as Assembleias do Desejar. Qual era o vosso ponto de partida? Quando aceitaste o convite para a direção artística deste projeto, havia alguma coisa que tivesses delineado?
Eu comecei a trabalhar em Braga ainda em 2022, no contexto da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027. Entrei para fazer consultadoria ao programa artístico e também à área da participação e ainda preparei a equipa para a defesa junto ao júri europeu. A partir dessa defesa surgem então as quatro cidades finalistas para a capital europeia.
A partir daí fiquei a trabalhar com a equipa com este papel, e tivemos de fazer, na segunda fase, um último dossiê de candidatura, melhorado relativamente ao primeiro. E aí nós integrámos um festival chamado Take Part, muito direcionado para as questões da arte e da participação, sendo que a arte e a participação eram um pilar fundamental de toda a candidatura.
Ganhou Évora, portanto houve uma reformulação do programa para a capital portuguesa, e nessa reformulação entendeu-se que era muito importante manter este projeto e cruzá-lo com outro projeto a que chamávamos Academia dos Criadores, que era de alguma forma uma ação muito direcionada para os agentes culturais de Braga e também para uma ideia de trabalho em rede entre estes agentes. E é assim que o Desejar aparece, e por isso é que tem a componente da assembleia, tem a componente da academia e tem depois a componente da celebração.
Chamámos Movimento de Artes e Lugares Comuns ao Desejar porque estamos também a tentar questionar o espaço de festival apenas como um lugar de consumo de cultura e apenas como um lugar de mostra de objetos artísticos em que fica uma relação muito unilateral entre os públicos e os objetos apresentados. E desse ponto de vista decidimos ir um bocadinho mais longe e confundir os papéis e os lugares das pessoas que normalmente estão a criar e aquelas que normalmente estão a fruir do que está a ser produzido. Por isso é que lhe chamamos um festival que não é um festival.
A grande preocupação foi não centrarmos apenas o projeto na área da criação com as comunidades locais. Essa é uma área que nos últimos anos, e ainda bem, tem tido uma intensa expansão no nosso país, por diversos motivos e em diversas formas. Isso é um aspecto extremamente positivo, mas traz também grandes desafios que têm a ver com a instrumentalização deste trabalho, com algumas confusões e alguns mitos e algumas encomendas feitas indevidamente à cultura e à arte para resolver problemas estruturais sociais de desigualdade. A cultura e a arte podem dar um contributo, mas não podem, obviamente, resolvê-los.
A minha preocupação foi que, para além da dimensão da criação, que é obviamente muito relevante, pudéssemos ir um pouco mais à frente e experimentar a curadoria e a programação cultural. Nesta lógica, a assembleia é o coração deste projeto. A primeira aconteceu em março de 2024, mas nós estamos a trabalhar, a desejar, desde 2023. Quando falamos em envolver 800 pessoas de Braga, não são as 800 pessoas que vão estar exclusivamente a apresentar espetáculos em conjunto com artistas profissionais, de 10 a 14 de Junho. É todo um trabalho de suporte, de retaguarda, de pensamento, de trabalho em rede, que está a ser feito há dois anos. E isto implica as pessoas da comunidade, implica 41 instituições com as quais estamos a trabalhar, implica as equipas de profissionais nas suas mais diversas áreas, portanto estamos todos envolvidos nessa experimentação.
O projeto propõe a construção de um programa para cinco dias, que parte deste conjunto de cidadãs e de cidadãos que decidiram parar e encontrar-se regularmente numa loja do Mercado Municipal para pensar, a partir desta ideia do que desejamos ou do que não desejamos, do que desejamos prioritariamente, num confronto constante entre uma ausência de desejo, porque nós somos hiperestimulados a desejar tudo e mais alguma coisa, ou então um desejo que é imposto de fora para dentro, deixando-nos muitas vezes confusos relativamente ao que realmente desejamos. Esta assembleia entendeu que era importante mobilizar para o trabalho artístico e cultural, optando também por determinadas abordagens artísticas em detrimento de outras, e não deixando também de considerar uma componente muito importante, que são os espaços onde a arte e a cultura acontecem.
Há um terceiro nível, que é o da política cultural. Estamos a registar nos Cadernos do Desejar toda esta metodologia de trabalho, vamos ter também um documentário e vamos produzir um conjunto de recomendações em forma de manifesto que fazem um ponto de situação sobre a participação da população em geral na criação, na programação e na política cultural. E essas recomendações vão ser entregues a vários decisores políticos ao nível local, nacional e internacional. E por isso também é que vamos, nestes dias em Braga, juntar 28 organizações exatamente para consolidar esta discussão.
-As assembleias são o ponto nevrálgico a partir do qual surgem as ideias acerca do que fazer. Antes de passar para a parte das ideias, como foi este processo de envolver 800 bracarenses nisto? Com o apoio dos coletivos locais? Como foi este processo de mediação?
Estes processos acontecem sempre com caminhos paralelos que depois vão confluindo, e também assumindo que nestes percursos há caminhos que nunca imaginámos. Temos de integrar essas propostas e não ficar agarrados a um guião de projeto e a um caminho predefinido e ao que foi imaginado por A ou B. Eu acho que essa flexibilidade, essa sedução constante com a imprevisibilidade, sem sentir isso como uma ameaça, e esse desafio de assumir o risco como alguma coisa essencial neste tipo de trabalho tem sido uma mais-valia no Desejar. É complexo? É. É muito difícil porque é absolutamente contraditório com aquilo que nós estamos habituados a fazer e é alguma coisa que requer a reconquista de uma organicidade nas nossas relações e na forma como estamos a fazer as coisas. Mas é também para isso que serve a cultura e a arte, na minha opinião.
Por um lado, fizemos uma convocatória aberta à cidade, por outro lado convidámos estas pessoas que têm as suas bancas e as suas lojas no mercado, até um café mais próximo, portanto esse boca-a-boca é absolutamente essencial. Depois, toda a rede institucional que já funciona na cidade, a comunicação social, tudo isso são mais-valias. No entanto, é preciso clarificar que realmente a nossa primeira prioridade foi a assembleia, e é a partir da assembleia que depois também surgem convites naturais a outras pessoas. E é importante, neste processo, olhar para estes 41 parceiros formais e não formais, porque obviamente eles são parceiros estratégicos. E não é por acaso que desenvolvemos a Academia do Desejar, vocacionada para estes atos locais da área da cultura, da área social, da área da educação e da área do ambiente. Isto porque no levantamento que fizemos junto destes atores surgiram temáticas que eles gostariam de aprofundar nestas rodas de conhecimento, como arte e transição ecológica, arte e espaço público, arte e trabalho em rede. Convidámos sempre especialistas externos nesta área, mas que dinamizaram estas rodas sempre com atores locais. Então, quando abordámos a arte e espaço público, tivemos o Teatro do Frio, mas a dialogar com um carteiro da cidade ou um motorista de autocarro da cidade que tem uma outra visão do espaço público da cidade.
Quando nós convidamos a Clara Antunes [gestora cultural] para nos falar de arte e transição ecológica, ela esteve em diálogo com uma professora da Universidade do Minho que, ao mesmo tempo, é uma ativista local e que faz parte do movimento associativo pela defesa das causas ambientais na cidade. Ao mesmo tempo que trabalhavas a participação direta das cidadãs e dos cidadãos, estavas a trabalhar, se quiseres, a componente mais institucional da cidade nestas áreas. O que temos nesta fase final do projeto é a capacidade de o institucional e o comunitário e participativo dialogarem e se relacionarem.
Joana Jorge
-A prerrogativa das assembleias era desafiar as pessoas a transformar desejos individuais e coletivos em ações concretas. Provavelmente, entre todas as pessoas que foram passando pelas assembleias, deverá ter havido uma multiplicidade muito grande de desejos e inquietações. Como é que isto depois passa para um programa e para as residências que entretanto foram surgindo?
Identificámos os temas, as pessoas e comunidades, os espaços da cidade e as abordagens artísticas, e obviamente para estabilizamos isso foi preciso tempo, foi preciso voltar várias vezes às mesmas discussões, aproveitando este espaço da assembleia como um espaço que experimenta do ponto de vista artístico mas também do ponto de vista político, no sentido em que evitámos ao máximo as votações. O que é interessante na construção deste programa é a discussão, é conseguirmos apresentar propostas e não estar numa lógica competitiva a tentar entender qual das nossas propostas ganha e vai ficar no programa, mas até prestar atenção a uma terceira proposta de uma pessoa que consegue retirar coisas das nossas duas propostas e reinventar isso. Se nós lermos, do ponto de vista político, o que têm sido muitos dos resultados eleitorais, as pessoas estão a fugir das maiorias absolutas. As pessoas querem, até de um ponto de vista inconsciente, recuperar a capacidade de cedermos, de conseguirmos encontrar compromissos, mas que esses compromissos respeitem princípios fundamentais, e isso foi a assembleia.
Fomos chegando a este programa com este trabalho de burilar, de afinar, de prescindir de algumas coisas que eram menos relevantes em prol de coisas que eram mais prioritárias no programa. Depois entrámos no que eu chamo de match cultural. Eu tenho obrigação [enquanto diretor artístico] de trazer um saber fazer, e o resto dos elementos da assembleia estão a trazer outras coisas que eu não sei fazer, e têm um conhecimento que eu não tenho relativamente a outras áreas fundamentais na construção de um programa. De alguma forma, fui trazendo propostas para perceber se casavam ou não com todo este levantamento que a assembleia tinha feito, e também a própria assembleia foi trazendo propostas de artistas e de coletivos. Foi assim que os convites foram surgindo e o programa se foi desenhando.
Houve sempre uma preocupação muito importante em termos artistas locais, nacionais e internacionais. Então temos a Plataforma do Pandemónio, de Braga, que está a fazer uma coprodução com uma companhia de dança americana com a coreógrafa Alisson Orr. Ou então o Sílvio Vieira, que está a trabalhar com a estrutura local Nómada. Tudo isto complexifica muito o processo, mas é sempre uma tentativa de cruzamentos extremamente relevante. E há uma parte da programação, a que chamamos o Palco Assembleia, em que eu decidi que era importante irmos mais longe: quando a assembleia já tinha maturidade e alguma forma de discussão, passámos a ter um palco programado exclusivamente pela Assembleia do Desejar, sem qualquer interferência por parte da direção artística.
-Para além das assembleias, houve residências artísticas. Essas residências foram construídas sobre o trabalho das assembleias?
Exatamente. As residências surgem quando começamos a estabilizar os tais encontros entre artistas e coletivos. A partir daí começaram a ser as residências desenhadas de acordo com especificidades e idiossincrasias de cada uma destas criações e de cada um destes projetos.
-A Academia do Desejar foi um espaço para a troca horizontal de conhecimentos. Estes espaços de discussão, de criação, de convívio, estão pensados para poderem continuar a florescer para lá deste momento, até porque vão ser entregues recomendações. Quais são as sementes que esperas que fiquem lançadas para o futuro a partir deste projeto?
Eu preferia focar-me no que está a acontecer, no que ainda vai acontecer até 15 de junho, mas realmente o que vai acontecer não depende da equipa de profissionais que tem suportado o Desejar e das próprias entidades promotoras, a Faz Cultura [empresa municipal de cultura de Braga] e o município, e acho que isto é exatamente a mais-valia deste projeto. Eu até disse numa conferência de imprensa que este projeto tinha tudo para não funcionar, porque aposta na experimentação e a nossa vida nas sociedades ocidentais tem uma certa urticária à experimentação. Por outro lado, esta experimentação acontece em espaço público, em espaços não convencionais.
O espaço público está cada vez mais reduzido nas nossas cidades, nos nossos lugares. Está ou claramente cada vez mais privatizado ou cada vez com regras mais rígidas que não nos permitem fruir desse espaço público, e muito menos fruir de uma forma espontânea, permitindo às cidadãs e aos cidadãos encontrarem-se. Muitas vezes o espaço público está até pensado para que as pessoas não se encontrem, consciente ou inconscientemente, ou então para que se encontrem em eventos muito massivos que não permitem a intimidade necessária para dialogarmos e até tomarmos consciência de coisas e mudarmos coisas nos nossos lugares. Isto não deve ser, na minha opinião, visto como um problema ou uma ameaça para as instituições, nomeadamente políticas e da área pública. Deve ser visto como uma espécie de elixir e de reinvenção, que é extremamente necessário.
Portanto, tinha tudo para dar errado do ponto de vista da experimentação, tinha tudo para dar errado do ponto de vista da ocupação do espaço público, e como se não chegasse, tinha tudo para dar errado do ponto de vista participativo. É muito bonito falar do participativo, mas é provavelmente a coisa mais difícil que temos quando falamos destes projetos. Obviamente as pessoas não têm tempo, estão muito cansadas, estão muito habituadas a funcionar na sua célula familiar, e são educadas, até a partir da escola, para fazerem as coisas sozinhas e não perderem muito tempo com discussões que parece que não nos levam a lado nenhum, mas que na verdade nos podem levar a outros lugares. Tudo isto eram condições para que este projeto corresse muito mal. E porque é que está a correr bem? Porque está a inspirar, e eu acho que o Desejar inspira a vontade de um agente cultural de Braga conhecer melhor outro agente cultural e estar a pensar fazer trabalho em rede com ele.
Acho que inspira quando uma pessoa que se tem dedicado ao teatro na cidade quer conversar mais com um técnico da área social ou até da escola ou até um ativista ambiental da cidade. Acho que o Desejar tem concretizado e fortalecido a ideia de que um coletivo de pessoas como a assembleia pode fazer coisas em conjunto. Tem sido possível construir este programa fazendo, por exemplo, contratações públicas, que têm legislações muito apertadas e muitas vezes rígidas, porque temos feito um esforço incrível para que isso aconteça. Eu acho que o legado mais importante que este projeto deixa é provavelmente este conjunto de coisas. Agora, se vai continuar a existir um festival que não é um festival durante cinco dias todos os anos, ou de dois em dois anos em Braga, não sei responder, é uma análise que teremos de fazer. Seria desejável? Eventualmente sim, mas eventualmente teríamos de afinar muitas coisas neste processo, e é uma ponderação que envolve entidades, financiadores, parceiros, e que envolve estas pessoas todas que têm participado.
Laís Pereira
-O culminar do projeto acontece num momento em que se têm multiplicado interpretaçẽos sobre o ato eleitoral recente, acerca do crescimento da extrema-direita e de tudo o que catapultou esse crescimento, do ódio, da desconfiança em relação ao outro, ao diferente, ao estrangeiro. Criar estes espaços participativos e de escuta também é uma arma nestes tempos em que vivemos?
Sem dúvida. Nós temos de multiplicar rapidamente estes espaços. Acho que claramente a cultura e a arte dão um contributo muito importante para fortalecer as democracias, mas acho que há muitas outras áreas e muitas outras formas de fazer esse fortalecimento. Arrisco-me a dizer que vivemos um momento histórico muito paradoxal, porque nunca tivemos tantos meios para supostamente conhecermos o outro melhor, até pelo acesso à informação, muito mais facilitado, mas parece que nunca conhecemos tão mal os outros. Não vou entrar em teorias da conspiração, mas que há movimentos estrategicamente pensados para provocar uma apatia, para provocar um afastamento e uma desconexão dos nossos desejos, das nossas emoções, do estabelecimento de relações humanas e baseadas no presencial.
Não estou aqui com qualquer tipo de discurso de Velho do Restelo: as novas tecnologias estão aí, têm muitas mais-valias, temos de saber usá-las. Agora, há uma necessidade urgente de deixarmos cair as máscaras de pessoas extremamente seguras que sabem tudo sobre tudo e que raramente se enganam e que são especialistas em tudo e mais alguma coisa. Temos de assumir coletivamente, e quando começamos a fazê-lo percebemos que a pessoa mais diferente de nós, que imaginávamos que estaria nos antípodas, até aquelas eleitoras e eleitores que votam no Chega, sentem muitas das coisas que nós sentimos no nosso quotidiano, e estão muito mais próximas de nós do que alguma vez podíamos imaginar. Acho que isto não pode ser uma luta contra os eleitores que votam nos movimentos de extrema-direita, e que não é um caso obviamente só português, mas tem de ser uma luta de aproximação e de profunda intimidade e humanidade. E isso tem de acontecer na escola onde eu dou aulas, com os meus colegas professores, com os meus alunos, com os pais dos meus alunos, tem de acontecer com os clientes do meu café, com os meus vizinhos, com os colegas da minha equipa de trabalho.
Temos de nos perguntar todos os dias, antes de começar a trabalhar, de onde é que as pessoas vêm, o que fizeram para chegar ao local de trabalho, quantos autocarros apanharam, quantas horas demoraram para que isso acontecesse, e a partir daí se calhar vamos perceber porque temos alguns colegas que têm reações tão extremadas e tão impulsivas nos nossos contextos de trabalho ou nos nossos contextos de amizade. E é muito importante rompermos estas bolhas. As pessoas não pensam todas como nós, como a nossa família, como os nossos amigos. E aí há uma arrogância pela qual acho que a própria esquerda tem sido muito responsável, porque se tem aproximado muito da academia, de um pensamento urbano, extremamente intelectual, que é obviamente importante mas que se tem afastado do que são hoje as classes mais populares, e até das dificuldades da própria classe média. Muito rapidamente, para ontem, isto passa por falar com as pessoas em todos os contextos, não passa apenas por fazer campanhas eleitorais duas semanas antes. E aí estamos todos convocados para resgatar essa humanidade, para contrariar essa desumanização, e para trazermos um gosto por pensar criticamente sobre as coisas e não elas nos serem dadas como algo adquirido.
Se não escutamos o que as outras pessoas estão a dizer, não compreendemos porque é que elas estão com determinadas tomadas de posição, e a partir daí temos todos de nos chegar à frente, e assumirmo-nos como responsáveis políticos todos os dias por mudar esta situação.