Entre os dias 18 e 22 de janeiro, "C\:>how2become (data) & dissolve_into: ‘tears’", de João Estevens apresenta-se em estreia absoluta no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. A performance baseada em conceitos e premissas de transmedia parte de um primeiro encontro, em livro, e aterra em palco.
Depois de diversos momentos de encontro com artistas como Francisco Belard, João Abreu, Paula Sá Nogueira, Paulo Pascoal ou João Estevens, o público pode agora assistir à estreia da criação. A performance e a "performatividade" migram do espaço físico para o virtual. É neste processo que os corpos dos performers e o próprio espaço teatral desmaterializam-se de forma a originar novas interações digitais e possibilidades de representação não antropomórficas.
Seguindo premissas transmédia, a narrativa divide-se em quatro fases, "duas delas anteriores à apresentação em palco, numa construção por capítulos a que correspondem diferentes média. Estas fases são simultaneamente independentes e interdependentes. Dando continuidade à investigação artística de João Estevens sobre a relação entre as artes performativas e a cultura digital, este é um objeto que procura expandir o evento performativo e refletir sobre a condição de espectador", lê-se no comunicado partilhado pelo Teatro do Bairro Alto.
O primeiro capítulo decorreu entre 23 de novembro e 17 de dezembro de 2021 com o "LIVRO PERFORMATIVO",
onde o público que adquiriu o bilhete recebeu o primeiro capítulo do evento performativo no formato de livro.
Seguiu-se o capítulo dois com "ENCONTROS ONE-TO-ONE", entre 4 e 9 de janeiro do presente ano, no qual o público que já adquiriu bilhete seria convocado por telefone para um encontro individual com os intérpretes.
Já o Capítulo três, que decorre de 18 a 22 de janeiro, passará aos palcos e, por último, o Capítulo quatro, a partir de 18 de janeiro, com acesso online.
O trabalho de João Estevens prolonga-se numa investigação artística sobre a relação entre as artes performativas e a cultura digital, "ao mesmo tempo que reflete acerca da condição do espectador no contexto da experiência performativa." Quem o diz é o artista.
O artista acrescenta ainda que mesmo que o público possa participar isoladamente em cada fase, "a totalidade da dramaturgia só é experienciada através dos quatro capítulos, que são, simultaneamente, independentes e interdependentes."