No ano em que se celebra o centenário de José Saramago, o Leirena Teatro - Companhia de Teatro de Leiria decidiu criar, em coprodução com a Fundação José Saramago e com a Leiria Cidade Criativa da Música - UNESCO, um espetáculo teatral inspirado na poesia do Prémio Nobel português. Chama-se “O Globo de Saramago - 1993” e estará em digressão pelo país ao longo de 2022, passando nomeadamente por Lisboa, Serpa, Beja e Covilhã.
“Numa altura em que o mundo, lentamente, caminha para uma realidade distópica, devido aos acontecimentos dos últimos anos, surge ‘O Globo de Saramago - 1993’, por parte do Leirena Teatro - Companhia de Teatro de Leirena”, é sublinhado na nota enviada às redações.
Segundo esse comunicado, em causa está uma peça que “retrata a vida de um homem, que tudo vê na cidade ocupada pelo exército invasor, expõe os episódios aterrorizantes que assiste, relatando acerca dos habitantes doentes da peste, que reunidos saíram de casa por uma ordem que ninguém ouviu, uma guerra onde os escrúpulos não são prisão, a contagem noturna dos habitantes que foram autorizados a viverem na cidade, entre muitos outros acontecimentos”.
O Leirena Teatro explica, além disso, que o espetáculo é caracterizado por um “jogo teatral que decorre dentro de um globo insuflável”, objeto cénico que se transforma “num casulo de situações melancólicas, intensas e íntimas, onde prevalecem os pensamentos e tentações de um homem insatisfeito que habita dentro da sua própria caverna”.
Esta criação teatral estreou a 24 de março no Teatro Baltazar Dias, no Funchal, Madeira, estando prevista uma tourné para o resto de 2022. Assim, a 18 de junho, subirá ao palco do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, e será apresentada no âmbito do Festival de Teatro Comunitário. Já a 13 de julho, estará em cena no Festival Noites na Nora, em Serpa. A 15 de julho, a peça será apresentada na Casa dos Bicos, em Lisboa, e a 4 de outubro no Festival de Dança e Movimento Contemporâneo, na Covilhã. Está ainda prevista uma apresentação a 12 de novembro, no Teatro Municipal Pax Julia, em Beja.
O espetáculo conta com música ao vivo pela artista Surma. “A beleza e originalidade das suas construções sonoras, estabelece um diálogo com a conceção e com a narrativa deste espetáculo”, salienta o Leirena Teatro. A peça tem, por outro lado, encenação e interpretação de Frédéric da Cruz Pires.