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Naiana Padial: “Temos de estar preparados para apreciar o mundo, mas também para ser afetados por ele”

Naiana Padial trabalha como educadora de artes performativas e apresentou a obra “As vidas miúdas e outras insignificâncias” na Mostra Nacional de Jovens Criadores (MNJC), que decorreu em Almada, entre 1 e 3 de dezembro de 2022. Premiada na categoria de Teatro, a atriz e performer brasileira falou-nos sobre a sua peça, sobre a “poesia das coisas insignificantes” e sobre a forma como procura unir o circo e o teatro físico no seu trabalho.

Texto de Mariana Moniz

Naiana Padial. Créditos: Bárbara Monteiro/Gerador

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Naiana Soares Padial tem 29 anos e cresceu na “zona sul de São Paulo”, no Brasil. Em 2018, emigrou para Portugal para fazer uma formação pelo Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC), em Vila Nova de Famalicão. Aí começou a desenvolver a peça de teatro que se sagraria vencedora na Mostra Nacional de Jovens Criadores de 2022: “As vidas miúdas e outras insignificâncias.”

A jovem criadora descreve-se como uma mulher “muito bairrista” e acredita que o ambiente onde cresceu a ajudou a desenvolver o seu lado mais artístico devido aos diversos movimentos culturais que existem na zona.

Chegou a formar-se para ser palhaça na Escola Doutores da Alegria, no Brasil, e é, atualmente, educadora na Companhia Erva Daninha, procurando transmitir o seu conhecimento enquanto artista.

Nas suas criações gosta de pesquisar a intersecção entre o teatro físico, a palhaçaria, o circo, a música e a cenografia. “As vidas miúdas e outras insignificâncias” é o seu primeiro trabalho a solo e consiste numa peça visual que conta a história de uma forasteira e da sua amizade com uma barata. Com esta peça, Naiana procurou criar uma relação de proximidade com o público, convidando-o a questionar a sociedade atual em que vivemos e a relevância que se atribuiu às coisas insignificantes da vida.

Em entrevista com o Gerador, via online, a atriz falou das diversas dificuldades que sentiu, e ainda sente, para se conseguir consolidar enquanto performer em Portugal. Entre elas, encontra-se o facto de ser uma artista em início de carreira, imigrante e com falta de financiamento. O prémio que recebeu ao vencer a categoria de Teatro na Mostra Nacional de Jovens Criadores, permitiu-lhe remunerar o equipamento necessário para a concretização da banda sonora da sua peça. Ainda assim, atualmente, Naiana encontra-se à procura de outros espaços para apresentar As vidas miúdas e outras insignificâncias e progredir na sua carreira artística.

Apresentação de "As vidas miúdas e outras insignificâncias" no Internationales Frauen Theater Festival, Frankfurt. Créditos: Marina K

Gerador (G.) – Como é que as artes performativas entraram na tua vida?

Naiana Padial (N. P.) – Desde pequena que faço teatro. Hoje em dia, já trabalho com mais compromisso, mas nunca perdi a paixão. Também sou formada em Letras por uma universidade muito tradicional em São Paulo. Nesse período em que estive na faculdade, percebi que iria ser sempre uma académica. Gosto muito dessa parte assim mais… “cabeçuda” [risos]. Depois, em 2014, fiz uma formação em circo, que fazia parte de um projeto em São Paulo, e consegui aprender as bases dessa arte. Foi um curso bem intenso, mas o circo tem características que considero apaixonantes. É muito difícil, para quem se envolve com o circo, sair completamente dele, sabe? É muito bonito. Traz desafios para o corpo, tem a parte da expressão artística e um senso de coletividade que a gente não encontra em outras artes. Diria que o circo foi-me ganhando aos poucos. Fiz também uma formação para ser palhaça durante dois anos e meio, e aí a coisa foi ficando cada vez mais séria. Fundei a Companhia Cia do Revés com outros parceiros [André Schulle e Robert Durval] e comecei por fazer dois espetáculos, "Na estrada" e "Ponto sem ó!". O primeiro era palhaçaria clássica e o segundo assemelhava-se mais ao teatro físico. “As vidas miúdas e outras insignificâncias” é como uma trajetória da Companhia, pois segue a mesma pesquisa.

G. – O que descreve o teatro físico?

N. P. – Essa é uma questão difícil de explicar [risos]. Diria que é uma linha herdeira do trabalho que é normalmente feito com máscaras. Não recorre tanto à palavra para se expressar, mas sim ao corpo, e eu gosto muito de realizar esse trabalho. Acho que já falamos demais na nossa vida [risos] e, por isso, prefiro usar outras formas para me expressar artisticamente. Prefiro deixar o corpo falar.

G. – De que forma o gosto pelo circo e pelo teatro se cruzam no teu trabalho?

N. P. – Acho que o circo me puxou para as artes performativas. O teatro sempre esteve lá, mas acho que se me tivesse focado apenas nele não tinha ido sério, sabe? Hoje em dia, acho que o teatro e o circo estão no mesmo lugar, mas a minha abordagem remete sempre para uma linha do teatro físico e de movimento. Como te disse, o circo tem essa capacidade expressiva que está muito ligada ao corpo e às suas possibilidades. Só que há tendência para se entrar numa área de demonstração de habilidades, não é? Acaba por ser um lugar muito individualista e não consegues comunicar grande coisa só porque estás a fazer um truque qualquer. Acho que o teatro e a dança ajudam o circo a ganhar outras camadas de sentido. O teatro ajuda o circo a dizer mais, o circo ajuda o teatro a dizer de outra forma.

Apresentação de "As vidas miúdas e outras insignificâncias" no Internationales Frauen Theater Festival, Frankfurt. Créditos: Marina K

G. – Porque procuras criar poéticas que alcançam dimensões políticas e sensíveis?

N. P. – Estou bastante indignada com o estado das coisas no mundo, com as injustiças sociais, com as desigualdades, com a violência. É difícil, para mim, sentir-me afetada por essas questões e não fazer nada para mudar isso. Quero acreditar que a arte tem algum potencial para sensibilizar as pessoas para os temas que são importantes. É nesse sentido que tento procurar por essas poéticas. Também não gosto que as coisas sejam ditas de uma forma muito explícita, prefiro encontrar caminhos um pouco mais subtis e que mexam com o público a um nível mais interno. A minha vontade é oferecer coisas bonitas. Quando eu digo que sou bairrista, tem que ver com a forma como eu me vejo enquanto artista também. Penso muito no bairro, nas pessoas com quem gostaria de dialogar, naquelas que são marginalizadas aqui, em Portugal, e não só no meu bairro no Brasil. Essas pessoas são aquelas que mais me interessa tocar de uma forma sensitiva e oferecer algo que pulse vida.

G. – E como é que evidencias esse teu lado bairrista nas tuas peças de arte?

N. P. – Esta questão do bairro faz com que produza uma arte que, de um modo geral, dialogue muito com quem está ao meu redor. A ideia é criar uma arte que não seja elitista, mas sim acessível a todos. Acho que é dessa forma que opero. Quero que a mensagem chegue ao público, mas também é importante deixar algumas perguntas no ar. Assim, as pessoas podem criar os seus próprios significados de acordo com a sua experiência de vida.

G. – Porque decidiste candidatar-te à Mostra Nacional de Jovens Criadores?

N. P. – Quase que não me candidatei! Inscrevi-me mesmo no último dia, mas estava sem esperança nenhuma. Para mim, era só mais uma candidatura entre outras tantas, porque, ultimamente, nada tinha retorno. Era só desgaste. Essa parte da vida artística é muito chata. Chega uma altura em que já só pensas em desistir. Quando me inscrevi na Mostra, ainda pensei: quem é que vai ficar premiando emigrante, não é [risos]? Mas ainda bem que fui surpreendida e que existem pessoas interessadas em premiar trabalhos por aquilo que eles são e não por quem os faz. Sinto que ainda é difícil consolidares-te enquanto artista trabalhador em Portugal, sabe? Podem haver muitos concursos ou muitas residências artísticas, mas nada é remunerado. Não tive apoio nenhum para elaborar o meu projeto. Tive apoios espaciais e o apoio de quem acreditou em mim, mas, em termos financeiros, não recebi nada. O projeto foi fruto de pura teimosia. Quando recebi o prémio senti-me reconhecida. Não estava nada à espera de ganhar. Depois de tanto tempo e de tanto esforço, foi mesmo gratificante saber que existem mais pessoas que acreditam em mim e que o meu trabalho afinal também faz sentido para os outros.

G. – Sobre o que procuraste refletir em “As vidas miúdas e outras insignificâncias”?

N. P. – Enquanto estava no Brasil, criei uma cena muito específica com um dos parceiros da Companhia [Cia do Revés]. Criámos uma cena que consistia num velório de uma barata. Era palhaçaria bem clássica, mas foi uma boa cena. Uma vez, uma das nossas professoras assistiu a essa cena e percebeu que, ao falarmos de uma barata, não estávamos apenas a falar de uma barata. Isso mexeu com a minha cabeça. Nunca tinha pensado nisso, nessa leitura mais metafórica do que é esse bichinho desprezível, insignificante e que temos tendência para matar. Entretanto, sucederam-se uma série de episódios muito violentos no Brasil, nomeadamente a morte de pessoas racializadas. Enfim, na altura [2018], estava muito inquieta com essas questões e dei por mim a pensar nesse bichinho que, tal como muitas pessoas, é tratado de forma desprezível e é morto sem motivo aparente. Foi um meio metafórico que eu arranjei para falar dessas vidas que foram, e ainda são, tratadas como se fossem irrelevantes. Ao mesmo tempo, quis também criticar a nossa própria responsabilidade na morte dessas pessoas, a forma como atuamos na sociedade. Nesta peça de teatro, eu entro num lugar abandonado e encontro uma barata perdida nas ruínas de um circo. Ao princípio quero matar o animal, mas depois ele conquista-me. Só que no final da peça acabo por matá-lo na mesma. Dessa forma, procurei refletir sobre as incoerências de quem se diz, por exemplo, antirracista ou antimachista.

Apresentação de "As vidas miúdas e outras insignificâncias" no Internationales Frauen Theater Festival, Frankfurt. Créditos: Marina K

G. – Quais são “as outras insignificâncias”?

N. P. – Isso teve que ver com a minha vontade de trazer uma abordagem mais poética para a peça. Por mais que seja uma questão dura, também quis oferecer beleza, humor e alguma inocência. Procurei estabelecer uma ligação entre palhaça e público. Acho que essas são as outras insignificâncias, ou seja, fazem parte de um lugar mais leve. Para além disso, fui eu que construi toda a cenografia da peça. Gosto muito dessa área mais plástica. Assim, criei uma experiência visual para o público. São pequenas coisas que acontecem, como uma luz que acende de repente, por exemplo. Tentei construir um lugar um pouco mágico, digamos. Acho que isso também é importante.

G. – Por outro lado, o que é, para ti, “a poesia das coisas insignificantes”?

N. P. – Quando você para para olhar para essa vida insignificante, neste caso, para essa baratinha, percebe que afinal ela possui muitas coisas lindas e que é capaz de me ensinar coisas relevantes. Cria-se uma relação bonita, mas só foi possível ver essas outras insignificâncias e a poesia desse bichinho quando me abri para ele.

G. – Então porque o matas no final?

N. P. – Mato porque o meu ego é maior do que o amor. É difícil de explicar. É até uma incoerência narrativa e uma parte que não está propriamente bem resolvida na minha vida [risos]. Mas é importante que o público saía do espetáculo com ruído, sabe? Não dá para sair com a sensação de que está tudo bem, porque não está. É normal experimentar momentos mágicos, experimentar aquele simulacro de beleza que existe no circo, mas, no fim, existirá algo que é duro e visceral. Algo que não é para rir.

G. – Para além dessa mensagem emocional, o que procuraste trazer para a tua peça em termos técnicos?

N. P. – Tal como disse, gosto de trabalhar essa parte plástica que também existe nas artes performativas, tal como se fossem artes visuais. Gosto de criar efeitos que sejam um pouco mágicos, criar texturas. Ao mesmo tempo, e devido à falta de recursos e a uma questão política, optei por reciclar vários materiais. Se o meu objetivo era falar de questões socialmente importantes, estaria a contradizer-me se saísse e desatasse a comprar um monte de coisas. Também me considero um pouco punk, gosto de ser eu a construir as coisas. Costurei os panos, desenhei o projeto, calculei medidas, cortei e liguei cabos. É um pouco obsessivo, mas gosto de olhar para as coisas e saber que fui eu que as fiz [risos].

Apresentação de "As vidas miúdas e outras insignificâncias" no Internationales Frauen Theater Festival, Frankfurt. Créditos: Marina K

G. – O circo, a música, a dança e o teatro físico são elementos essenciais para todas as tuas peças?

N. P. – Acho que isso surgiu na Escola Doutores da Alegria. Somos muito estimulados a trabalhar essas diferentes esferas artísticas enquanto palhaços e eu gosto de todas elas. Também acho que esses fatores seduzem o público, sabe? O circo tem um certo magnetismo antigo, tal como a música. Ao construir uma peça que procura dialogar com vários públicos, considero necessário trazer várias dimensões e vários elementos.

G. – Quais foram as maiores dificuldades que sentiste ao realizar esta peça?

N. P. – Tirando as questões financeiras, talvez tenha sido o facto de ter trabalhado muito sozinha. Precisava de alguém que tratasse do som, precisava de ajuda com a técnica do trapézio e precisava de outros olhares! Só o meu não era suficiente. A questão de ser imigrante também foi complicada. Cheguei a Portugal e não conhecia muitas pessoas da área. Podia até conhecer pessoas do circo, mas não conhecia quem trabalhasse com iluminação, por exemplo. Como me senti muito sozinha ao elaborar este projeto, agora estou cheia de vontade de realizar coisas muito coletivas.

G. – Com base na tua experiência, como interpretas o mundo do circo relativamente aos jovens?

N. P. – O circo contemporâneo está a crescer em Portugal. Sinto que está nesse processo bonito de crescimento. Contudo, ainda que as pessoas se estejam a formar cada vez mais, não acho que haja muito desenvolvimento no campo do trabalho. Quem não tem condições, acaba por ter de trabalhar na rua ou nos semáforos. Eu já trabalhei nesse ambiente. É muito intenso. Temos de ter uma boa energia, porque requer muita exposição. Já para não falar que existem pessoas más ou que estão a sofrer muito. Por outro lado, proporciona encontros lindos que só a rua permite. É importante romper com o quotidiano e perceber que existem coisas lúdicas que estão a acontecer noutros lugares. Não é mau trabalhar na rua, atenção! Mas também gostávamos de ter outras oportunidades. Diria que é preciso construir mais escolas, criar mais formações, outros espaços de treino. Por exemplo, eu sou trapezista e preciso de um espaço para fazer trapézio. Só que, geralmente, os lugares que têm essas grandes estruturas são os grandes teatros. Eu, enquanto pequena artista, tenho mais dificuldade em chegar a um Rivoli [teatro municipal do Porto] e pedir para apresentar a minha peça.

G. – Como descreverias a Naiana atualmente e quais são as tuas ambições para o futuro?

N. P. – A Naiana é uma pessoa que bebe de muitas fontes diferentes. Tem um lado muito académico, outro muito bobo [divertido], um lado político, um lado poético. Acho que é isso que me interessa, não ser uma coisa só. É isso que torna uma pessoa rica. De momento, tenho vontade de fazer mais intervenção na rua, criar dispositivos que despertem uma sensibilidade crítica nas pessoas. Temos de estar preparados para apreciar o mundo, mas também para ser afetados por ele. Acho que essa é a minha ambição, conseguir afetar as pessoas e fazê-las agir.

Teaser de "As vidas miúdas e outras insignificâncias"

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