Um sistema desenvolvido por investigadores da Universidade do Algarve permite conhecer 84 obras do Museu Municipal de Faro através dos 5 sentidos. Visitar um museu não tem de ser mais uma experiência maioritariamente visual: o dispositivo criado por João Duarte e a sua equipa do Instituto Superior de Engenharia da UAIg proporciona sensação de tato, paladar e olfato.
Três anos foi o tempo que o projeto demorou a ser pensado e concretizado. Os testes foram feitos no Museu Municipal de Faro e incluem obras da “sala das lendas”, com pinturas de Carlos Porfírio que contam nove lendas populares algarvias compiladas por Ataíde de Oliveira.
O processo é simples: apontar o telemóvel para a obra e deixar que a magia aconteça. Além de uma narração da história da pintura, é possível “ter as sensações que o autor pretendia transmitir”, conta João Rodrigues, coordenador do projeto, à Lusa. No ecrã do telemóvel são aumentados os pormenores da pintura; no dispositivo que se liga ao telemóvel, são reproduzidas sensações de vibração e de brisa, assim como o cheiro a flores e amêndoas, através de uma ventoinha, e o sabor a frutos vermelhos e café.
O objetivo principal da equipa foi pensar numa experiência prazerosa ao visitar um museu, tirando partido da tecnologia. O coordenador do projeto garante à Lusa que a ideia não é passar mais tempo a olhar para um ecrã, mas usufruir do museu e ter acesso a outro tipo de informação.