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O Quarteto 1111 recorda-se sem censura por Tozé Brito e José Cid

O ano de 2022 será marcado pelo (re)viver das canções do Quarteto 1111. Tozé Brito…

Texto de Patricia Silva

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O ano de 2022 será marcado pelo (re)viver das canções do Quarteto 1111. Tozé Brito e José Cid, membros que fizeram parte da banda, vão editar músicas como "Domingo em bidonville”, “Pigmentação” e “João Nada”, tendo anteriormente sido censuradas no final dos anos sessenta.

"Repescar canções que tinham sido proibidas pela censura.” Foi desta forma que Tozé Brito descreveu o seu propósito assim como o do artista José Cid, à agência Lusa. As canções editadas pelos mesmos ao longo de cinquenta anos integrarão o novo álbum dos artistas.

Tendo sido censurados no final dos anos 1960 e início dos anos 70, "o grupo mais perseguido pela censura, mais maldito, mais ousado: o Quarteto 1111”, viu o seu trabalho a desaparecer na altura do Estado Novo. Agora revisitadas pelos artistas “João Nada”, “Domingo em bidonville”, “Pigmentação”, “o primeiro tema que se escreve em Portugal sobre a xenofobia”, e “Lisboa ano 3000”, “uma visão estratosférica daquilo que será Lisboa ano 3000”, as músicas que assinalaram os anos sessenta e noventa voltam a fazer-se ouvir. “Todo o mundo e ninguém” integrará também o álbum, tendo sido o primeiro tema que os artistas escreveram juntos.

"Com a sonoridade que tinham e a produção que tinham estavam datadas”, os artistas acrescentam ainda que a preocupação, além do seu conteúdo, foi também destacar as vozes. "E depois os arranjos são simples, muito acústicos, com órgão e alguma percussão. Penso que vai ser um álbum muito interessante”, acrescenta Tozé Brito.

O álbum, que, segundo Tozé Brito, deverá ser editado “no verão do ano que vem", “está gravado”, faltando agora "dar pequenos toques e depois misturar e masterizar."

Reconhecendo este trabalho como um “documento importante para a música popular portuguesa”, que recupera “pop criativo, underground, interveniente e crítico do sistema entre 1968 e 1973”, José Cid, reflete o percurso do mundo musical ao longos dos últimos anos.

Os artistas que começaram a trabalhar juntos no Quarteto 111, banda que surgiu na década de 1960, no seguimento do Conjunto Mistério, com José Cid, Michel Silveira e os irmãos Jorge e António Moniz Pereira, cantavam em português, com um repertório feito de êxitos do pop rock e com o recurso a técnicas de gravação que permitiram a sobreposição de instrumentos e de sons.

O primeiro EP saiu em finais de 1967, e apresentava as canções “Os Faunos”, “Gente” e “A Lenda de El-Rei D. Sebastião”. A faceta interventiva da banda revelou-se sobretudo no primeiro álbum, “Quarteto 1111” (1970), que abordava os problemas da guerra colonial, do racismo e da emigração, e que foi rapidamente retirado do mercado pela censura.

Apesar de ao longo da carreira ter editado vários EP e singles, o Quarteto 1111 lançou apenas mais um álbum, em 1974, intitulado “Onde, Quando, Como, Porquê, Cantamos Pessoas Vivas - obra-ensaio de José Cid”, no qual participaram José Cid, António Moniz Pereira, Mike Sergeant (que substituiu Tozé Brito, exilado no Reino Unido) e Vítor Mamede (no lugar de Miguel Artur da Silveira).

Texto de Patrícia Silva e Lusa
Fotografia via Mundo de Músicas
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