Quase uma centena de filmes exibidos em seis salas da Cidade Invicta. Esta é a proposta da 8.ª edição do festival Porto/Post/Doc, que este ano retorna ao formato presencial.
O evento, que decorre entre 20 a 30 de novembro, acontece nos espaços habituais, como o Rivoli, Passos Manuel, Planetário e Casa Comum, mas também em locais como a Sala Estúdio Perpétuo e o Coliseu, onde encerra.
Em julho, a organização do festival tinha revelado que “o tema central para a edição 2021 segue o repto ‘Ideias para Adiar o Fim do Mundo'”, inspirado num livro do ambientalista indígena brasileiro Ailton Krenak, para abordar questões sobre ambiente, política e consumo.
Este ano, na competição internacional, serão apresentadas 10 longas-metragens em estreia nacional, “permitindo uma viagem por algumas das paisagens sociais e políticas contemporâneas“, segundo a nota de imprensa divulgada pela organização.
O regresso ao modelo de cinema em sala revela “ uma vontade redobrada de partilhar, por um lado, os novos filmes nas quatro competições habituais do festival e as secções temáticas, e, por outro lado, reencontrar as pessoas num espaço público de discussão e reflexão no Fórum do Real e Call to Action, espaços onde a comunidade local e os convidados do festival se juntam em participações espontâneas”, segundo Dario Oliveira, membro da organização citado na nota.
No que respeita à programação, o responsável destacou, durante a conferência de imprensa, o filme-concerto “Maria do Mar”. Este trabalho de José Leitão de Barros tem a interpretação de Pedro Burmester e da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, com a direção musical de Vasco Pearce de Azevedo, a partir da partitura de Bernardo Sassetti. O tema é a paisagem marítima e o trabalho dos pescadores da Praia da Nazaré, numa ficção construída à volta do ódio entre duas famílias por causa da morte de um pescador. É apresentado a 20 de novembro, pelas 21h30, no Rivoli.
Na secção competitiva “Transmission”, dedicada a documentários sobre música e movimentos culturais, o destaque recaiu sobre o filme “Don’t Go Gentle”, do realizador Mark Archer, um documentário sobre a banda inglesa Idles, “que tem feito furor nos festivais de música” e que se estreou este ano. Outro foco foi para o documentário “Laurent Garnier: Off The Record”, do realizador Gabin Rivoire, que não se inclui na competição.
Para o dia de encerramento, está reservada um espetáculo com a instalação de vídeo e performance musical “As Filhas do Fogo”, de Pedro Costa e os Músicos do Tejo. “É um grande investimento. Vamos transformar o palco do Coliseu por uma noite numa galeria de arte”, declarou Dario Oliveira.
O Porto/Post/Doc apresenta-se como "um festival que se implica com a atualidade e procura, através do cinema, encontrar vias de pensamento que possam modificar o mundo, a começar pelas relações locais, dialogando por isso com a cidade, com o país, e com as regiões vizinhas". A 8.ª edição teve um orçamento “igual” à edição de 2019, um valor na ordem dos 117 mil euros, d acordo com o responsável. Este evento é realizado em parceria com a Câmara Municipal do Porto, contando com o apoio do Ministério da Cultura e do Instituto do Cinema e Audiovisual e o mecenato da Fundação “la Caixa”/BPI.
O programa completo pode ser consultado no site do evento.