O D’Improviso é um projecto comunitário dedicado a jovens a partir dos 12 anos, que pretende combater a exclusão social e artística, através de práticas artísticas e de improvisação. A iniciativa da Sons da Lusofonia tem as inscrições para a Orquestra de Sopros e Percussão abertas até 18 de fevereiro. A participação é gratuita.
Perante os problemas que acarretam as inúmeras desigualdades sociais que se encontram nos mais diversos ambientes familiares, escolares e urbanos de Lisboa, o projecto D’Improviso pretende instalar em diversos locais um laboratório social que, explorando a experiência da música improvisada, contribua para a construção de uma cidadania ativa e criativa através das artes. O projecto será executado até do fim de 2023 e destina-se a jovens a partir dos 12 anos.
É neste contexto que surge a Orquestra de Sopros e Percussão, sob direcção geral de Carlos Martins e ministrada nas percussões pelo músico Hugo Menezes e nos sopros por Eduardo Lála.
Através deste grupo, serão usados o ritmo como organização do caos e o sopro como respiração coletiva. Pretende-se improvisar a presença do corpo e do outro e usar o “Sopro e o Ritmo” para organização da memória, da tradição e como metáforas da criatividade e espontaneidade no movimento. "Esta ação estimula, através da improvisação, a criação de novas estruturas artísticas, pessoais e coletivas", lê-se em comunicado.
A Orquestra de Sopros e Percussão será sustentável, utilizando instrumentos convencionais de percussão e outros construídos, através da reutilização de materiais diversos com o propósito da consciencialização para a reciclagem, mesmo nos sopros, para facilitar uma abertura estética a novas sonoridades.
A participação no programa da Orquestra de Sopros e Percussão é gratuita e os instrumentos são disponibilizados durante as actividades, sem custos. As inscrições estão abertas até dia 18 de fevereiro. Mais informações aqui.
Os participantes irão integrar o grupo ou uma célula de Sopros e Percussão que sirva a cidade e os bairros num modelo experimental no qual, ao praticar estas metodologias criativas, estão a trabalhar as questões pessoais e de cidadania aplicadas à intervenção social e artística.
A metodologia do D’Improviso, numa primeira fase, assentará num modelo de “estúdio criativo”, onde estes jovens são convidados para a criação conjunta, para trabalharem o seu envolvimento em projetos e para desenvolverem, pessoal e artisticamente, a sua presença no mundo. Estes estúdios irão ainda ser abertos à comunidade, sublinhando a importância nos núcleos familiares e dos amigos no despertar de novos públicos.
Serão criados grupos performativos que demonstrem que, através da música, das artes e da educação global, é possível criar espaços onde diversos diálogos se desenrolam nas várias dimensões pessoais e colectivas dos seus intervenientes.
"Em idades em que a confrontação com o mundo é difícil de gerir é necessário ter apoio, sugerindo caminhos que evitem o insucesso escolar ou o abandono da vida criativa. É necessário improvisar sem medo e, sobretudo, improvisar em conjunto", é avançado em comunicado.
As acções de formação serão pluridisciplinares, com vertentes práticas e teóricas, e colocarão a tónica na criação e no cruzamento de várias áreas artísticas a partir da ideia de improvisação em tempo real.
"Como pessoas ligadas à improvisação inspira-nos defender e divulgar a democraticidade que se observa naturalmente, sem hierarquias e sem regras piramidais, num grupo de jazz”, diz sobre o projeto Carlos Martins, diretor da Sons da Lusofonia.