É certo que a crise da democracia tem sido frequentemente invocada. Segundo o historiador alemão Wolfgang Merkel, "falar da crise da democracia é tão antigo como a própria democracia". A história não se repete, mas os fenómenos do presente podem ser apreendidos mais claramente através de analogias históricas.
No mês do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, colocamos as questões: Porque é que, 100 anos após a transição da primeira democracia alemã para o fascismo, as nossas democracias continuam em perigo de se subverterem-se a si próprias? Como é que os artistas na Alemanha e na Europa lidaram com os desenvolvimentos nacionalistas e racistas na política e na sociedade de há cem anos? E nos dias de hoje, na era dos filtros de bolha, é possível sequer ter uma posição empenhada na arte e na cultura?
No dia 23 de maio, às 19h, tem lugar na biblioteca do Goethe-Institut, em Lisboa, um painel de discussão que junta a antropóloga Leonor Rosas, o antigo Ministro da Educação João Costa e o germanista Gerd Hamer. Pretende-se explorar os paralelos entre a década de 1920 e a década de 2020 e debater os vários significados que pode a resistência artística assumir num período de especial polarização.
Esta conversa resulta de uma parceria entre Goethe-Institut e Gerador e faz parte do KULTURfest – Festival de Culturas de Expressão Alemã que, de 21 a 25 de maio, traz a Lisboa uma programação que inclui cinema, música, literatura, culinária, dança, e muito mais.
A entrada é livre.