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“Um outro fim para a menina Júlia”: Tiago Rodrigues propõe final alternativo à peça de Strindberg

Numa lógica de continuação à narrativa determinista de August Strindberg, Tiago Rdorigues construiu uma nova…

Texto de Ricardo Gonçalves

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Numa lógica de continuação à narrativa determinista de August Strindberg, Tiago Rdorigues construiu uma nova peça, intitulada  Um outro fim para a Menina Júlia, que estreia esta sexta-feira, dia 1 de março, no Teatro D. Maria II, em Lisboa.

É no Pequeno Hotel do Lago que encontramos Júlia e João, numa espécie de hipotético futuro da obra Menina Júlia, de Strindberg. Nesta versão, em que Tiago Rodrigues modifica o final proposto em 1888 pelo dramaturgo sueco, Júlia, ao invés de se suicidar, decide fugir com João, antigo criado da casa da sua família, com quem mantém uma relação amorosa.

Em declarações à imprensa, Tiago Rodrigues considera que nesta peça, existe “um jogo sobre a questão desse direito que a Júlia tinha de pensar em viver e de perseguir a felicidade”. Neste sentido, sublinha o encenador, “os determinismos de Strindberg podem já não ser assim tão fatais, uma vez que hoje vivemos num tempo em que as razões que levam ao suicídio da Menina Júlia, seja o escândalo ou a moral dominante, podem não estar fora da mesa hoje, mas podemos fazer uma peça tirando-as da mesa”, justifica.

Na versão de Tiago Rodrigues passaram-se 32 anos e, nesse momento, encontramos um casal que coabita numa espécie de amálgama entre a frustração e a felicidade. Por um lado, ao fugir com João e deixar a sua família, Júlia perdeu também o seu estatuto social, ao passo que João tentou, sem êxito, materializar o sonho de ter um hotel junto ao lago do Como, em Itália. Na verdade, o casal tem apenas uma pequena pensão junto a uma estação de comboios, longe de qualquer lago, mas onde tenta encontrar razões para explicar ao espectador de como é feliz e de como alcançaram essa “aparente felicidade”.

Numa outra dimensão desta peça, Tiago Rodrigues cruza, com êxito, uma linha entre o passado e o presente, trazendo ao palco as mesmas personagens, mas numa versão jovem. É nesse momento em que nos é introduzida a personagem Cristina, cozinheira da casa de Júlia e namorada de João, que este traiu ao fugir com Júlia. 32 anos depois, Cristina regressa com o intuito de saber como se encontra o casal, abrindo de novo um conflito mal resolvido do passado.

Em cena de 1 a 24 de março, a peça Um outro fim para a Menina Júlia conta com interpretação de Helena Caldeira, Inês Dias, Lúcia Maria, Manuel Coelho, Paula Mora, Vicente Wallenstein.

Texto de Ricardo Ramos Gonçalves
Fotografia de Filipe Ferreira

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