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Jogos de Tabuleiro: Peças que Juntam Pessoas

A Pastelaria Tentações, na rua Andrade Corvo, acolhe, todas as quartas – feiras das 18h…

Texto de Andreia Monteiro

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A Pastelaria Tentações, na rua Andrade Corvo, acolhe, todas as quartas – feiras das 18h às 24h, o Grupo de Boardgamers de Lisboa. Um grupo repleto de histórias para contar, reunido num espaço onde qualquer pessoa é bem-vinda e onde se fazem grandes amizades em torno de jogos de tabuleiro.

Porque decidiram falar sobre o Grupo de Boardgamers de Lisboa?

O relógio marca as 18h. Dá-se o início de mais uma partida de jogos de tabuleiro na Pastelaria Tentações, em Picoas. Pessoas começam a chegar e agrupam-se por mesas. Veteranos, pessoas que já estão no grupo há mais tempo, organizam os jogos preparando mais uma sessão. Os olhares recaem sobre os novatos que aparecem na pastelaria pela primeira vez. Porquê o Grupo de Boardgamers? Num mundo cada vez mais tecnológico surge a ilusão de que as consolas extinguiram os jogos tradicionais, mas parece que os jogos de tabuleiro ainda são um sucesso entre amigos.  Esta é uma iniciativa original que afasta o stress do dia-a-dia e aproxima as pessoas em redor dos jogos de tabuleiro, que afinal não passaram de moda e parecem ser um bom negócio. O intercâmbio de jogos começa.

Início dos jogos na Pastelaria Tentações

O que é o Grupo de Boardgamers de Lisboa?

Hélio Andrade, engenheiro civil de formação, é um dos organizadores do Grupo de Boardgamers de Lisboa. Faz parte da iniciativa desde 2007 e, embora não seja um dos elementos fundadores, já faz parte do grupo há quase doze anos. O grupo nasceu em 2006 com a iniciativa de um conjunto de amigos que combinou encontrar-se, através da Internet, num local público, para jogarem jogos de tabuleiro. O intuito era possibilitar que mais pessoas se juntassem ao grupo e se sentissem à vontade para o fazer. As pessoas começaram a juntar-se espontaneamente a este movimento, que começou a ter sucesso, nunca mais parando.

Desde 2006 que o Grupo organiza eventos regulares de carácter público e gratuito, onde o único requisito é querer jogar. Qualquer pessoa que queira experimentar pode aparecer, mesmo que não saiba as regras dos jogos, pois haverá sempre alguém com vontade de os receber.

Comecemos pelos eventos semanais que ocorrem todas as quartas-feiras das 18h às 24h, na Pastelaria Tentações, em Picoas. “Eu costumo dizer, a brincar, que isto é como a missa, nunca falha. Nem no Natal, nem em Agosto”, informa Hélio. Tudo começou no dia 1 de Setembro de 2006 nas instalações da Runadrake. Foram aparecendo cada vez mais pessoas interessadas e a necessidade de continuar com os encontros semanais e mensais foi-se acentuando.

Com este crescimento surgiu uma outra necessidade: a de organizar os eventos em locais com mais espaço. Por isso, ao longo dos tempos os eventos foram mudando de local várias vezes: primeiro o Runadrake em Alvalade, depois o Magic Pool no Campo Pequeno (em 2008), posteriormente o Passion Fruit em Avenidas Novas (nos finais de 2009). Seguiu-se uma breve passagem pelo Alvaláxia no Campo Grande, em 2013, e finalmente, ainda no mesmo ano, o Grupo fixou-se na Pastelaria Tentações em Picoas.

O objetivo dos encontros é difundir os jogos de tabuleiro modernos que não são muito conhecidos em Portugal. Ao irem jogar com o grupo, as pessoas podem facilmente aceder aos jogos até então desconhecidos, experimentá-los e satisfazer a sua curiosidade. A organização tem os seus jogos preparados, mas cada pessoa é livre de trazer os seus próprios jogos para partilhar com quem apareça. Há quem tenha jogos já combinados, mas outras pessoas aparecem sem qualquer compromisso e vão-se juntando a quem chega.

Quem vem a estes eventos? Em média vêm entre 50 a 60 pessoas a cada evento, que não são necessariamente as mesmas que apareceram no evento anterior. Há uma mistura de veteranos com outras que vêm pela primeira vez, ou que são muito recentes no grupo. Em termos de idades encontramos pessoas desde o escalão universitário, 18 a 20 anos, até aos 70 anos. Embora a sala esteja maioritariamente preenchida por homens, encontram-se também algumas mulheres. “Eu acho que é uma atividade que se dá a qualquer pessoa, seja de qualquer idade, ou de qualquer profissão ou de qualquer sexo. Portanto, à partida, os jogos não têm barreiras a esse nível”, esclarece Hélio.

Hélio Andrade, à direita, a jogar

Como alternativa aos eventos semanais existem os eventos mensais, que acontecem na terceira sexta-feira e sábado de cada mês, no Instituto Superior Técnico. O evento mensal destina-se especialmente àqueles que, por viverem longe ou por trabalharem cedo no dia seguinte, não conseguem comparecer às quartas-feiras. “É um evento em que as pessoas têm mais disponibilidade de tempo para lá ir e em que nós podemos ficar lá até mais tarde. Normalmente o evento acaba às 3h da manhã”.

Para além destes dois eventos regulares, os semanais e os mensais, existem ainda pequenos eventos especiais que são feitos ao longo do ano. A Noite Mais Curta Mais Longa de Jogos, que acontece por volta de dia 23 de Junho, altura em que o dia é mais comprido e a noite mais curta, é um deles. Nesta iniciativa a nível ibérico, os grupos fazem uma direta com jogos de tabuleiro. “Passamos a noite toda acordados, a jogar os jogos até que o sol nasça. Já fazemos isso por tradição, às 6h30 da manhã quando o sol se levanta, nós vamos todos para a rua, tiramos a fotografia da praxe, já de dia com os sobreviventes (aqueles que aguentaram a noite toda a jogar). E ao mesmo tempo, em várias cidades de Espanha também está a ser feito isto. É como se estivéssemos todos juntos a fazer isso”, relata Hélio.

Outra iniciativa internacional é o International Tabletop Day. Este evento é semelhante ao anteriormente descrito, mas desta vez abrange todo o mundo. Para além de que neste dia o objetivo não é ficar a jogar até ao nascer do sol, mas sim, no mesmo dia o mundo inteiro estar a jogar jogos de tabuleiro.

Por fim, o grande evento do Grupo de Boardgamers de Lisboa é o LISBOACON, um evento anual, que acontece em março e que dura um fim-de-semana inteiro. Nos últimos anos tem decorrido em Oeiras num espaço mais cuidado e com mais jogos para as pessoas verem e experimentarem. As editoras de jogos em Portugal mostram as suas novidades e existe uma ludoteca (biblioteca de jogos) com cerca de 500 jogos, incluindo jogos para crianças com 4 anos. Este é um evento que serve fundamentalmente “para as pessoas terem uma ideia de quantos jogos é que existem de facto hoje em dia, que são diferentes e que as pessoas podiam estar a experimentar. Existe muita coisa hoje em dia nos jogos de tabuleiro modernos”. Por ano saem mais de 1000 jogos de tabuleiro novos, mas estes não são tão conhecidos, pois são vendidos em papelarias e não nas grandes superfícies.

Tal como o Grupo de Boardgamers de Lisboa existem outros grupos em Portugal: no Porto, Aveiro, Braga, Évora, Faro, Leiria, Viana do Castelo, Portalegre, entre outros. Embora sejam grupos separados entre si, por não haver nenhuma federação ou associação nacional que os una, todos os grupos comunicam através de um portal na internet, o Abre o Jogo, onde cada grupo partilha os seus eventos e convida todos os outros a aparecerem.

Pastelaria Tentações e Jogos de Tabuleiro

Há sempre histórias laterais que merecem ser contadas. Quais são essas histórias?

Circulando pelas mesas decoradas com tabuleiros e múltiplas peças coloridas, encontramos um pequeno grupo que discute ideias enquanto aguarda o início da partida. Rui Barata, antigo bancário, joga no grupo desde 2006. Revela que sempre gostou de jogos. Costumava jogar com a sua família e amigos, mas foi quando descobriu esta iniciativa na Internet que decidiu experimentar e, desde então, estes eventos tornaram-se parte da sua rotina semanal, por ser um sítio onde encontra diferentes pessoas que partilham consigo o mesmo hobby. Quanto aos jogos preferidos, essa é uma decisão complicada, mas após alguma reflexão foram eleitos três nomes: Age Empires III, Power Grid e San Marc.

Na mesma mesa estava um membro mais recente, Luís Telmo, que vem aos eventos há cerca de 3 anos. Um homem que há 3 anos atrás não jogava jogos de tabuleiro, mas que sentiu a necessidade de arranjar uma atividade para ser feita em família. Pai de um jovem de 11 anos, ao ver a paixão do filho pelos videojogos, pensou que descobrir jogos novos para apresentar à sua família seria a solução. Nas suas pesquisas na Internet acabou por encontrar o grupo e atualmente não falta a uma quarta-feira. Revela que o que o prende ao grupo são as pessoas descontraídas e a constante novidade, pois cada semana descobre um jogo novo. Refere ainda que vir aos eventos semanais é “como fazer desporto, mas um desporto mental”. Como jogos preferidos destaca o KeyFlower e Castles of Burgundy.

Ao lado de Luís encontrava-se Tiago Duarte, que já faz parte do grupo desde 2009. À semelhança de Rui, o gosto pelos jogos é algo que o acompanha desde pequenino. Mas o que o prende aos eventos semanais é o gosto de ver as peças à frente e de poder jogar com outras pessoas. Realça o papel das amizades que criou no grupo e acrescenta que ter a companhia certa num jogo é fundamental, pois até o melhor jogo pode perder a graça se não for jogado com as pessoas certas. Como jogos preferidos elege o PowerGrid, 1989 e o Caylus. Conta uma história aquando do antigo estabelecimento onde se reuniam. Fechava às 2h e houve um dia em que esse tempo não foi suficiente e, quando o café fechou, foram para a rua continuar a jogar.

Luís Telmo, Rui Barata e Tiago Duarte

Ainda nesta mesa estava Sara Rodrigues, uma jovem de 25 anos que é engenheira informática. Vem a estes encontros praticamente todas as semanas e “é o ponto alto da semana, basicamente”. Há cerca de três anos que se juntou ao grupo, por ter encontrado um jogo na Fnac, o Zombie Side, que despertou o seu interesse. Daí até encontrar o grupo foi um saltinho. Revela que também joga muitos videojogos, mas que é diferente. “Aqui é fixe porque conheço pessoas novas e é diferente ver a reação das pessoas. Por exemplo, quando estás a jogar e fazes uma maldade a uma pessoa, ou qualquer outra coisa, e vês a cara da pessoa e ficas a gozar com ela. É muito diferente. Jogar no computador acontece quando não combinamos nada e, então, jogo em casa.” De curiosidade passou a um vício que lhe permite evitar o trabalho, conviver e conhecer pessoas novas. Como jogo preferido destaca o Key Flower.

Sara Rodrigues

Noutra mesa está Pedro, que é engenheiro civil. Faz parte do grupo há cerca de 3 anos. Sempre jogou no computador, mas os jogos de tabuleiro são mais curtos e não implicam um comprometimento tão grande, o que considera ser uma vantagem. Para além disso, refere a possibilidade de estar com pessoas e não ceder ao isolamento. Como jogo preferido elege a Terra Mytica. A Pedro junta-se a sua namorada, Chelsea, que é médica. Os horários simpáticos e uma vontade de jogar coisas diferentes fizeram com que se juntasse ao grupo há dois anos. Como história mais engraçada destacam a sua. Conheceram-se ali e hoje são namorados. Numa das primeiras vezes que se cruzaram, jogaram China Town e foi assim que se conheceram. “Este pode ser o local para mais coisas que não só os jogos”.

Chelsea

João Lourenço faz parte da organização do grupo e é o responsável por coordenar o pessoal novo nos eventos semanais e gerir a ludoteca na LISBOACON. Conta que, há 6 anos, chegou ao grupo com uma ideia errada. Pensava que seriam jogos competitivos, mas depressa percebeu que ali pouco importava quem ganhava ou se se jogava bem ou mal. Uma das coisas que mais gosta nesta iniciativa é trabalhar aptidões que não tinha, como negociar, maximizar estratégias ou ser eficiente. Depois, conseguiu aplicar tudo isto à sua vida pessoal e profissional. “Os jogos têm sempre algo de relevante para o resto da tua vida”. Não tem nenhum jogo favorito, mas aponta o gosto por jogos que introduzem conceitos que, de outra forma, não consegue ter acesso. De todas as histórias engraçadas que já viveu neste grupo destaca a tarde que passou a jogar com um rapaz. Tinha a impressão que conhecia aquela pessoa de algum lado. Já de noite descobriu que eram colegas de faculdade, onde se faziam vários exercícios de team building. “Não o reconheci pela cara, mas sim pela maneira como ele costuma jogar”.

João Lourenço (de camisa)

Entre gargalhadas chega o momento da confissão do número de jogos de tabuleiro pessoais que cada um já colecionou. Hélio tem cerca de 500 jogos, Tiago Duarte já soma mais alguns sem ainda chegar aos 600. Rui Barata tem 350, ou muitos mais como corrige uma jogadora ao seu lado. Compra 2 a 3 jogos por mês, há 17 anos, pelo que o número deve ser superior a 350. Sara Rodrigues tem 50 jogos, Luís Telmo tem apenas 20 jogos pessoais. João Lourenço tem 12 jogos de tabuleiro, Pedro tem cerca de 16 e Chelsea fica pelos 6.

O que é que mais se destaca no Grupo de Boardgamers de Lisboa?

Todos os jogadores destacam as pessoas, pois num grupo de 50 pessoas existe sempre alguém com quem se identificam acabando por formar amizades que vivem para lá dos encontros. Para além disso, permite pensar e desenvolver um raciocínio estratégico.

Chelsea fala do barulho e de como parecem formigas à volta dos jogos, mas que têm uma particularidade que é o bom perder e ganhar. Nos jogos de tabuleiro existe apenas um vencedor, por isso esta característica é importante. Porém, Pedro diz que quem tiver mau perder tem aqui uma boa oportunidade para aprender a lidar com isso.

Pedro, à esquerda, e Hélio, à direita

Num sítio onde se joga pelo gosto de jogar e onde ensinar regras a novatos nunca é um aborrecimento, mais do que a competitividade e o querer ganhar, joga-se pela companhia. “Aqui toda a gente gosta de jogar, toda a gente quer é jogar”. Esta é uma iniciativa que permite conhecer pessoas, acabando por ser uma “atividade com um elemento muito social”. É uma forma de fugir ao stress do trabalho, das televisões e computadores que nos rodeiam a toda hora. É a oportunidade de estar com pessoas cara a cara, ao invés de estar à frente de uma consola, o que faz toda a diferença. “Porquê? Quando fazes uma ótima jogada não há nada como olhar nos olhos do adversário e ver o medo, o terror, nos olhos da pessoa a dizer, Epah esta jogada vai destruir o jogo todo!, não há nada que pague isso.”

Se eu quiser saber mais sobre o Grupo de Boardgamers de Lisboa onde vou?

Visita o site do Grupo de Boardgamers de Lisboa ou a sua página de Facebook para descobrires mais sobre esta iniciativa. Ou, melhor ainda, junta-te a eles na próxima quarta-feira e joga muito! ;-)

 Texto e fotografias por Andreia Monteiro

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