O ciclo A Música e o Mundo – Encontros Sonoros Atlânticos que, decorre de 21 de agosto a 18 de setembro, apresenta cinco concertos em Portugal Continental e nos Açores. O objetivo é homenagear a obra do compositor açoriano Francisco de Lacerda.
O percurso pelo Atlântico mapeado pelo ciclo a Música e o Mundo – Encontros Sonoros Atlânticos tem início a 21 de agosto, no Castelo de São Jorge, em Lisboa, com o grupo Drumming GP e o contratenor Rodrigo Ferreira. O programa apresenta obras de Philip Glass e duas estreias mundiais, dos compositores Vasco Mendonça e Ângela da Ponte.
A 7 de setembro, na Fajã da Fragueira, na Ilha de São Jorge, o músico João Barradas apresenta obras de Johann Sebastian Bach, Astor Piazzolla e Keith Jarrett. No local em que se localizou a casa de Francisco de Lacerda vai ser ainda possível escutar a transcrição para acordeão da Canção Triste, da autoria de João Barradas. Esta é a primeira audição mundial desta transcrição da Canção Triste, um original de Francisco de Lacerda, nascido em São Jorge e com uma notável carreira internacional.
A 10 de setembro, o terceiro concerto do ciclo a Música e o Mundo – Encontros Sonoros Atlânticos acontece na Ermida de S. António da Grota, no parque Monte Brasil, na ilha Terceira, onde a pianista Joana Gama interpreta ao ar livre obras de Hans Otte.
A ilha de São Miguel e o Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, acolhem o concerto de 15 de setembro, em que a soprano Inês Simões e o pianista Daniel Godinho percorrem obras de Richard Wagner, Francisco de Lacerda e António Chagas Rosa.
O ciclo encerra a 18 de setembro, em São Miguel, na Igreja do Colégio dos Jesuítas – Museu Carlos Machado, com a soprano Sandra Medeiros e o pianista Francisco Sassetti a apresentarem obras de Francisco de Lacerda, Freitas Branco e Vianna da Motta.
Francisco de Lacerda foi um compositor e maestro, pianista e etnomusicólogo. Na sua obra para piano destacam-se as Trente six histoires pour amuser les enfants d'un artiste, que se presume terem sido compostas para a filha de Debussy. As Trovas para canto e piano são o seu maior contributo e talvez o ponto mais alto da música deste género em Portugal.