A corrida ao dia de maior consumo do ano, ao melhor deal, aquela grande promoção e, tendo-se tornado tendência em vários setores, traduz-se numa altura da promoção por excelência da compra por impulso. Excessos que levam ao desperdício e ao fomento do descartável e que estão na base de uma economia assente no crescimento ilimitado da utilização de recursos naturais que não existirão num futuro próximo.
Mas e se, em vez de uma Black Friday, optássemos por uma Green Friday?
Esta é uma boa altura do ano para comprar plantas na nossa zona da Europa. Vêm aí mais dias de chuva e, a partir de agora, pode começar a plantar. Reabastecer a horta de aromáticas, o viveiro de árvores de fruto (para plantar lá para março) e iniciar as culturas de inverno é uma ótima hipótese.
Para quem não tiver horta, poderá aproveitar esta Green Friday para planear o resto do ano, falar com a junta de freguesia, organizar um grupo de pessoas interessadas e usar parte de um jardim da freguesia, ou acordar com os vizinhos um espaço comum onde possam colocar uns vasos grandes (reciclando recipientes) onde possam manter uma horta do prédio ou do bairro. Planear as ocasiões festivas futuras, para oferecer flores envasadas, fazer passeios ou visitas a jardins públicos com os amigos também são ótimas ideias para colocar em agenda.
Se preferir optar por uma solução online, espreite a campanha Green Friday que a ZERO está a promover online, sugerindo o donativo de árvores ou arbustos para a Mata Nacional de Leiria, dramaticamente afetada pelos incêndios de 2017, que pretende ajudar a restaurar dois habitats naturais de conservação prioritária.
Lembre-se que o conceito de Green Friday pode estender-se a todo o ano, afinal se Cuidar da Natureza, Ela Cuidará de Si.
-Sobre Ana Serrão-
Ana Serrão é licenciada em Tradução pelo ISLA. Frequentou o curso de Engenharia Agronómica da Escola Agrária de Santarém. Como associada da "ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável”, tem trabalhado em iniciativas de ligação da associação à sociedade, com foco na mudança de mentalidades, hábitos de consumo e gestão do arvoredo urbano.