O Ministério da Cultura e a Câmara de Mafra lançaram no dia 16 de julho mais uma edição do Prémio Internacional de Composição para os órgãos históricos do Palácio Nacional, visando a criação de novo repertório.
As candidaturas ao prémio decorrem até 16 de abril de 2021, foi divulgado em nota de imprensa.
O júri desta quarta edição é constituído por quatro personalidades internacionais: o suíço Yves Rechsteiner, que preside, o italiano Federico Del Sordo e os portugueses Eugénio Amorim e João Vaz.
A última edição foi ganha, em 2019, pelo português João Henrique Sousa, com a partitura “Magnificat”, na primeira categoria dedicada a composições originais.
Na altura, o júri decidiu atribuir duas menções honrosas à italiana Michele Del Prete, com a partitura "Glosa a Seis", e ao norte-americano Jacob Adler, com "Hexachord Fantasy".
O Prémio Internacional de Composição tem como finalidade criar repertório para o conjunto dos seis órgãos históricos do Palácio Nacional de Mafra, possuidores de características técnicas muito próprias, e valorizar aquele património.
Com periodicidade bienal, o galardão está dividido em duas categorias: distingue uma obra original, com 10 mil euros, e a transcrição moderna de uma partitura antiga, com cinco mil euros.
O Prémio Internacional de Composição de Mafra foi instituído em 2014.
Os seis órgãos constituem um conjunto instrumental único no mundo não só pelo seu número, mas por terem sido construídos ao mesmo tempo e concebidos de forma original para tocar em conjunto.
Durante uma década, os seis órgãos foram alvo de restauro, um investimento de 1,2 milhões de euros que foi inaugurado em 2011, ano em que voltaram a tocar, após um interregno de 200 anos em que não tocaram em conjunto.
Desde 2011 que o Palácio de Mafra, no distrito de Lisboa, tem vindo a promover concertos dos seis órgãos, nos primeiros domingos do mês, sob a direção artística do organista e musicólogo João Vaz, para atrair visitantes e promover aquele património, mas foram interrompidos desde o início da pandemia.
Os órgãos foram construídos em 1807 pelos organeiros António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes, a pedido de D. João VI, sucessor de D. João V, o qual mandara construir o Palácio Nacional de Mafra.
Com a primeira invasão francesa e o exílio da corte no Brasil, a atividade musical decaiu e os órgãos só voltaram a tocar na segunda década do século XIX com o regresso da família real, ocasião em que foram reparados, mas o processo não chegou a ser concluído, tendo um dos órgãos ficado desmontado até serem todos restaurados pelo mestre Dinarte Machado, já neste século.