A 44.º edição do Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho arranca esta segunda-feira, dia 9 de novembro. Com todas as sessões presenciais canceladas, toda a programação será online, dos filmes em competição à programação paralela.
Devido à atual conjuntura pandémica, este que é considerado o festival de cinema de animação mais antigo do país e um dos três mais antigos do mundo decorrerá, este ano, apenas online. "Tivemos que nos adaptar para conseguir chegar ao público na mesma, independentemente do que pudesse acontecer entre os dias 9 e 15 de novembro em termos de covid-19, e a opção foi disponibilizar na internet os cerca de 300 filmes da competição e do programa complementar", explicou, à Lusa, António Santos, presidente da Cooperativa Nascente, entidade organizadora do festival.
O acesso online ao evento é feito através de inscrição no site do festival, e mediante o pagamento do valor global único de sete euros. As sessões competitivas estarão disponíveis 24 horas por dia até 15 de novembro, enquanto algumas obras das retrospetivas só poderão ser visionadas no horário real da respetiva sessão.
Quanto à seleção de filmes para 2020, envolve, como já é habitual, produções oriundas dos cinco continentes.
Além dos 97 filmes a concurso nas várias categorias de curtas e longas-metragens, 68 dos quais na secção internacional e 29 na nacional, a 44.ª edição terá ainda em foco a obra da cineasta e pintora francesa Florence Miailhe, propondo também uma retrospetiva sobre a última década do cinema de animação europeu, na qual se darão a conhecer 16 realizadores.
Do programa paralelo do Cinanima consta ainda um ciclo de filmes que assinalam os 75 anos do fim da II Grande Guerra e uma homenagem ao checo Jiri Trnka, cineasta, ilustrador e artesão de marionetas. É precisamente uma longa desse autor, "Velhas lendas checas" (1953), que se exibe hoje, dia 9 de novembro, na sessão de abertura do festival.
Amanhã, dia 10 de novembro, segue-se outra obra de relevo: "Pica Don", o documentário, lançado em 1978, pelo realizador japonês Renzo Kinoshita, que constitui, segundo António Santos, "a primeira tentativa no mundo de, precisamente através da animação, lidar com um acontecimento tão traumatizante" como a queda da bomba atómica em Hiroshima.