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Cerca de 75% dos entrevistados afirma que, se estivessem reunidas as condições fundamentais a nível financeiro, de saúde e disponibilidade, uma boa parte do seu tempo livre seria dedicado à cultura ou mesmo que a cultura seria o principal foco do seu tempo disponível.
Enquanto 75% das pessoas afirma que tem interesse pela cultura, apenas 67% declara que a cultura faz parte dos seus hábitos quando questionado de forma abstracta.
À semelhança das edições anteriores do Barómetro da Cultura, concluímos que 100% dos residentes em Portugal consumiram algum tipo de cultura no último ano, com grande destaque para as práticas que não envolvem um gasto financeiro, como ouvir música na rádio ou ver filmes nos canais abertos de televisão.
Quando comparamos o perfil das pessoas que afirmam ter interesse e espaço para a cultura nas suas vidas com o perfil daqueles que declaram não ter qualquer deles, chegamos à conclusão que a pirâmide de nível de instrução é inversa. A população com interesse e espaço tem 42% de escolaridade superior e apenas 26% com escolaridade inicial, enquanto que as pessoas sem interesse nem espaço têm 24% de escolaridade superior e 44% com escolaridade inicial.
Quem se sente mais vezes infeliz tem propensão para não ter tanto espaço para a cultura nas suas vidas, com uma diferença de 10 pontos percentuais para quem se sente menos vezes infeliz. O mesmo tipo de diferença encontra-se em quem se sente fisicamente cansado devido à sua atividade profissional ou estudantil. O mesmo padrão encontra-se, embora com distâncias menores, no cansaço mental e na desmotivação.
Apenas 24% dos inquiridos com despesas mensais acima dos 1500 eur. afirmam não ter muito espaço para a cultura na sua vida, em comparação com 37% dos inquiridos com despesas até 750 eur. O ano passado, estas percentagens eram, respetivamente, de 31% e 29%. Parece haver uma pequena percentagem de pessoas com menos rendimentos que passaram a ter menos tempo para a cultura, enquanto que a percentagem daqueles que estão no escalão mais alto das despesas e que participam regularmente em atividades culturais aumentou.
A população residente em Portugal é extraordinariamente crítica em relação à oferta cultural, com uma avaliação média de 35 pontos numa escala entre 0 e 100. As dimensões com piores resultados são os espectáculos de teatro, dança ou ópera interessantes (31,5%) e espaços para desenvolver as suas próprias atividades artísticas pessoais. O Litoral Centro e o Litoral Norte são os territórios que apresentam piores avaliações.
Cerca de 34% da população diz não se recordar de qualquer informação sobre atividades culturais no último ano ou não sentir que existe informação sobre atividades culturais com interesse. De destacar que este número sobe para 46% nos jovens entre os 15 e os 24 anos e desce para os 20% nas pessoas que referem ter despesas mensais acima dos 1.500 eur.
74% das pessoas residentes em Portugal afirmam ouvir música através da rádio, enquanto que 72% viram filmes na televisão através de canais abertos. Uma nota, também, para destacar que 98% dos entrevistados foram almoçar ou jantar fora pelo menos uma vez no último ano e 57% foram a um bar ou discoteca.
75% da população residente em Portugal acredita que o Estado deveria investir mais em cultura, percentagem que se mantém estável face ao ano passado.
Tal como nos anos anteriores, podemos constatar que essa percentagem aumenta à medida que aumenta também o grau de escolaridade.
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